Se tensão com a Argentina aumentar, embaixador brasileiro pode voltar ao país

Segundo apuração do colunista Jamil Chade, o governo Lula não descarta retaliações se o presidente da Argentina, Javier Milei, escalar o tom contra o mandatário brasileiro, sobretudo durante passagem pelo Brasil em evento conservador no estado de Santa Catarina. Aliás, Milei não participará mais da Cúpula do Mercosul, no Paraguai, para ir ao evento e sequer comunicou oficialmente ao governo que estará no Brasil, o que é praxe no universo da diplomacia. Lula tem sido orientado a ignorar as provocações do argentino, mas caso ele sofra críticas dentro do Brasil são estudadas quatro represálias: segurar a autorização das credenciais do embaixador argentino no Brasil, evitando que ele possa exercer suas funções; aumentar relação com governadores, sobretudo das províncias governadas por opositores de Milei; convocar, de forma temporária, o embaixador brasileiro para voltar ao Brasil; e, a mais brusca de todas, retirar o embaixador brasileiro da Argentina de forma definitiva. (UOL)

Novo premiê britânico confirma fim de deportação de imigrantes para Ruanda

Logo em seu primeiro dia no cargo, o primeiro-ministro eleito do Reino Unido, Keir Starmer, do Partido Trabalhista, confirmou que o projeto de deportação de imigrantes ilegais para Ruanda estaria "morto e enterrado". O esquema já custou 310 milhões de libras ao país e foi uma das mais polêmicas ideias do antecessor conservador, Rishi Sunak. Em coletiva, além de rechaçar o projeto de deportação, Starmer colocou a imigração ilegal como uma de suas prioridades. Os trabalhistas tinha como promessa de campanha a redução de travessias de pequenos barcos no Canal da Mancha, contratando investigadores e usando táticas antiterroristas para identificar esquemas de tráfico de pessoas, mas nem todos os detalhes desse projeto foram revelados. (BBC)

Em evento conservador em SC, Bolsonaro critica imprensa e PT

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não falou sobre o indiciamento que sofreu pela Polícia Federal (PF) durante fala na Conferência de Política Ação e Conservadora (CPAC Brasil), em Balneário Camboriú (SC). No entanto, não perdeu a oportunidade de criticar a Rede Globo - em crítica à imprensa e ao citar que as redes sociais teriam conferido liberdade às pessoas. O Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também foi alvo de críticas, reforçadas pelo governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), que disse se orgulhar do estado ter o menor número de beneficiários do Bolsa Família, pela melhor qualidade de vida, o que só seria possível, para ele, pelo fato do PT nunca ter sido eleito na esfera estadual. O evento é fechado à imprensa e ao público geral, tendo custado R$ 250 para ser acompanhado presencialmente, ou R$ 21,90 online. Ainda está prevista participação do presidente da Argentina, Javier Milei, que, inclusive, cancelou participação na Cúpula do Mercosul para participar do evento no Brasil. Não há previsão de encontro com o presidente Lula ou outra autoridade federal brasileira. (Estadão)

Europa faz exercícios militares contra China e Rússia

Guerra Fria 2.0? A Alemanha, França e Espanha mobilizaram quase 50 aeronaves de guerra para 5 exercícios militares na região do Indo Pacífico, que abrangerá do Alasca, nos EUA, à Índia, na Ásia. A missão, chamada de Pacific Skies (céus do Pacífico, em tradução livre), começou no último dia 27 de junho e vai até o dia 15 de agosto. O objetivo é testar uma ação integrada entre os 3 países, bem como desenvolver uma nova geração de drones de guerra e um caça, previstos para estarem à disposição apenas em 2040, no entanto. Além disso, é um recado para China e Rússia, que fazem com frequência exercícios militares em conjunto; a Trump, que fez os EUA deixarem a Otan em seu governo; e mostrar atenção a problemas bélicos, para além da Guerra da Ucrânia. (Folha)

