Os militares e o novo modelo de golpismo

Os golpes de Estado estão sendo aplicados de maneiras diferentes de como eram antigamente. Se antes os golpistas colocavam tanques de guerra nas ruas, hoje as tentativas são mais parecidas com insurreições fascistas, que paralisam as instituições de Estado para que os militares possam chegar e assumir o poder, restaurando a ordem. Para o professor Francisco Carlos Teixeira, especialista em Forças Armadas, “o significado de 8 de janeiro é exatamente esse, não começar por cima, pelo golpe clássico, mas apoiando e provocando uma insurreição, dizendo que o Estado não pode mais funcionar, para que venha aquele que vai restaurar a paz social”. Em entrevista ao editor-chefe Pedro Doria, no programa Conversas com o Meio, ele destaca que essa questão permite que os chefes do golpe falem em nome do povo, enquanto usam uma espécie de novilíngua. “Quando eles falam em liberdade, não é o que entendemos como liberdade.”

Lula perante o genocídio

O Brasil foi um dos onze países que propuseram a Convenção do Genocídio da ONU. O caso dos ianomâmi se encaixa como uma luva no texto da convenção. Cada vez são mais graves os temas com os quais o governo Lula terá de lidar. Não é hora, então, de Lula parar de comprar briga à toa?

A Justiça sob as luzes da ribalta

É com uma linguagem teatral que Rogério Arantes, cientista político que estuda instituições e a relação entre Justiça e política, descreve o estado de coisas da democracia brasileira. No cenário, define como moldura as reais ameaças ao regime democrático no Brasil e no mundo. Elenca os atores que protagonizam esse enfrentamento. No caso brasileiro, há um protagonista inquestionável: o ministro Alexandre de Moraes, que presidiu o Tribunal Superior Eleitoral durante o pleito presidencial. Arantes narra o clímax desse enredo, o dia em que Moraes “salvou a democracia brasileira”, e aponta como o ministro esteve sozinho em cena pela omissão de alguns de seus coadjuvantes. E antevê que, com a alternância do governo, um novo elenco, bem mais atuante, tende a trazer de volta as instituições para o palco.

Ianomâmis: ‘Só se compara à África Subsaariana’

Mais de mil indígenas foram resgatados em estado grave por equipes de saúde na terra ianomâmi em Roraima nos últimos dias, afirmou o secretário de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba. Segundo ele, essas pessoas sofrem principalmente com malária e desnutrição grave. Os resgatados estão sendo encaminhados ao posto de Surucucu, unidade de referência na região, e os casos mais sérios são levados para o Hospital de Boa Vista, em Roraima. Tapeba ainda relatou ter visto garimpeiros armados no território, enquanto participava dos resgates, que só teria sido possível graças ao apoio de segurança da Força Aérea Brasileira. (g1)

#MesaDoMeio: Governo Bolsonaro cometeu genocídio contra os ianomâmi

Genocídio. Para os jornalistas do Meio, essa é a palavra a ser utilizada para classificar o que está acontecendo nas terras indígenas ianomâmis, em Roraima. Analisando a lei brasileira e os principais tratados internacionais de direitos humanos, esse termo é empregado para casos como o que o Brasil acompanha, com mais de mil indígenas sendo resgatados de suas terras nos últimos dias. Em conversa no programa #MesaDoMeio, a editora-executiva Flávia Tavares ressalta que a lei 2.889 de 1956 tipifica o que ocorre no estado como um caso de genocídio. “Quando você pega o texto da lei e confronta com as fotos e vê que foram criadas as condições para que esse grupo de brasileiros fosse aos poucos sendo dizimado, não cabe outra palavra”. Ela diz que nos últimos anos, organizações da sociedade civil, como ONGs indígenas e imprensa haviam alertado sobre as situações de descaso e morte no território. 

Militares limitam atuação do governo, diz Francisco Carlos Teixeira

Tuítes antes de julgamentos, decisões tomadas à revelia da Presidência, insubordinação ao comandante supremo... As Forças Armadas, com especial destaque ao Exército, ainda fingem não ver as fronteiras entre a atuação democrática das instituições de defesa e os ventos golpistas que sopram da caserna. No Conversas Com O Meio desta quarta (25), Pedro Doria recebe o professor Francisco Carlos Teixeira, especialista no tema, membro do Ministério da Defesa por quase 20 anos. Na pauta, uma Força que extrapola suas funções. __ CONVERSAS COM O MEIO

É genocídio que chama

O que está acontecendo com o povo ianomâmi não é acidental. É um projeto. Tem comando e uma mentalidade militarista por trás. A gente já deixou de punir assassinatos com essa mesma mentalidade lá no fim da ditadura. Dessa vez, aproveitando as lições de Argentina, 1985, que acaba de ser indicado ao Oscar, não vai dar para deixar passar.

Dino trata crise ianomâmi como genocídio

“Há indícios fortíssimos de genocídio” afirmou ontem, numa entrevista coletiva, o ministro da Justiça Flávio Dino. Ele designou a Polícia Federal para investigar se houve omissão de socorro por parte dos agentes públicos, permitindo que a crise ianomâmi chegasse ao ponto atual. O responsável pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), Weibe Tapeba, afirmou que os indígenas foram abandonados pelo Estado brasileiro. Para ele, os esforços atuais das equipes de saúde são uma “operação de guerra”. Ontem, o governo Lula exonerou 11 coordenadores regionais da Sesai, após o Ministério da Saúde decretar emergência na região, que sofre com o garimpo ilegal e casos graves de desnutrição severa, verminose e malária. (g1 e Poder360)

Google sai atrás na corrida das IA

A volta dos fundadores Larry Page e Sergey Brin ao Google expõe um problema: o atraso da gigante do Vale do Silício com o uso das ferramentas de chatbot como o ChatGPT. Mas qual será o motivo que leva a Google a deixar a desejar nesse aspecto, sendo que eles têm uma plataforma poderosa com eles? Pedro e Cora vão desvendar este mistério!

Como militares chantageiam presidentes

Sabe, essa história toda da demissão sumária do comandante do Exército me pôs pra pensar… Sabia que tudo isso já aconteceu antes? Aconteceu no Império. Aconteceu na Primeira República. Aconteceu na Segunda República. Os militares, eles chantageiam, eles chantageiam. Está acontecendo tudo de novo. Mas agora é diferente.