Câmara aprova MP dos Ministérios e empareda Lula

Apesar da “insatisfação generalizada” com a articulação política do governo, como descreveu o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os deputados aprovaram, na noite de ontem, por 337 votos a 125, o texto-base da medida provisória que reorganiza os ministérios, mas esvazia as pastas do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas. O governo, no entanto, ainda corre contra o tempo: o Senado precisa votar o texto até as 23h59 de hoje, já que a MP caduca amanhã. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já marcou a sessão. A vitória na Câmara foi obtida em um dia marcado por muita tensão, em que Lira não poupou críticas ao governo. “O que há é uma insatisfação generalizada dos deputados — e talvez dos senadores, que ainda não se posicionaram — com a falta de articulação política do governo, não de um ou outro ministro”, disparou. Ele chegou a dizer que, se a MP não fosse aprovada ou votada, a Câmara não deveria ser responsabilizada, mas sim o governo. Para garantir a aprovação, Lula entrou pessoalmente na articulação política. À tarde, ligou para Lira e confirmou a liberação de recursos via emendas parlamentares. Também conversou com parlamentares como Elmar Nascimento (União-BA), líder da legenda na Câmara, e Isnaldo Bulhões, (MDB-AL), líder do partido e relator da MP no Congresso, conta Gerson Camarotti. O presidente ouviu as queixas sobre a lentidão na liberação de emendas e de cargos no governo e foi avisado de que essa seria a última grande carta de crédito da Câmara. Veja como cada deputado votou. (g1)

Gigantes de IA alertam para o fim da humanidade

Por que Sam Altman, CEO da OpenAI, Demis Hassabis, da DeepMind (Google), e outros 350 executivos e pesquisadores de inteligência artificial divulgaram uma carta alertando sobre a extinção da humanidade? Jogada de marketing ou premonição sobre o apocalipse? Cora Rónai e Pedro Doria explicam.

O Brasil precisa escolher entre a vanguarda e o atraso energético, diz Ilona Szabó

A Câmara quer tirar de Lula seu poder

O presidente Lula enfrenta dificuldades com a Câmara dos Deputados, está sendo acossado por Arthur Lira e vai precisar reinventar a governança no país. O único jeito vai ser aumentando o custo, para a Câmara, de chantagear o governo. Só que, para isso, Lula vai precisar mobilizar as vozes mais populares que fizeram parte de sua coalizão. Defendendo ditador e atacando a Amazônia, não conseguirá.

O STF e a chance de um salto civilizatório

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, pautou para amanhã, 1º de junho, a retomada do julgamento que pode descriminalizar o porte de drogas no Brasil. Essencialmente, o que está em jogo no julgamento é o artigo 28 da Lei de Drogas, dispositivo que criminaliza o usuário de drogas — ou seja, a pessoa que compra, guarda, mantém em depósito ou porta drogas para consumo próprio. Quem defende a descriminalização do porte de drogas afirma que o artigo 28 contraria a Constituição Federal por criminalizar atitudes que dizem respeito à vida privada. E mais: tende a punir em excesso um tipo específico de cidadão.

Brasil tem capacidade de ser uma potência verde, diz Ilona Szabó

No Conversas Com O Meio desta semana, o editor-chefe do Meio, Pedro Doria, recebe a cientista política e pesquisadora Ilona Szabó para um papo acerca de várias questões, dentre elas a política ambiental brasileira e os caminhos a se seguir pelo governo Lula, os desafios de uma transição energética responsável e justa e, também, o cenário da guerra às drogas, sobretudo com a expectativa do julgamento no STF que pode descriminalizar uso e porte para consumidores. __ CONVERSAS COM O MEIO

Câmara derrota governo mais uma vez e vota contra indígenas

A mobilização de ambientalistas e defensores dos direitos indígenas não surtiu efeito. A articulação política também não, e o governo amargou mais uma perda na Câmara. Por 283 votos a 155, os deputados aprovaram ontem o texto-base do projeto de lei que estabelece um marco temporal para terras indígenas. Após a análise de destaques, o texto segue para o Senado. O PL define 1988, ano em que a Constituição foi promulgada, como marco para demarcação de terras indígenas. Opositores avaliam que usar essa data como referência seria retroceder em relação às terras conquistadas. Já os defensores dizem que o texto garante “segurança jurídica”. O PL é uma resposta a um julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF), que avalia na semana que vem um recurso para impedir o marco temporal, estabelecido por entendimento anterior do próprio tribunal. O governo tentou convencer o STF a adiar o julgamento e retardar também a votação, mas falhou nas duas frentes. Pelo menos três partidos da base, PSD, PSB e MDB foram a favor do projeto. Veja como cada deputado votou. No Senado, segundo o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o texto deve passar por comissões antes de ir ao plenário. (Globo e g1)

Lula, e os direitos humanos na Venezuela?

A política externa do Brasil, guiada por Celso Amorim, é conduzida na linha do diálogo e do exemplo. Se Lula ignorar as violações de direitos humanos do governo de Nicolás Maduro e tachá-las de “narrativas”, está jogando fora o discurso que usou para se eleger e o ministério de notáveis que montou.

Por que é tão difícil implementar a reforma agrária?

É estrutural a desigualdade na distribuição de terras em nosso país. No âmbito das políticas públicas, no entanto, pouco tem sido feito para mudar este cenário ao longo dos séculos. Entenda a problemática neste episódio do Meio Explica.

Sob críticas, Lula recebe Maduro com pompa

“Momento histórico.” Foi como o presidente Lula classificou a primeira visita do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Brasil desde 2015. “É o começo da volta do Maduro”, afirmou o petista, que isentou o venezuelano da crise econômica e condenou as sanções contra seu regime. Lula não fez qualquer menção a violações de direitos humanos e políticos, como perseguição, prisão e tortura de milhares de opositores. E fez críticas às sanções contra Caracas. “É efetivamente inexplicável um país ter 900 sanções porque o outro país não gosta dele”, disse. “É culpa dos Estados Unidos, que fizeram um bloqueio extremamente exagerado.” Os dois tiveram uma reunião fechada e outra com a presença de ministros. Maduro participa hoje do encontro com líderes da América do Sul e vai propor que defendam a suspensão de todas as sanções e medidas unilaterais contra Venezuela, Cuba e Nicarágua. Para ele, essas políticas são uma forma de “chantagem do dólar”. Uma saída seria a utilização de outra moeda, como o yuan, ou do Banco do Brics. (Estadão)