Estudo de Harvard conclui que usar IA deixa trabalhadores menos saudáveis

Nem tudo são flores no uso de inteligência artificial (IA) por empresas e trabalhadores. Pelo menos é isso que conclui um estudo publicado por Harvard, conduzida por David De Cremer, professor de gestão e tecnologia na Northeastern University e Joel Koopman é Professor de Administração de Empresas na Mays Business School da Texas A&M University (leia o estudo na íntegra). Apesar do evidente ganho de produtividade em um primeiro momento, o uso excessivo de IA pode aumentar o isolamento das pessoas no trabalho, à medida que precisarão menos de seus colegas; mas também pode, ao longo do tempo, diminuir a produtividade, pela dependência criada pelas ferramentas. Além disso, quanto maior a conexão social, maior a produtividade e o senso de pertencimento dentro da organização. O sentimento de solidão, causado pelo uso de IA, pode aumentar a tendência ao alcoolismo e a insônia, apesar de também aumentar comportamentos positivos pela necessidade de reconexão. O estudo analisou centenas de trabalhadores e diferentes hábitos com relação à Inteligência Artificial, por 3 semanas. Com isso, os pesquisadores reforçaram que as empresas devem se utilizar da IA, mas com equilíbrio e coesão social, lembrando de usá-la como uma ferramenta estratégica e ter uma cultura corporativa voltada ao humano. (InfoMoney)

Um terço de economia proposta pela Fazenda depende do Congresso

Para economizar os R$ 25,6 bilhões previstos, o Governo Federal terá de negociar com deputados e senadores. Isso porque parte dessas medidas de cortes de despesas, cerca de R$10 bilhões, só serão permitidos após apreciação do Poder Legislativo. A Fazenda ainda não enviou as propostas ao Congresso, mas na última quarta-feira (3), em coletiva, foi anunciado o cumprimento do arcabouço fiscal e para atingimento da meta de zerar o déficit fiscal, quando as despesas superam as receitas, haveria necessidade de um pente-fino em benefícios sociais e, caso necessário, um contingenciamento de recursos. Com os anúncios, após o dólar ter batido R$ 5,70, a moeda americana recuou a R$ 5,48, no fechamento de sexta-feira (5).

Reformista vence as eleições presidenciais do Irã

O reformista Masoud Pezeshkian foi eleito presidente do Irã, derrotando seu rival conservador de linha dura, Saeed Jalili. Pezeshkian obteve 53,3% dos mais de 30 milhões de votos, enquanto Jalili ficou com 44,3%. Cirurgião cardíaco de 71 anos e membro do Parlamento iraniano, Pezeshkian critica a polícia moral do país e causou agitação depois de prometer “unidade e coesão”, bem como o fim do “isolamento” em relação ao restante mundo. Ele também defendeu “negociações construtivas” com as potências ocidentais sobre uma renovação do acordo nuclear de 2015, no qual o Irã concordou em reduzir o seu programa nuclear em troca de um alívio das sanções econômicas. Antes mesmo da oficialização dos resultados finais pelo Ministério do Interior, os apoiadores de Pezeshkian saíram às ruas de Teerã e várias outras cidades para celebrar. Jalili, por outro lado, é ligado ao status quo. O ex- negociador nuclear tem forte apoio entre as comunidades mais religiosas do país. A eleição presidencial foi convocada após a morte de Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero em maio, que também matou outras sete pessoas. A participação no segundo turno foi de 50%, superior à da primeira etapa da disputa na semana passada, quando a participação foi de 40%, a mais baixa desde a revolução islâmica em 1979. (BBC)

Edição de Sábado: Biden e a sombra de 1968

A polícia descia com virulência os cassetetes, na noite de 28 de agosto, em 1968, em frente ao Anfiteatro Internacional de Chicago. Ali dentro, as delegações estaduais do Partido Democrata tentavam definir quem seria o candidato à presidência do partido. Fora, desde a tarde, polícia e jovens manifestantes de esquerda se já enfrentavam com violência crescente. Bombas de gás foram atiradas. Policiais erguiam baionetas, os rifles com faca na ponta que pareciam vindas de uma guerra do início do século. Apenas um dia antes, Walter Cronkite, âncora da TV CBS, o homem visto como o mais confiável de todos os Estados Unidos, havia mandado apontar as câmeras ao vivo, ali mesmo dentro da convenção, quando seu melhor repórter começou a ser agredido por seguranças do partido. “Não toque em mim a não ser que tenha a intenção de me prender”, falava ao vivo Dan Rather, o correspondente na Casa Branca. O mesmo homem que, alguns anos antes, havia informado o país de que o presidente John Kennedy estava morto. A violência vinha crescente, e de toda parte, nos Estados Unidos daquele ano. O pastor Martin Luther King havia sido assassinado. O senador Robert Kannedy o seguiu. O presidente Lyndon Johnson, sob pesada pressão, renunciou à candidatura e não disputaria a reeleição. Os protestos contra a Guerra do Vietnã convulsionavam o país. E enquanto os democratas se dissolviam no caos, um populista de direita se preparava para se eleger presidente. Richard Milhous Nixon.

