Desinformação pode matar
A gente precisa falar sobre desinformação nas redes. Em momentos de tragédia como a atual, desinformação tem trocentos impactos. Um é de desperdício de esforço num momento em que nenhum esforço pode ser desperdiçado. A Defesa Civil, os Bombeiros, o Exército, não importa, lê nas redes que alguma crise pontual está ocorrendo em algum canto, chega lá, não era verdade. Está acontecendo muito. E aquelas pessoas são importantes. Se elas vão atender a um alarme falso, isso quer dizer que um alarme verdadeiro não foi atendido.
A culpa da tragédia no Rio Grande do Sul é de quem?
É claro que o bolsonarismo é o horror do horror em política ambiental. Só precisamos tomar cuidado para não criar a ilusão de que alguém seja bom. Porque, na política brasileira, nenhum grupo político sequer prioriza política ambiental e todos são responsáveis pelo dano. Todos. Ser melhor do que o bolsonarismo não basta.
A tragédia gaúcha é de direita e esquerda
Quando vai cair a ficha de que as mudanças climáticas são reais? O que está acontecendo no Rio Grande do Sul não é normal. Uma capital brasileira, uma das capitais mais ricas do Brasil, submersa porque a lagoa Guaíba subiu o nível e não desce. Não consegue escoar a água para o Atlântico com a mesma velocidade em que chega. Estamos na quarta-feira e mais regiões de Porto Alegre seguem sendo inundadas. Não parou ainda. Mais de duzentas mil pessoas desabrigadas. Cem mortos.
Você pode ser um liberal e não sabe
Como um liberal agiria perante uma tragédia como a do Rio Grande do Sul? Passei as últimas duas semanas gravando, para o Meio, um curso sobre o que é Liberalismo. Acho que vale tocar nesse ponto, é uma conversa que precisamos ter
É possível haver direita sem Bolsonaro?
A polêmica da semana segue sendo a da possibilidade, ou impossibilidade, de haver um ‘bolsonarismo moderado’. Em não sendo possível, como lidar com a direita que há? E como fazer que outra surja?
Existe “bolsonarismo moderado”?
Meu amigo Joel Pinheiro da Fonseca fez uma provocação, na coluna dele da segunda-feira na Folha de São Paulo, que devia ser encarada com mais seriedade. “Precisamos de um bolsonarismo moderado”, ele diz. Claro que a internet caiu em cima dele. Imagina se não ia.
Com quem dá para conversar na direita?
Ontem fui ao cinema assistir Guerra Civil. Vocês já viram? Kirsten Dunst, Wagner Moura. Olha, é um filmaço. Na verdade, ele é completamente diferente do que eu esperava encontrar. A gente não costuma esperar, num blockbuster de Hollywood, um filme que seja tão fiel à teoria política. E tem muito a ver com o tipo de conversa que precismos ter. É um filme violentíssimo, duro de ver às vezes, mas não se enganem. É, o tempo todo, um filme sobre política. E cumpre o papel fundamental de toda história distópica. É um alerta. Um aviso de cuidado. É assim que esse caminho termina.
Liberal e revolucionário pode?
Liberais são a favor de criar moradia popular em prédios públicos desocupados? Há chance de os novos acionistas intervirem no conteúdo que produz o Meio? E candidato de centro à presidência em 2026, é possível? Aliás — argumento econômico convence a direita a legalizar maconha?
O Meio recebe investidores
O Meio realizou sua terceira rodada de investimentos. Vamos botar um streaming no ar, ampliar a presença no YouTube e temos novos sócios.
A direita entendeu errado a maconha
Pergunte a Donald Trump o que ele acha da legalização da maconha. Sério. Vale muito a pena. Ele vai rebolar. Vai vir um monte de “veja bem”, de “maconha medicinal é muito promissora”, de “os estados que deviam decidir isso”. Na semana passada, enquanto o Brasil estava distraído com outras coisas, o Senado Federal aprovou de bate-pronto uma emenda à Constituição que criminaliza o consumo de drogas, incluindo maconha. Quer dizer, não basta ser lei. Precisa estar na Constituição. Tem um monte de coisa pra gente entender aí nesse pacote, mas acho que vale começarmos por entender por que, nesse assunto, a direita americana é bastante diferente da direita brasileira.