Meio

Longas prisões preventivas culminando em delações premiadas, concentração de poderes em um único juiz, cruzamento de investigações, “pescaria de provas”. Métodos da operação Lava-Jato, já criticados à época, estão sendo retomados nas investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu entorno. Um exemplo é o tenente-coronel Mauro Cid, preso em maio por inserção de dados de vacinação falsos de Bolsonaro no sistema do Ministério da Saúde. O antigo ajudante de ordens só deixou a prisão em setembro, após um acordo de delação premiada supostamente citando o ex-presidente nua série de outros crimes. Advogados também reclamam que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que concentra praticamente todas as ações contra o grupo, expede mandados de busca e apreensão relativos a fatos antigos com objetivo de coletar provas para outras ações, a chamada “pescaria de provas”. (Folha)

O prêmio Nobel de Medicina deste ano foi para a húngara Katalin Karikó e o americano Drew Weissman, ambos da Universidade da Pensilvânia, por sua pesquisa que permitiu o desenvolvimento de vacinas de RNA mensageiro (mRNA) contra a covid-19. A decisão foi anunciada na manhã desta segunda-feira pela organização do prêmio. A descoberta da dupla aconteceu há 15 anos, quando encontraram uma forma de modificar o RNA mensageiro, molécula que transporta instruções para a construção de proteínas do DNA de uma célula até suas máquinas de construção molecular. Karikó trabalhava para o laboratório alemão BioNTech quando aconteceu a pandemia, e suas descobertas permitiram o rápido desenvolvimento da vacina de mRNA em parceria com a Pfeizer. Os prêmios de Física, Química, Literatura e Paz serão anunciados ao longo desta semana; o de Economia, na próxima segunda-feira. (g1)

Com o objetivo de enxugar o número de carreiras do serviço público federal, o Ministério da Gestão e da Inovação elabora um estudo para uma reforma administrativa da gestão Lula. As mudanças devem atingir servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário no âmbito federal e preveem a fusão ou eliminação de carreiras. Se hoje há cerca de 150 carreiras, a ideia é que esse número caia para 20 ou 30, segundo Francisco Gaetani, secretário da pasta, em entrevista ao Globo. A proposta deve impactar principalmente os servidores mais recentes e novos entrantes dos concursos autorizados em 2023. Além do redesenho de carreiras, o governo estuda reduzir o salário inicial de novos servidores e permitir a contratação de trabalhadores com carteira assinada na administração de estatais, autarquias e fundações. Também faz parte do pacote de medidas a revisão de regras de contratos temporários e benefícios. (O Globo)

Projetos no Legislativo preveem novos gastos de até R$ 24 bilhões. Boa recuperação de cirurgia faz Lula ter alta antecipada em Brasília. Investigação da morte de Marielle e Anderson passa para o STJ. E o U2 inaugura em Las Vegas a casa de shows mais cara e tecnológica do mundo.

Zerar o déficit público em 2024. Esse é um dos mantras do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O Congresso, no entanto, não parece disposto a facilitar sua vida. Tramitam no Legislativo propostas que podem provocar uma conta extra de R$ 24 bilhões.

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, disse neste domingo que o governo pretende aprimorar a eleição unificada de conselheiros tutelares para, entre outros pontos, mudar a forma de divulgar candidatos. Após votar na Zona Norte de São Paulo, Almeida negou ter reservas a candidatos declaradamente conservadores, pois, para ele, o que importa é que mantenham compromisso com a defesa dos direitos de crianças e adolescentes e sigam os princípios da lei. “É parte da democracia [ter] candidaturas com um perfil mais conservador, mais progressista, de pessoas que professem uma fé, que tenham uma religião. E também pessoas que não tenham nenhuma religião”, afirmou. O ministro disse que pretende também melhorar a atuação dos conselheiros tutelares. (Poder 360)

“Acho uma total falsidade as pessoas pedirem um freio na IA. Ela não vai parar”, diz Pat Gelsinger, CEO da Intel. Em entrevista a Cora Rónai, o executivo criticou o manifesto de 200 empresas e personalidades pedindo uma moratória no desenvolvimento de inteligência artificial. “É como dizer: ‘Parem a Renascença, nós não queremos que as pessoas sejam educadas, não queremos inovação’”, afirma. Em vez disso, ele defende melhor tecnologia e uma regulamentação inteligente. “Qualquer tecnologia, sem controle, pode ser usada para o bem ou para o mal. É nossa obrigação moldar a IA como uma força para o bem”, conclui. (Globo)

Bernard Arnault, dono da grife Louis Vuitton, está sendo investigado pela Procuradoria de Paris por suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo o oligarca russo Nikolai Sarkisov. Arnault possui uma fortuna estimada em US$ 187,6 bilhões (R$ 939 bilhões), o que lhe qualifica, no ranking da Forbes, como segunda pessoa mais rica do mundo, atrás apenas de Elon Musk. O jornal Le Monde teve acesso a um relatório da unidade de inteligência financeira do Ministério da Economia francês, que apontam que o oligarca russo teria comprado 14 propriedades na França em 2018 por 16 milhões de euros (cerca de R$ 85,2 milhões), através de uma rede complexa de empresas na França, Luxemburgo e Chipre. E para financiar essas operações, Arnault teria pago a Sarkisov 18,3 milhões de euros (R$ 97,5 milhões) antes de recomprar todas as ações da La Flèche, tornando-se o beneficiário efetivo das propriedades. A defesa do bilionário francês, por sua vez, afirmou no sábado (30), que as acusações contra ele de suposta lavagem de dinheiro são “infundadas”. (O Globo)

Com o voto do ministro Cristiano Zanin no plenário virtual, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou neste domingo maioria para condenar mais cinco acusados de participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. João Lucas Vale Giffoni, Jupira Silvana Da Cruz Rodrigues, Nilma Lacerda Alves, Davis Baek e Moacir José dos Santos são réus por cinco crimes, incluindo golpe de Estado, dano ao patrimônio da União e associação criminosa armada. Votaram pela condenação o relator, Alexandre de Moraes, e os ministros Edson Fachin, Rosa Weber, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Zanin. Este, porém, divergiu da pena proposta por Moraes, 12 a 17 anos de prisão. O julgamento termina nesta segunda-feira. (CNN Brasil)