Silveira reconhece que há conflito com presidente da Petrobras

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reconheceu em entrevista à Folha que há um conflito entre seu papel e o do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, mas que os dois têm uma relação pessoal muito boa. “Sempre tive debates acalorados, verdadeiros. Mas debates transparentes sobre o que eu, como governo, defendo na Petrobras; e o presidente da Petrobras, naturalmente, (defende) como presidente de uma empresa. Os papéis são diferentes. Por isso há um conflito”, disse. Silveira afirmou que a diretoria da estatal deve ser respeitada sempre, mas evitou comentar se Prates está fazendo uma boa gestão, deixando essa avaliação para o presidente Lula. Acrescentou que a petroleira será a empresa mais valorizada na Bolsa no terceiro governo Lula e que não faz questão de indicar nomes para a estatal, mas que não abre mão de sua autoridade. “O dia em que você abre mão por um segundo da sua autoridade você nunca mais recupera. Então, a autoridade que me é delegada — e autoridade não é arrogância — eu não transigirei em executar.” (Folha)

Brasil vai voltar a ter fabricação própria de insulina

Após a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na terça-feira, o Brasil vai voltar a produzir insulina glargina, utilizada no tratamento de diabetes tipo 1. O produto será fabricado em território nacional pela empresa de biomedicina Biomm, que ficará responsável pelas etapas de formulação e envase. Até então, apenas a China fazia as doses. A fábrica de Nova Lima, em Minas Gerais, tem capacidade para produzir 20 milhões de unidades de carpules e canetas anualmente. O Brasil é o quinto país com mais casos da doença no mundo, com 15,7 milhões de pacientes adultos, segundo o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). (Globo)

Campos Neto defende antecipar início da transição na presidência do BC

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, defendeu nesta quarta-feira que o processo de transição no comando da autarquia seja antecipado. Ele ficará na presidência até 31 de dezembro deste ano, e o próximo presidente deve ser sabatinado pelo Congresso, que entra em recesso ao fim de 2024. "Seria bom fazer a sabatina este ano. Se um diretor for presidente interino, ele tem que passar por sabatina também", disse o economista durante evento do Bradesco BBI em São Paulo. Campos Neto também afirmou que irá fazer uma "transição mais suave possível" para o próximo presidente, fazendo alusão à passagem do governo Bolsonaro para o governo Lula. Atual diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo é um dos mais cotados. No evento, Campos Neto também afirmou que a intervenção cambial feita pela autoridade monetária nesta semana “não teve nada a ver” com o movimento do câmbio, que é flutuante. Na terça-feira, a autoridade monetária fez um leilão de swap cambial extraordinário, após o preço do dólar fechar acima de R$ 5, maior patamar desde outubro. (Folha)

Opep+ mantém cortes na produção de petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) decidiu manter o corte na produção de petróleo durante o primeiro semestre, mesmo em meio à allta de preços. O grupo liderado pela Arábia Saudita descartou mudanças de política em sua reunião de revisão nesta quarta-feira. Com a decisão, serão cerca de 2 milhões de barris produzidos a menos por dia até o final de julho. Com a demanda em alta por combustíveis e os cortes na produção, a cotação do barril de Brent subiu para US$ 89,87, o nível mais alto desde outubro. Para analistas, o déficit poderá fazer com que a cotação do petróleo chegue a US$ 100 o barril. A Opep, formada por 22 países, irá se reunir em sua sede em Viena até junho para decidir se continuará com os cortes de oferta no segundo semestre. (Bloomberg Línea)

‘Só evitaremos novos golpes se alterarmos o artigo 142’, diz Carlos Fico

Historiador e professor da UFRJ explica como os militares exercem o intervencionismo e enxergam sua função no Brasil desde a Proclamação da República e defende que equação para encerrar esse ciclo depende do Congresso e da sociedade civil.

