Embaixador palestino condena violência, mas destaca que Israel a usa desde 1948

Embaixador palestino no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben acompanha a contraofensiva de Israel na Faixa de Gaza da Cisjordânia. Em entrevista à Veja, ele afirma que os palestinos são contrários à violência e que a única solução para o conflito é a paz, mas destaca que, desde 1948, Israel pratica a violência. “Nós não aprovamos a violência de nenhuma maneira. A violência não pode ser um método para resolver a questão palestina. Quem está praticando a violência é Israel, desde 1948, forçando os palestinos a viverem em campos de refugiados”. Ele também exorta a comunidade internacional: “Ao invés de estar alimentando este conflito — estou me referindo particularmente aos Estados Unidos —, deve-se esforçar para apagar o fogo. É hora de pôr fim a este conflito. Israel e Palestina devem coexistir em paz, harmonia e cooperação”. (Veja)

Onze funcionários da ONU morreram desde sábado nos ataques aéreos a Gaza

Ao menos 11 funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) foram mortos desde sábado em ataques aéreos de Israel a Gaza. “Estou muito triste em confirmar que 11 colegas da UNRWA foram mortos desde 7 de outubro na Faixa de Gaza”, disse Jenifer Austin, vice-diretora da UNRWA em Gaza. “Entre eles havia cinco professores de escolas da UNRWA, um ginecologista, um engenheiro, um psicólogo e três funcionários de apoio. Alguns foram mortos em suas casas com suas famílias”, acrescentou. A agência alertou que o conflito “forçou o fechamento de seus 14 centros de distribuição de alimentos, bem como a redução das operações”. O secretário-geral da ONU, António Guterres, também se manifestou sobre as mortes: “Lamento profundamente que alguns dos meus colegas já tenham pagado o preço final. Não há tempo a perder; cada momento conta”. (CNN)

Estado de Utah, nos EUA, processa TikTok por seu algoritmo “viciar” crianças

O estado de Utah, nos Estados Unidos, entrou com um processo contra o TikTok alegando que a plataforma de vídeos prejudica crianças ao mantê-las por longos períodos no app através de seu algoritmo. Segundo a ação, movida no tribunal estadual, a plataforma tem “algoritmos altamente poderosos e recursos de design manipuladores” que são capazes de “fisgar” jovens a partir de mecanismos “similares aos de máquinas caça-níqueis”. A ação também alega que o aplicativo não oferece um ambiente digital seguro e “engana consumidores sobre o seu grau de relacionamento” com a desenvolvedora chinesa ByteDance, que já foi acusada de espionagem e de coleta de dados de norte-americanos. Com o processo, o estado de Utah quer proibir o TikTok de violar a lei estadual que protege os consumidores de práticas comerciais enganosas. Depois que outro estado americano, Montana, proibir o download do aplicativo a partir do ano que vem, outros governos locais também se juntaram à ação, pedindo que o juiz responsável pelo processo de proibição rejeite as contestações legais protocoladas pela rede social. A Justiça deve ouvir os argumentos do TikTok nesta semana. (Olhar Digital e Mundo Conectado)

Congressista dos EUA confirma alerta do Egito sobre ataque a Israel

O deputado republicano Michael McCaul, presidente da Comissão de Assuntos Exteriores da Câmara dos EUA, confirmou nesta quarta-feira que o Egito alertou Israel sobre a possibilidade de um ataque com três dias de antecedência. “Não vou entrar em detalhes por questões de sigilo, mas o aviso foi dado”, disse ele. “Acho que a questão é em que nível isso aconteceu.” A informação de que a inteligência egípcia havia alertado Israel e sido ignorada começou a circular na segunda-feira, sendo negada por Tel Aviv. (Haaretz)

Cúpula da Comissão de Direitos Humanos pretende enterrar veto ao casamento gay

Formada majoritariamente por parlamentares de esquerda, a cúpula da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara repudiou o projeto aprovado na Comissão de Previdência, controlada por conservadores, proibindo o casamento entre pessoas do mesmo gênero. A CDH é a próxima escala do projeto, que também terá de passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de chegar ao plenário. A deputada Érika Hilton (PSOL-SP), uma das vice-presidentes da Comissão de Direitos Humanos, disse que o grupo ainda não decidiu se altera o texto para incluir o casamento do mesmo gênero na legislação ou se simplesmente enterra o projeto. Para especialistas, a proibição é inconstitucional, pois retira direitos da comunidade LGBTQIA+ já reconhecidos em jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). (g1)