Na TV, Biden descarta preocupações e diz que desistiria se Deus o orientar

Como parte das ações para provar que está apto a seguir na disputa à Casa Branca, o presidente americano deu uma entrevista na noite de sexta-feira ao âncora da ABC News George Stephanopoulos. A conversa de 22 minutos, exibida em horário nobre, não foi ao vivo, mas gravada pouco antes. E foi a primeira entrevista televisiva desde o debate de 27 de junho. O democrata reconheceu que o encontro com Donald Trump foi um “episódio ruim”, mas, mais uma vez, descartou questões mais amplas sobre sua idade e aptidão mental. Stephanopoulos pressionou Biden não apenas sobre seu desempenho no debate, mas também sobre relatos de que seus lapsos se tornaram cada vez mais comuns e sobre o que ele estaria disposto a fazer para tranquilizar os americanos. “Você é hoje o mesmo homem que era quando assumiu o cargo, há três anos e meio?”, perguntou o jornalista. “Em termos de sucessos, sim”, respondeu Biden, citando o plano de paz para o Oriente Médio, a expansão da Otan e os dados positivos da economia. Ao ser questionado se teve mais lapsos nos últimos meses, Biden disse que não pode “correr 100 metros em 10 segundos”, mas ainda está “em boa forma”. Mas o apresentador insistiu: “Você está mais frágil?”. E o presidente respondeu categoricamente: “Não”. Stephanopoulos também indagou se o democrata tem capacidade mental e física para liderar o país por mais quatro anos. E Biden disse que sim, caso contrário não estaria concorrendo. Se reeleito, o democrata terá 86 anos ao fim do mandato. Sobre uma desistência da candidatura se fosse convencido de que não pode derrotar Trump, Biden recorreu a Deus. “Depende. Se o Senhor Todo-Poderoso vier e me disser isso, eu posso fazer isso”, respondeu. (ABC News)

‘Mussum, o Filmis’ e ‘O Sequestro do Voo 375’ lideram indicações no Prêmio Grande Otelo

Uma das honrarias mais importantes do audiovisual no país, o Prêmio Grande Otelo - novo nome do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro - apresentou os finalistas nas 30 categorias de sua 23ª edição. Destaque para a cinebiografia Mussum, o Filmis, sobre o sambista e ator carioca Antônio Carlos Bernardes Gomes, e o drama baseado em fatos O Sequestro do Voo 375, que conta a história de um atentado frustrado contra o então presidente José Sarney, em 1988. As duas obras, dirigidas por jovens diretores (Silvio Guindane e Marcus Baldini, respectivamente), lideram as indicações, ambas finalistas em doze categorias na celebração da Academia Brasileira de Cinema - entre elas a principal, de melhor longa-metragem de ficção. Na mesma categoria estão Nosso Sonho - a História de Claudinho e Bochecha, Noites Alienígenas e Pedágio. Os finalistas em melhor direção são Anita Rocha da Silveira (Medusa), Carolina Markowicz (Pedágio), Kleber Mendonça Filho (Retratos Fantasmas), Marcus Baldini (O Sequestro do Voo 375) e Tomás Portella (Aumenta que é Rock’n’Roll). Disputam o troféu de melhor série de ficção A Vida Pela Frente, Betinho - No Fio da Navalha, Cangaço Novo, Dom e Fim. Com homenagem ao Cinema Novo, a cerimônia será no dia 28 de agosto, na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, e terá transmissão ao vivo pelo YouTube. Veja a lista completa de finalistas. (Meio)