Ponto de Partida

Esteja você na direita ou na esquerda, comece por aqui. Pedro Doria explica didaticamente o início, o fim e o meio da política nacional.

Segundas, quartas e sextas, sempre ao final do dia.

Brincando com assassinato político

O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, Renan Santos, sugeriu como piada o assassinato de democratas por quem faz o curso do MBL. Entre as possíveis vítimas, o editor do Meio, Pedro Doria. Quando um dos mais importantes movimentos políticos brasileiros faz isso em seus canais oficiais, o que isso diz sobre nossa democracia?

Africano, amarrado, açoitado à morte

Quando foi a última vez que um rapaz africano foi amarrado e açoitado até a morte na vara no meio da praça pública e ninguém interferiu? O brutal assassinato de Moise Kabagambe remete a uma imagem que se repetiu e se repetiu por quatro séculos no Brasil. Vivemos um tempo em que a morte nos assombra — e ela tem inspiração. Precisamos ter uma conversa mais a fundo sobre as cicatrizes do Bolsonarismo.

Democracia é a luta da nossa geração

Manter viva a ideia de democracia é a luta da nossa geração. Existe uma guerra que vem de fora e que brota de dentro das democracias. Você sabe de que lado está? Vem comigo.

Bolsonaro enlouqueceu?

Quando a gente acha que Jair Bolsonaro já não é mais capaz de surpreender, ele vai e surpreende. Decidiu aceitar um convite para visitar a Rússia em fevereiro. Assim, coloca o Brasil no epicentro de uma crise mundial que tem, do outro lado, os Estados Unidos e a União Europeia. Há um limite para a irresponsabilidade?

Pra que liberdade de expressão?

Falta a nós, brasileiros, uma história que nos seja comum. Uma história sobre o que é sermos um povo único, algo que nos dê uma identidade sobre a qual todos concordemos. Tivemos isso, não temos mais. É por isso que o tema do racismo vem pegando fogo. É por isso que há um debate sobre censura no ar. Mas o que é realmente censura? O que é liberdade de expressão? E como esta liberdade pode nos ajudar a sair do buraco?

Este é um país racista

O Brasil é um país profundamente racista. A política toda, não só o movimento negro, se tribalizou, se tornou identitária da esquerda à direita. Os dois são debates importantes demais para termos. Mas misturar os dois, fazer parecer que o problema do tribalismo é apenas do movimento negro e não de toda a política, faz o serviço de quem quer impedir os avanços de direitos civis no país.

Por que ‘adoramos’ certos candidatos?

Um jesuíta do século 16 tem tudo a ver com a maneira como ‘adoramos’ certos políticos. Tem a ver com o fato de que nós e os mexicanos tivemos imperador, com o motivo de termos votado contra o parlamentarismo. Culturalmente, esperamos que os líderes sejam pais ao invés do que de fato são — nossos funcionários.

Estoura a guerra civil entre os políticos

Todas as brigas políticas que estamos assistindo agora são internas. Lula põe na roda os economistas da era Dilma, Alckmin manda recado. Aí PT e PSB, que querem ser parceiros, brigam pelo governo de São Paulo. Logo ali ao lado, deputados pedetistas abrem guerra contra Ciro Gomes. Os militares se estranham com Bolsonaro que, por sua vez, se estranha com os olavistas e estes arrastam a asa para Sérgio Moro. O aparente fratricídio tem razão de ser: a hora de tomar decisões importantes está chegando.

Na tragédia de Ouro Preto, sangramos nós

Três casas, uma delas um casarão importante, foram varridas por completo em Ouro Preto. É talvez a cidade mais preciosa do Brasil, é uma memória que a gente tem. Vamos lembrar do que foi Ouro Preto, vamos lembrar da Inconfidência. Deixa eu contar pra vocês a história de três pessoas que viveram faz muito tempo por lá. É preciso salvar essa cidade. Em algum momento esse ciclo de destruição do que faz da gente brasileiros tem de acabar. Estamos presos neste ciclo de destruição e morte então façamos um exercício de lembrança. Nesta edição do Ponto de Partida, a história de três homens imperfeitos que viveram em Ouro Preto mais de duzentos anos atrás.

Conhece as ideologias brasileiras?

De um lado, um país dominado por uma elite quase feudal, que condena a sociedade ao atraso e que só um Estado forte pode resolver. Do outro, um país controlado por uma burocracia muito além da razoável e um Estado que, por querer fazer tudo, nada faz direito enquanto atrapalha a sociedade. Qual a sua visão de Brasil? A partir das ideias do cientista político Christian Lynch, dá pra fazer o desenho do que são as ideologias políticas brasileiras.