Que saudades do Burning Man!

Nos últimos dias, a internet foi inundada pela tragédia que aconteceu do festival Burning Man, em Nevada, nos Estados Unidos. Uma chuva sem precedentes tornou o evento de contracultura em um total desastre. Mas o que é, de fato, o Burning Man? Por que ele foi criado? Pedro e Cora estão bem nostálgicos e vão contar tudo

IA mostra que o Brasil anda em círculos

Hoje, um Ponto de Partida diferente — três histórias do passado brasileiro que, se contadas como se fossem hoje, soariam de todo familiares. Uma mostra de que, por um lado, andamos em círculo nos últimos cento e tantos anos. E, para recontar, uma ajudinha da inteligência artificial.

Recontando e recalculando a história do PIB brasileiro, com Edmar Bacha

No Conversas com o Meio desta semana, Pedro Doria recebe o economista Edmar Bacha, ex-presidente do IBGE e um dos pais do Plano Real. O principal tema foi o artigo de coautoria lançado recentemente, intitulado "Reestimativa do crescimento do PIB brasileiro de 1900 até 1980", e como ele lança uma nova luz sobre a história econômica brasileira. Além disso, os principais desafios para a economia no atual governo, incluindo as taxas de tributação, também foram destaque nesta entrevista. Confira.

Lula III, um governo de ‘restauração’

Foi em 2017 que publiquei um artigo na revista Insight Inteligência, comparando pela primeira vez a instabilidade política desencadeada pelas jornadas de 2013 e, depois, pela Lava Jato, a uma espécie de revolução branca, que denominei então “judiciarista”. O artigo acusava a existência na origem de uma crise de legitimidade do poder, decorrente do desgaste do modelo de governabilidade vigente, no qual o presidencialismo de coalizão autorizava a comprar maiorias congressuais independentemente da ideologia. O artigo também fazia paralelos com a revolução francesa: depois do início confuso das jornadas de 2013, viera uma fase radical ou jacobina, com a deposição do governante símbolo do “Antigo Regime” — o impeachment de Dilma fazendo as vezes da execução de Luís XVI na guilhotina. Eu fazia uma comparação do governo Temer ao período do Diretório ou do Termidor: época em que uma oligarquia moderada e corrupta tentara infrutiferamente “esfriar” a revolução, sendo atacada pelos radicais jacobinos e pelos reacionários saudosos do Antigo Regime. Um ano antes da eleição de Bolsonaro, o artigo terminava com uma advertência: a exasperação e o cansaço da população levaria a um desejo geral de encerrar a revolução e restabelecer a ordem pelo recurso à ditadura de autocrata carismático. Um Bonaparte. Depois, publiquei outro artigo, em que fazia uma sátira de Bolsonaro como “o falso Bonaparte”. Hoje, gostaria de retomar as analogias com a revolução francesa para pensar o momento em que vivemos.

Exigências do PP travam reforma ministerial

Após mais um dia de muitas reuniões e negociações, a entrada do Centrão no governo segue em aberto. O PP fez novas exigências. Para aceitar o Ministério do Esporte, de Ana Moser (sem partido), é preciso turbiná-lo com quatro novas secretarias para destinação de emendas parlamentares. A pasta ficaria com André Fufuca (PP-MA). O presidente Lula se reuniu com a ministra para comunicá-la da necessidade de substitui-la, mas, segundo assessores, disse que ainda não tomou uma decisão. Ele sinalizou que quer se reunir com ela novamente hoje. O PP também quer a troca imediata na Caixa Econômica Federal, substituindo a atual presidente, Rita Serrano, pela ex-deputada federal Margarete Coelho (PP-PI). Para a sacramentar a entrada do Republicanos, Lula precisa alinhar as mudanças com o PSB. Por isso, reuniu-se com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e com Márcio França para que ele abra mão do Ministério de Portos e Aeroportos para Silvio Costa Filho (Republicanos-PE). O destino de França é um dos problemas. Suas opções são a nova pasta da Micro e Pequena Empresa, ainda não criada, ou o Ministério de Ciência e Tecnologia, tirando Luciana Santos (PCdoB), que sairia do governo ou seria remanejada para outro ministério. (g1)

O 7 de Setembro e os desfiles de poder

No primeiro 7 de Setembro de seu atual governo, Lula tenta limpar a imagem do dia festivo, que foi sequestrado pela extrema direita nos últimos quatro anos. O cientista político Christian Lynch compara os desfiles que acontecem por todo o país com os de Paris, com tanques e militares desfilando pelas ruas. No MesaDoMeio, ele explica que uma das ideias do evento é demonstrar a força do Estado. Apesar da presença das Forças Armadas, a diferença em relação ao Brasil é que, na França, as armas “estão relacionadas com a sustentação da República”. “A República se materializa no Estado, mas ela tem povo dentro, tem conteúdo. Aqui, no Brasil, tem o Estado porque supostamente o povo não presta e por isso as Forças Armadas têm de representar o Estado porque não tem uma nação que preste.”

7 de Setembro: boicote ou volta às ruas?

No #MesaDoMeio desta semana, Pedro Doria, Mariliz Pereira Jorge e Christian Lynch falam sobre as expectativas em torno deste 7 de Setembro. No ano passado, a data foi marcada pelo então presidente Jair Bolsonaro ter se chamado de imbrochável, pedido votos e atacado Lula. Agora, os bolsonaristas promovem um boicote aos desfiles da independência. O que será que as Forças Armadas pensam sobre isso?

O mérito dos super-ricos

Dá pra defender que super-rico não deve ser taxado como os demais investidores? Se eles tiverem o senso de que qualquer virtude vai além das conquistas, tem de passar necessariamente pelo que se dá de volta, não dá. Mas a história da Humanidade mostra como é difícil trazer parte da elite pra mesa pra conversar sobre privilégios — e ônus na construção de uma democracia.

Telas interligadas viram meio de comunicação do nosso tempo

No programa desta terça (5), Cora Rónai e Pedro Doria falam sobre o tempo gasto em frente às telas e como otimizar o consumo de informações. Os jornalistas dão dicas de aplicativos para sublinhar textos, separar áudios de podcasts e organizar os conteúdos consumido no celular, além de discorrerem sobre as consequências de um mundo em que a tela virou presença universal.

Embarque do Centrão no governo deve ser formalizado hoje

A minirreforma ministerial deve finalmente ser concluída hoje. Foi o que afirmou ontem o ministro da Secretaria Especial de Comunicação Social, Paulo Pimenta. “As conversas estão acontecendo. Acredito que nas próximas horas nós vamos poder concluir esse processo todo”, disse. Os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) devem assumir, respectivamente, os ministérios do Esporte — que deve ser turbinado ao incorporar a regulação de apostas online — e de Portos e Aeroportos. Mas, para bater o martelo e oficializar o embarque do Centrão, Lula precisa conversar com o vice-presidente Geraldo Alckmin sobre o futuro no governo do seu partido, o PSB. Para dar lugar a Costa Filho, o atual ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), terá de ser acomodado em outra pasta. Ciência e Tecnologia, de Luciana Santos, é uma possibilidade. Além de falar com eles dois, Lula também tem de conversar com a ministra Ana Moser (Esportes). França também pode assumir o Ministério da Indústria e Comércio Exterior, de Alckmin. A falta de interesse do Centrão deve fazer com que a pasta da Micro e Pequena Empresa, anunciada na semana passada pelo presidente, fique no papel. (g1)