Exxon compra a rival Pioneer por US$ 60 bilhões

A petroleira americana ExxonMobil anunciou hoje a compra da rival Pioneer por US$ 59,5 bilhões (R$ 299,73 bilhões). Trata-se do maior negócio da Exxon desde a fusão com a Mobil, em 1998, quando fechou a aquisição por US$ 82,8 bilhões. No acordo, os acionistas da empresa adquirida receberão 2,3234 ações da ExxonMobil para cada ação da Pioneer. A operação ainda está sujeita a aprovações regulatórias e dos acionistas. A previsão é que o negócio seja concluído no primeiro semestre de 2024. Com a compra da Pioneer, a Exxon pode dobrar sua produção de combustíveis fósseis. Juntas, as empresas terão cerca de 16 bilhões de barris equivalentes de recursos de petróleo na bacia do Permiano, nos EUA. O negócio acontece em meio às crescentes preocupações globais com as mudanças climáticas e discussões sobre a transição energética do setor petrolífero. Nesta quarta-feira, o presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, e dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), defenderem medidas para reduzir a emissão de carbono no mundo. Em evento no Marrocos, as autoridades sugeriram a cobrança de impostos e a limitação de investimentos em combustíveis fósseis. (Seu Dinheiro e Folha)

Lula pede ação da ONU para encerrar ‘violação de direitos humanos’ no Oriente Médio

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou sua conta no X, o antigo Twitter, para fazer um apelo à ONU e à comunidade internacional por uma “intervenção humanitária” para “pôr fim à mais grave violação aos direitos humanos no conflito no Oriente Médio”. Lula disse que o Hamas precisa libertar as crianças que estão entre os cerca de 150 reféns tomados pelo grupo terrorista durante os ataques do fim de semana a Israel. E também que o governo israelense deve interromper os bombardeios à Faixa de Gaza para permitir a saída de mulheres e crianças da região. “É preciso que haja um mínimo de humanidade na insanidade da guerra”, afirmou. (UOL)

“O fascismo nasce quando há crise da democracia liberal”, diz Fernando Rosas

Autor de "Salazar e os Fascismos", o professor português Fernando Rosas é o entrevistado desta semana no Conversas com o Meio. No assunto, como o fascismo se tornou uma alternativa no entreguerras e em momentos de crise do sistema capitalista nos países centrais. A entrevista também aborda uma análise sobre as novas alternativas que a extrema direita tem ofertado às encruzilhadas vividas pelo mundo na periferia do capitalismo global.

Netanyahu e líder opositor aceitam formar governo de coalizão, diz jornal

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acertou com Benny Gantz, líder do partido oposicionista Unidade Nacional, a formação de um governo de emergência para lidar com a guerra contra o grupo terrorista Hamas. A informação é do jornal israelense Haaretz, citando fontes do Likud, o partido conservador do premiê. Netanyahu, Gantz e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, formarão o gabinete de guerra, tendo conselheiros o ministro de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, e o ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas Gadi Eizenkot, do partido de Gantz. O Unidade Nacional terá ainda cinco ministros sem pasta. Netanyahu vem sendo cobrado desde os ataques do Hamas a formar um gabinete de união nacional, tirando do centro das decisões seus aliados ultrarreligiosos e de extrema direita. O governo, porém, ainda não confirmou a notícia. (Haaretz)

O Pogrom do Hamas

No sábado aconteceu o maior atentado à vida de judeus indefesos desde a Segunda Guerra Mundial.

Sem assimilarmos esta frase, esta informação, a percepção do tamanho do que houve, não é possível sequer começar a compreender o impacto do que foi o 7 de outubro de 2023 em Israel. Porque há, simultaneamente, duas dimensões no ataque do Hamas.

Uma é de um ataque político com o objetivo de impedir a solução de paz pelo caminho da formação de dois países, um Israel, outro a Palestina. Esta negociação, no momento, sequer está na mesa. Mas retornar às conversas de 2000 em Camp David, quando Bill Clinton, Ehud Barak e Yasser Arafat se sentaram juntos e saíram sem acordo ajuda muito a compreender por que o Hamas escolheu agir neste momento. Pelo lado político.