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Dois influenciadores que estão em lados opostos no debate público foram condenados pela mesma razão: crime de honra. A reação mostra que a maioria das pessoas tem muita dificuldade de lidar com a liberdade de expressão

Faltando um mês para as eleições americanas, uma parte do novo livro de memórias de Melania Trump ganhou o noticiário e pode se transformar num grande incômodo na campanha do seu marido. A ex-primeira dama dos Estados Unidos declara ser a favor do aborto, posição contrária a do seu marido Donald Trump e do partido Republicano.

Semana de mais baixaria promovida por Pablo Marçal, na eleição de São Paulo, que fez até a candidata Tábata Amaral perder a paciência: discurso populista de Lula na ONU; e o paternalismo sobre o dinheiro do Bolsa Família em gastos com apostas.

A acusação de assédio contra o ex-ministro Silvio de Almeida; e o fundador da Easy Taxi e presidente da G4 Educação, Tallis Gomes, que disse ser contra sua mulher ocupar o cargo de CEO, entre outras coisas porque as mulheres ficam masculinizadas e porque a energia da mulher serve pra cuidar da casa e dos filhos.

O voto feminino vai ser cada vez mais decisivo nas eleições. Mas homens como Trump, Bolsonaro e Marçal continuam tratando as eleitoras como coadjuvantes e vão pagar o preço.

O tom usado por Marçal em todas as suas aparições é de confronto, de deboche, de menosprezo. Não é supresa que seus eleitores façam a mesma coisa, motivados por ressentimento e frustração.

O tuíte de Carlos Bolsonaro fazendo um afago em Pablo Marçal não é apenas um afago, é um sinal de que o clã Bolsonaro recalcula o apoio na eleição de São Paulo. Por que as pessoas, em especial os homens, são tão atraídas por tipos como Bolsonaro e Pablo Marçal? Fetiche.

Kamala Harris parece ter entendido que o fato de ser mulher, filha de imigrantes, não-branca, não é o suficiente para vencer a eleição americana.

O que Pablo Marçal oferece ao eleitor não é um debate alternativo ou sofisticado ou disruptivo em relação ao que existe na política. O que ele oferece é um deserto de ideias embalado em grosseria, gritaria e xingamento. E isso não tem nada de novo.

A decisão do Tribunal de Contas da União sobre o relógio de Lula pode beneficiar Bolsonaro no caso das joias. Mas existe uma diferença entre o recebimento dos presentes.