Por que regular as redes sociais é bom?

Nós precisamos regular as redes sociais. Isso não tem nada a ver com a liberdade de escrevermos o que quisermos. Tem a ver com três ou quatro empresas que decidem que mensagens vão chegar a muita gente e quais mensagens vão ser escondidas. Ou as democracias assumem as rédeas sobre a nossa liberdade de debate ou quatro corporações vão privatizar o debate público.

A era da antiverdade

Pouco mais de dois anos atrás, no dia 13 de abril de 2021, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), lia o requerimento de criação da CPMI da Pandemia. Fazia três meses que o Brasil começara a vacinar sua população, apesar dos esforços contrários do governo de Jair Bolsonaro. Ainda com alto grau de isolamento social e de estupefação pelo negacionismo científico da extrema direita, os brasileiros se acomodaram diante de suas múltiplas telas para assistir, atônitos, à brutal exposição do quanto o bolsonarismo estava disposto a mentir e distorcer dados concretos e estudos acadêmicos para justificar sua incompetência e má-fé. As redes sociais eram as câmaras de ressonância. Da evocação da ex-atriz pornô pesquisadora de cloroquina (meme que virou notícia falsa que virou piada global) aos depoimentos devastadores de pessoas que perderam familiares para o vírus, passando pela prisão de quem mentia flagrantemente, a CPI da Covid, nome que pegou na imprensa e nas redes, produziu muito barulho e, até aqui, poucos resultados práticos. Mas ofereceu conhecimento empírico, em tempo real, da pós-verdade enquanto estratégia política.

Priscila Cruz: a Educação é fluida e precisamos crescer e nos adaptar a isso

A suspensão da implementação do Novo Ensino Médio trouxe de volta à pauta pública o debate sobre a Educação brasileira. É preciso limitar carga horária? Dividir o currículo dos estudantes? No #ConversasComOMeio desta semana, o editor-chefe do Meio, Pedro Doria, recebe Priscila Cruz, presidente do Todos Pela Educação. Na entrevista, ela aponta os caminhos - e as dificuldades - que o Brasil tem pela frente para crescer como país educador. Além disso, a conversa aborda as divergências entre as educações profissional e superior, bem como a formação de novas e novos docentes. __ CONVERSAS COM O MEIO

Câmara aprova urgência para regular redes sociais

Apesar da pressão das big techs e da oposição, a Câmara dos Deputados aprovou ontem, por 238 votos a favor e 192 contra, a urgência na tramitação do PL das Fake News. Com isso, o projeto não precisará passar por comissões, sendo levado diretamente ao plenário. A aprovação da urgência só foi possível porque o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), recorreu ao regimento interno, diminuindo o total de votos necessários para aprovação para maioria simples dos 431 presentes. Ele pode usar essa prerrogativa em dois projetos em tramitação, que não podem ser votados de imediato. Sem isso, seriam necessários 257 votos a favor — metade mais um dos 513 deputados. Antes da votação, Lira se reuniu com líderes partidários por três horas na sua residência oficial e fechou um acordo. Apesar disso, houve confusão no momento da votação e ele teve de pressionar os líderes, descartando a necessidade de votação nominal como pediam alguns, caso de Altineu Côrtes (PL-RJ). O relator do projeto, Orlando Silva (PCdoB-SP), vai ouvir todas as bancadas para apresentar uma nova versão ajustada do parecer amanhã, para ampliar o apoio. Já a votação do mérito do texto está prevista para terça-feira. (Metrópoles)

CPMI do golpe é oportunidade para reavivar extrema direita no debate público

Chico Buarque, nosso Camões

O artista que é o exato oposto da vulgaridade promovida pela extrema direita foi condecorado na véspera da Revolução dos Cravos, que libertou Portugal da ditadura salazarista. Chico alerta de como a ameaça fascista persiste no Brasil. Vale ouvi-lo.

STF torna réus 100 denunciados por tentativa de golpe

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem transformar em réus 100 denunciados por participação na tentativa de golpe de 8 de janeiro. Últimos a votar, os ministros André Mendonça e Kássio Nunes Marques, os dois indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, aceitaram a denúncia apenas contra os 50 presos na Praça dos Três Poderes no dia dos ataques, rejeitando-a no caso dos 50 detidos no dia 9 diante do QG do Exército em Brasília. Todos os outros oito ministros aceitaram a denúncia completa. Os 100 vão responder por associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado, mas não há data prevista para a conclusão do julgamento. Também ontem o relator Alexandre de Moraes votou para tornar réus outros 200 denunciados pela tentativa de golpe. A votação termina na noite do dia 2. (g1)

O Brasil Paralelo e a falsificação da realidade

Sabe o que o governo de Minas chamar Tiradentes de criminoso, o Brasil Paralelo e as hordas bolsonaristas dizendo que a esquerda patrocinou o 8 de janeiro têm em comum? Muito mais do que você imagina. Mesmo.

Quais os caminhos da CPMI?

No #MesaDoMeio desta terça (25), Pedro Doria, Mariliz Pereira Jorge e Christian Lynch comentam a corrida pela narrativa na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, ou apenas CPMI, que irá se debruçar sobre os atos terroristas de 8 de janeiro. Nosso trio também analisa a entrega do Prêmio Camões a Chico Buarque – com quatro anos de atraso. Há espaço, ainda, para os três destrincharem o PL das Fake News, que deve ser votado em regime de urgência no Congresso Nacional. Logo depois, no segmento exclusivo para assinantes premium, os três continuam o debate em uma sala reservada, de maneira mais intimista.

Rodrigo Lacerda e a nova edição de Rei Lear

No Pedro+Cora de hoje estamos com a presença ilustre do editor e escritor Rodrigo Lacerda, que acabou de traduzir o Rei Lear de William Shakespeare. Vem conferir esse papo, que não será só sobre Shakespeare.