WhatsApp testa novo layout e ferramentas para os Status

O WhatsApp está testando um novo layout e novas funções para aprimorar a interação do usuário com os Status, ferramenta semelhante ao Story do Instagram, também da Meta. Segundo o WABetaInfo, a ideia é organizar a aba de “Atualizações”, onde também ficam os “Canais”, e deixar a interação com os status mais parecida com os Stories do Instagram. O aplicativo de mensagens também testa um botão de curtir nos Status, além de um botão de reação. (WABetaInfo)

Embaixada da Hungria demite dois brasileiros após vazamento do vídeo de Bolsonaro

A embaixada da Hungria demitiu na terça-feira dois funcionários brasileiros, uma semana após a publicação pelo New York Times de um vídeo mostrando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegando na representação diplomática. O motivo da exoneração não foi divulgado. Muito próximo do governo de extrema direita húngaro, Bolsonaro chegou à embaixada na noite de 12 de fevereiro, horas depois de convocar um ato de apoiadores na Avenida Paulista. Ele foi recebido pelo embaixador Miklós Halmai e passou duas noites no local. Os advogados do ex-presidente negam que ele tenha procurado refúgio contra um eventual pedido de prisão – embaixadas são, por lei internacional, território do país que representam. (Globo)

O fantasma do poder moderador

A construção do Estado nos países europeus se deu em torno da figura o rei, que concentrava em sua pessoa a soberania monárquica. Nas repúblicas americanas, aquela tarefa foi mais difícil porque a lógica autoritária, que impunha concentrar o poder em torno do presidente na capital do país, era desmentida por constituições liberais que preconizavam sua dispersão em benefício do legislativo, do judiciário e das províncias. Agravava a tarefa sua insuficiente legitimidade em um mundo como o da América ibérica do século 19, no qual já não podia haver a legitimação tradicional do monarca absoluto, mas ainda não se desenvolvera a legitimidade puramente racional-legal do presidente. Dessa tensão decorreu a constante instabilidade política e constitucional do século 19 nas repúblicas vizinhas. O Brasil discrepou nesse contexto por ter construído seu Estado sob o regime de uma monarquia constitucional que, reconhecendo a soberania da nação, manteve como seu primeiro representante o herdeiro tradicional da Coroa. A conciliação tornou comparativamente menos traumática a transição para o Estado independente.

Microsoft poderia ter evitado ataque hacker chinês que acessou e-mails do governo, diz relatório dos EUA

Um relatório divulgado pelo Conselho de Revisão de Segurança Cibernética dos EUA (CSRB, na sigla em inglês), mostrou que a Microsoft poderia ter evitado que hackers chineses acessassem e-mails do governo por meio do software Microsoft Exchange. No ataque, que aconteceu no ano passado, os criminosos tiveram acesso às caixas de entrada de 22 organizações, afetando mais de 500 pessoas, incluindo funcionários da segurança nacional no governo americano. Para o CSRB, “uma série de decisões da Microsoft contribuíram para uma cultura corporativa que despriorizou os investimentos em segurança empresarial e gestão rigorosa de riscos”. Em janeiro deste ano, a big tech foi alvo de outro ataque de um grupo ligado à Rússia, que acessou contas de funcionários de segurança cibernética e jurídica. (The Verge)

Delação liga Rui Costa a compra suspeita de respiradores

Um dos responsáveis pela articulação política do governo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, está sendo investigado pela Polícia Federal por suposto envolvimento em irregularidades na compra de respiradores quando era governador da Bahia, conta Aguirre Talento. O nome de Costa surgiu na delação premiada da empresária Cristiana Prestes Taddeo, da Hempcare, empresa que recebeu R$ 48 milhões por respiradores durante a pandemia, mas não entregou nenhum aparelho. Ela disse que o negócio foi intermediado por um empresário baiano que se apresentava como amigo de Costa e cobrou R$ 11 milhões pela “assessoria”. Em outro depoimento, o ex-secretário da Casa Civil da Bahia Bruno Dauster disse que o negócio foi fechado por ordem do então governador. Em nota, Costa diz que mandou abrir investigação quando os respiradores não foram entregues e negou irregularidades na contratação. (UOL)