“‘Enredos da Liberdade’ é um exercício de memória política”, diz criador da série

Um dos mais recentes sucesso da GloboPlay é a minissérie "Enredos da Liberdade", criada pelo sociólogo Rodrigo Reduzino e dirigida pela cineasta Luís Carlos de Alencar. Guiada por entrevistas com sambistas "velha guarda", a obra passa pelos anos de redemocratização no Brasil e pela importância da maior manifestação cultural brasileira nesse processo. No Conversas com o Meio desta semana, a repórter especial Luciana Lima recebe os dois para entender melhor o contexto de idealização da série documental, que analisa por meio de entrevistas a resistência à Ditadura Militar a partir dos sambas-enredos que ganharam a Sapucaí durante os anos 1980.

A cor dessa cidade

Há dois momentos cruciais em que os moradores das grandes cidades olham para elas realmente com olhos de enxergar: no Carnaval e nas eleições municipais. No primeiro, aquela ocupação festiva de espaços normalmente hostis aos cidadãos projeta a sensação de que é possível ser feliz ali, apesar de tudo. No segundo, a frustração com o que gestores públicos são capazes de entregar para melhorar a experiência de quem vive nesses conglomerados urbanos faz sonhar com uma existência bucólica mais tranquila, que sequer existe mais. Para pular do desencanto à retomada das cidades, é preciso mudar o jeito de entendê-las. Elas são processos, não projetos. É assim que o arquiteto e urbanista Washington Fajardo as compreende. “Essa ideia de que a cidade é um projeto com início, meio e fim é a base do pensamento urbano modernista. A noção de que a cidade fica pronta. A cidade é um processo constante de transformação, de reciclagem, de renovação.”

Voa Brasil só reúne passagens que já custam até R$ 200

Na teoria, o programa Voa Brasil, anunciado há quase um ano e ainda não implementado, foi concebido para baratear os preços das passagens aéreas. Na prática, porém, ele reunirá apenas bilhetes que já custam até R$ 200, que corresponderam a 14,9% de todas as passagens vendidas no país em 2023, segundo a Anac. Como não há subsídios federais, o governo não conta com ferramentas para forçar uma redução nas tarifas, que continuarão a ser determinadas livremente pelas empresas. Cada empresa teria um compromisso de oferecer determinada cota de passagens a esse preço. O programa funcionaria como um agregador desses bilhetes a ser acessado pelo público alvo, aposentados do INSS que ganham até dois salários mínimos e estudantes do ProUni. (Folha)

Para PF, mensagem de Braga Netto é elo entre golpe e 8/1

A Polícia Federal acredita já ter a conexão entre a ideia de golpe, tratada numa reunião ministerial em julho de 2022, e a invasão das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro do ano passado. A principal ligação seria uma mensagem do general Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL), enviada em 27 de dezembro, após a eleição. Respondendo a uma pergunta de um assessor de Bolsonaro sobre um currículo, o general escreveu “se continuarmos, poderia enviar para a Sec. Geral”, dando a entender que via a possibilidade de o então presidente permanecer no poder, mesmo derrotado nas urnas. Além disse, Braga Netto, segundo as investigações, se empenhou em pressionar militares que não aceitavam aderir a uma tentativa de golpe. (Folha)

Morre o economista Affonso Celso Pastore, ex-presidente do BC

Morreu nesta quarta-feira, em São Paulo, o economista Affonso Celso Pastore, que presidiu o Banco Central entre 1983 e 1985, últimos anos da ditadura militar. Ele tinha 84 anos e não resistiu a uma operação a que fora submetido no sábado. O paulistano Pastore era formado pela USP, onde também fez seu doutorado, e começou na vida pública em 1966, como assessor de Delfim Neto na Secretaria de Fazenda de São Paulo, seguindo com ele para o Ministério da Fazenda no ano seguinte. Fora do setor público desde sua saída do BC, fundou a consultoria A. C. Pastore & Associados, além de escrever livros e colunas em jornais. Em 2021, ensaiou uma volta à política ao assessorar o hoje senador Sérgio Moro (UB-PR) em sua abortada candidatura à presidência. (Estadão)

Beyoncé é a primeira mulher negra a liderar a parada de country nos EUA

Beyoncé escreveu mais um capítulo na música dos EUA a se tornar a primeira mulher negra a liderar a parada de country music – gênero associado prioritariamente a homens brancos. Seu novo single, Texas Hold ’Em (Spotify) estreou como número um da lista Hot Country Songs, da revista Billboard. Antes dela, apenas uma cantora, Taylor Swift, havia ocupado esse posto sem ser em dueto com um homem. Mas a conquista não parou por aí. Beyoncé também é a primeira mulher a ter no currículo o primeiro lugar nas paradas country e R&B/Hip-Hop, igualando o feito de quatro homens: Morgan Wallen, Justin Bieber, Billy Ray Cyrus e Ray Charles. Além de Texas Hold ’Em, a outra canção country dela, 16 Carriages (Spotify), também está bem colocada da parada, em nono lugar. (CNN)

Xa comigo!

Senado aprova fim da ‘saidinha’ de presos, mas Lula deve vetar

Aprovado por 62 votos a dois, o projeto sofreu modificações e vai passar novamente pela Câmara. Planalto e especialistas dizem que mudança dificulta ressocialização de presos e que 95% dos beneficiados voltam para cumprir a pena. Ministério da Justiça afasta a cúpula da penitenciária de Mossoró. Sam Mendes vai dirigir quatro filmes sobre cada um dos Beatles. E Musk diz que homem com chip no cérebro já consegue mover cursor de mouse com o pensamento.

Pacheco cobra desculpas de Lula por fala sobre Israel

Em sessão deliberativa ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), repudiou a fala do presidente Lula comparando a ação de Israel em Gaza ao Holocausto. Considerando a declaração equivocada e inapropriada, o chefe do Legislativo cobrou que o governo se desculpe com o Estado judeu.

Senado aprova fim das ‘saidinhas’, mas Lula deve vetar

O Senado aprovou nesta terça-feira o texto principal do projeto de lei que acaba com as chamadas “saidinhas”, quando presos são libertados temporariamente em datas festivas. Ainda será necessária a votação dos destaques. Embora o texto deva voltar para a Câmara, por ter sido modificado, já é praticamente certo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai vetá-lo, caso aprovado, conta Valdo Cruz. O Planalto, os especialistas em segurança e até o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), avaliam que o projeto prejudica a ressocialização de presos e aumenta a tensão nas penitenciárias. Além disso, números mostram que 95% dos detentos beneficiados com a “saidinha” no Natal de 2023 retornaram para cumprir a pena. A ideia do Executivo e de Pacheco é, após o veto, apresentar um outro projeto tornando mais rígidas as normas do benefício, proibindo, por exemplo, que seja concedido a líderes de facções criminosas. (g1)