A traição de Lula a Janja
Ao que tudo indica, Lula caminha a indicar mais um homem, branco, para o STF. Isso seria uma imensa traição aos movimentos que o sustentam e à socióloga feminista que Janja é. Não adianta acusar o mundo de ser machista ao derrubar Dilma ou criticar Janja e perpetuar a escolha só de homens para cargos de poder. Para ser aliado da luta, não basta não agredir mulheres. Não impedir que elas avancem. É preciso garantir seu acesso a lugares onde elas estão interditadas.
Amor de mãe pra “família militar”
Comandante do Exército falando em “família militar”, general pedindo pra jantar com a Janja, hacker querendo Nescau. Tem muito macho golpista precisando de afago e colo. Mas não se releva ou se premia crime oferecendo prestígio político em troca. Qualquer mãe sabe disso.
Os militares e o apagão do bolsonarismo
É engraçado testemunhar a patacoada corrupta de bolsonaristas e militares? Se é. Só que por trás da comédia pastelão tem o fato de que instituições brasileiras, inclusive as Forças Armadas, estiveram dispostas a endossar o bolsonarismo sabendo exatamente do que se tratava. É hora de o PT agir pra diminuir de vez o poder dos militares na política.
A gente precisa da polícia. Mas de qual?
Policiais que estão sempre em estados de guerra, com cada vez menos preparo e orientação, incitados por governantes que querem mais ação e menos inteligência, não conseguem fazer bem seu honrado trabalho de proteger os cidadãos. E o preconceito com a polícia ou com os direitos humanos não ajuda a resolver essa equação.
Caso Marielle: quem são e quem deveriam ser os protagonistas?
O ministro da Justiça, Flávio Dino, é, sim, um protagonista no avanço da Polícia Federal na investigação sobre o assassinato da vereadora e seu motorista. Falta descobrir o protagonista mandante. E cabe a Lula, protagonista da esquerda, assegurar que mulheres, e mulheres negras, estejam em posição de poder, na Esplanada e no STF.
O intocável Arthur Lira
É com ele que Lula precisa negociar a governabilidade. Mas saber que seu poder é fruto, entre outras coisas, de uma cultura de impunidade de políticos poderosos remete ao sentimento antigo de querer ver autoridades presas a qualquer preço, tão bem manipulado pela Lava Jato. Quando o Brasil vai encontrar o equilíbrio entre punir políticos sem acabar com a política?
Cid, Aras e o preço do fim do lavajatismo
O tenente-coronel Mauro Cid foi à CPI dos Atos Golpistas e ficou em silêncio, mas as perguntas dos deputados são suficientes para nos lembrar do tanto de crime cometido por Bolsonaro que passou batido pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Então, como é que em nome da atuação de Aras para desmantelar o lavajatismo, tem gente no PT defendendo sua recondução?
Uma resenha da live do Lula
O presidente estreou suas transmissões ao vivo em redes sociais — única estratégia do governo anterior que deve ser mantida. Fez acenos à classe média, mandou recados ao MST e ao agro, convocou estudantes a prestar o Enem e sonhar. Mas passou longe das agruras da relação com Arthur Lira. Agora, diferentemente do ex-presidente, não foi negacionista nem golpista. É importante lembrar.
Junho de 2013 e o grito contra a “corrupção”
Quem estava nas ruas nas Jornadas de Junho, afinal? E com que pauta? Memórias de uma repórter que cobriu os protestos em Brasília e viu o discurso anticorrupção tomar forma para condensar todo tipo de moralismo, sem nenhum resultado produtivo.
Lula, e os direitos humanos na Venezuela?
A política externa do Brasil, guiada por Celso Amorim, é conduzida na linha do diálogo e do exemplo. Se Lula ignorar as violações de direitos humanos do governo de Nicolás Maduro e tachá-las de “narrativas”, está jogando fora o discurso que usou para se eleger e o ministério de notáveis que montou.