Como Kamala e Trump estão se preparando para o debate de terça-feira

Às 22h de terça-feira (horário de Brasília), a ABC News receberá Kamala Harris e Donald Trump para o segundo debate da corrida presidencial americana – o primeiro entre os dois –, mediado pelos jornalistas David Muir e Linsey Davis. E os candidatos estão se preparando de formas radicalmente opostas para a grande noite na Filadélfia. Enquanto Trump responde informalmente a perguntas de seus assessores, Kamala está concentrada com sua equipe em um hotel de Pittsburgh, onde há um palco com uma réplica de iluminação de TV e até um professor de teatro formado no método de Lee Strasberg, fundador da escola de atuação Actors Studio, em Nova York. Vestindo terno e gravata, ele interpreta Trump na preparação da democrata, que pretende provocar o ex-presidente, em vez de esperar ser provocada, mas manter uma postura tranquila e presidencial. (New York Times)

Telegram vira lugar ideal para criminosos e terroristas, revela investigação

Uma investigação de quatro meses do New York Times, analisando mais de 3 milhões de mensagens em mais de 16 mil canais, revela que o Telegram se tornou o lugar ideal para prática de atividade criminosa, desinformação, material de abuso sexual infantil, terrorismo e incitação racista. A empresa de Pavel Durov tem feito vista grossa à medida que essas atividades cresciam no aplicativo de mensagens. O levantamento encontrou 1.500 canais operados por supremacistas brancos coordenando ações que mobilizam quase um milhão de pessoas pelo mundo. Um coletivo, no qual neofascistas compartilham mensagens e vídeos incentivando a violência, foi associado a um ataque em um bar LGBTQIA+ na Eslováquia em 2022. Grupos terroristas como Hamas e ISIS também acumulam grandes audiências na plataforma. Só o Hamas viu sua audiência aumentar dez vezes após os ataques a Israel em 7 de outubro passado.

‘Fora, Xandão’ e ‘Volta, Bolsonaro’: o protesto da direita na Avenida Paulista

Com adesivos de "Fora, Xandão" no peito, bolsonaristas começaram a ocupar a Avenida Paulista, em São Paulo, às 14h deste sábado, em protesto que tem como alvo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ao contrário de outras manifestações da direita na principal avenida da cidade, esta ocupou apenas um trecho da via perto do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Parlamentares da direita, como Eduardo Bolsonaro (PL), repetiram o mesmo estribilho ao exigirem a saída de Moraes. Na plateia, mensagens em inglês de apoio a Elon Musk, dono do X, rede social suspensa no país pelo ministro do STF. (Folha)

Filme de Walter Salles recebe prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza

O filme brasileiro Ainda Estou Aqui recebeu neste sábado o prêmio de melhor roteiro no circuito competitivo do Festival de Cinema de Veneza com o texto de Murilo Hauser e Heitor Lorega. Dirigido por Walter Salles, o longa era um dos favoritos, mas o grande vencedor do Leão de Ouro foi The Room Next Door, primeiro filme de Pedro Almodóvar em língua inglesa, enquanto Vermiglio de Maura Delpero levou o Grande Prêmio do Júri. Brady Corbet recebeu o Leão de Prata de Melhor Diretor por The Brutalist e Dea Kulumbegashvili recebeu o Prêmio Especial do Júri por April. Nicole Kidman foi eleita a melhor atriz por sua atuação em Babygirl e Vincent Lindon melhor ator por seu papel em The Quiet Son.

Venezuela determina que Brasil deixe a embaixada da Argentina

Encarregado de representar a Argentina na Venezuela, o Brasil foi surpreendido neste sábado com a decisão do governo de Nicolás Maduro que revogou a autorização para o governo brasileiro cuidar dos trabalhos consulares argentinos no país. O Brasil exercia essa função em Caracas desde que o embaixador argentino foi expulso, no dia 1º de agosto, após o presidente Javier Milei acusar fraude eleitoral na reeleição de Maduro. Em nota, o governo chavista disse ter provas de que as instalações são atividades para "atividades terroristas” e para planejar “tentativas de homicídio contra o Maduro e sua vice-presidente, Delcy Rodríguez”. Em nota, o governo brasileiro afirmou que “permanecerá com a custódia e a defesa dos interesses argentinos” até que outro país seja definido para a função. O prédio da embaixada da Argentina foi cercado por militares chavistas. Em comunidade, o governo Milei disse que “ações como estas reforçam a convicção de que os direitos humanos fundamentais não são respeitados na Venezuela de Maduro”. (g1)

Com presidente Lula, Desfile da Independência tem aplausos para Alexandre de Moraes

O presidente Lula participou neste sábado do desfile cívico-militar em comemoração à Independência do Brasil, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Ele foi recepcionado pelos chefes das Forças Armadas e seguiu para a tribuna de honra, de onde assistiu ao desfile ao lado de ministros do seu governo. Também estavam presentes os ministros do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Edson Fachin. Moraes foi recebido com aplausos pelo público. O desfile teve como tema “Democracia e Independência. É o Brasil no Rumo Certo” e foi dividido em três partes: uma sobre a presidência brasileira do G20, outra abordando a reconstrução do Rio Grande do Sul e uma última sobre saúde e proteção da população. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, também estava presente, ao contrário do presidente da Câmara, Arthur Lira. (g1)

Rio Madeira vira bancos de areia em Porto Velho e afeta comunidades locais

Um dos principais afluentes do rio Amazonas, o rio Madeira se transformou em grandes bancos de areia na altura de Porto Velho, além de ficar encoberto pela fumaça das queimadas que afetam Rondônia. Medições compiladas pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostram que o rio alcançou o nível mínimo histórico de 1,02 m, superando a marca anterior, de 1,10 m em 2023. A seca impacta a vida dos moradores, já que os bancos de areia com largura de 1 km e ao longo de vários quilômetros do rio tem isolado comunidades que vivem do cultivo de banana, mandioca, melancia e milho, que tentam produzir mesmo sem chuvas e poços secos. Sem água no Madeira, o transporte dos produtos, que antes era feito em embarcações, passa a ser realizado a pé, carregado nos ombros. (Folha)

Edição de Sábado: Cinco dias na Ucrânia

Artem foi o único a brindar com um copo de água. O vinho branco, nacional e fresco, foi a escolha dos demais na noite quente de 26 de agosto. A Ucrânia havia passado, naquela manhã, pelo maior ataque aéreo da Rússia desde 24 de fevereiro de 2022. Mais de 200 mísseis e drones atingiram Kiev, Kharkiv e ao menos outras 13 regiões do país. Boa parte da capital ficou no escuro — mas os geradores davam conta de iluminar um restaurante aqui, um bar acolá. Naquela mesa onde Artem se mantinha abstêmio, a luz amarelada emprestava um ar boêmio e refinado ao salão, repleto de gente elegante e aparentemente leve. No cardápio, uma fartura digna da rica terra negra cobiçada por toda a Europa, do país que é comumente chamado de “celeiro” do continente. Kiev é uma cidade cosmopolita. Lindíssima. Verde, no verão. Por vários minutos, quase é possível esquecer que a Ucrânia está invadida pela Rússia. Até que o celular de alguém denuncia o alerta permanente, com o som de uma sirene que avisa que a província está sob ataque. Os moradores, em seu 914º dia de guerra, ignoram os alarmes: aprenderam a discernir o perigo real para decidir quando, de fato, abrigar-se em um bunker. Artem hesita, mas admite: “Eu não estou bebendo. Por causa da depressão”.

Após conversa com Lula, Anielle pede respeito à sua privacidade

Após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, evitou dar entrevistas e divulgou uma nota na qual pediu respeito a seu espaço e sua privacidade, como vítima de assédio sexual, acrescentando que vai contribuir com as investigações. Ela foi chamada por Lula para uma conversa no Palácio do Planalto, logo após a demissão do ministro Silvio Almeida da pasta dos Direitos Humanos. Ela é uma das quatro mulheres que acusam o agora ex-ministro de assédio. Anielle chegou a ser criticada nas redes sociais por seu silêncio diante do episódio, mas agradeceu o apoio que recebeu de Lula e disse que “não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto”. As denúncias contra Almeida foram recebidas pela ONG Me Too Brasil e pelo portal Metrópoles, que apontou Anielle como uma das vítimas. Na nota divulgada após a conversa com o presidente, ela rechaçou as “tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade”. “Só alimentam o ciclo de violência”, enfatizou. “Hoje, eu venho aqui como mulher negra, mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial. Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual. Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas”, disse a ministra. “Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas, dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo. Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro para todas as pessoas”, concluiu.

A esquerda não entende a classe média baixa

A esquerda tem imensa dificuldade de falar com a nova classe média baixa, aquela mesma que ascendeu no governo Lula. Seus valores envolvem crescer, prosperar, empreender. O Estado brasileiro não está preparado para facilitar este movimento e a esquerda tradicional olha com desconfiança e preconceito para este movimento. Assim, quem constrói o discurso que os atrai é a direita. Às vezes, a direita radical.