IA ajuda o menos criativos e pode prejudicar os mais, aponta estudo

Para ler com calma. Afinal, a inteligência artificial estimula ou limita a criatividade? Os dois, concluiu um estudo realizado na Inglaterra pelas universidade de Londres e de Exeter. A pesquisa selecionou 293 de pessoas que responderam a um teste medindo sua criatividade ao escrever. Em seguida, cada participante produziu um texto curto, com cerca de oito palavras, divididos aleatoriamente em três grupos: um escreveu sem ajuda de IA, outro contou com um tema fornecido pela ferramenta e outro com cinco temas. Os textos passaram por avaliadores que não sabiam do uso a inteligência artificial e lhes deram notas em critérios como novidade, facilidade de leitura etc. A conclusão foi que as pessoas naturalmente menos criativas produziram textos de melhor qualidade com os temas fornecidos pela ferramenta, em comparação com os que escreveram sozinhos. Já os mais criativos não demonstraram ganho, havendo casos em que os textos com ajuda da IA foram considerados piores. (Techcrunch)

Por que a direita faz sentido

Uma das principais lições que fica desta semana de eleições e pesquisas, para quem prestou atenção, é que existem razões para além do fanatismo para pessoas, principalmente homens, principalmente os menos educados, principalmente os mais pobres, abraçarem a direita. A esquerda que perde a capacidade de falar com eles perde esse eleitorado. A esquerda que é capaz de conversar, não. Ela pode, até, ganhar eleições. Mas, para isso, é preciso respeitar as pessoas.

Temendo derrota democrata, europeus se aproximam de Trump

Para alguns aliados dos Estados Unidos, chegou a hora de apostar em Donald Trump. Diplomatas e autoridades europeias descreveram seu choque frente à atuação vacilante e aos erros do presidente Joe Biden durante a cúpula da Otan em Washington. E revelaram que já começaram a contatar o republicano. Além do mau desempenho no debate presidencial no fim do mês passado, nesta quinta-feira, Biden apresentou o líder da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, como “presidente Putin”, gerando uma reação audível entre os europeus presentes no encontro da aliança militar. “Os líderes europeus congelaram no palco, embora tenham feito o possível para continuar sorrindo e aplaudindo. Ninguém mencionou isso com a equipe de Biden depois”, contou uma das pessoas presentes. Pouco depois, na coletiva de imprensa, o americano chamou sua vice-presidente, Kamala Harris, de “vice-presidente Trump”. Diplomatas europeus já começaram a contatar pessoas ligadas a Trump, marcando reuniões, participando de mesmos eventos e convidando aliados do republicano para jantar. (Politico)

FLIP 2024 confirma a participação do escritor francês Édouard Louis

A organização da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) confirmou nesta sexta-feira que a edição de 2024 do evento terá a presença escritor francês Édouard Louis, considerado um dos expoentes da autoficção. O gênero, que rendeu um Nobel de Literatura à também francesa Annie Ernaux, consiste em criar narrativas ficcionais a partir de fatos e personagens reais da vida do autor. Louis, de 31 anos, aproveitará a FLIP para lançar no Brasil seu mais novo trabalho, Monique se Liberta, uma continuação de Lutas e Metamorfoses de uma Mulher, publicado no ano passado, ambos tendo sua mãe como personagem central. O escritor não tem medo de se expor, tendo revelado em A História da Violência ter sido estuprado por um imigrante árabe. A FLIP 2024 acontecerá entre os dias 9 e 13 de outubro. (Globo)

Doadores retêm cerca de US$ 90 milhões prometidos à campanha democrata

Alguns dos principais doadores democratas disseram que o montante prometido de US$ 90 milhões está suspenso se o presidente Joe Biden permanecer à frente da chapa democrata à Casa Branca, de acordo com fontes. A decisão de reter tal soma é um dos exemplos mais concretos das consequências do fraco desempenho de Biden no debate do fim de junho contra Donald Trump. O maior comitê de ação política do partido, o Future Forward, recusou-se a comentar quaisquer conversas com doadores ou retenção de valores prometidos. Um consultor do Future Forward disse apenas que o grupo espera que aqueles que interromperam as doações retornem assim que a incerteza atual sobre a candidatura democrata for resolvida. (New York Times)

Pacheco diz que negociação de dívidas dos estados foi acordada com governo

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se irritou com as reclamações feitas, pela manhã, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a respeito das despesas que o Congresso vem impondo ao governo federal, o que, na avaliação do ministro, compromete o equilíbrio fiscal. O mineiro foi o entrevistado da tarde no congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), em São Paulo. Mais cedo, Haddad apontou que a proposta apresentada por Pacheco nesta semana para renegociar a dívida dos estados “destoa” do que imaginava a equipe econômica.

Os 100 melhores livros do século

O New York Times lançou uma ambiciosa lista com aqueles que considera os 100 melhores livros do século 21. As obras foram escolhidas por 503 romancistas, escritores de não-ficção, poetas, críticos, amantes de livros e editores do jornal, que pediu a esse grupo – entre eles Stephen King, James Patterson, Sarah Jessica Parker, Roxane Gay, Karl Ove Knausgaard e Marlon James, para citar alguns – para escolher os dez melhores livros publicados desde 1º de janeiro de 2000. Em primeiro no ranking ficou A Amiga Genial, de Elena Ferrante, primeiro de quatro livros que deu início à “febre Ferrante” no mundo – e a muitas elocubrações sobre quem assina com este pseudônimo, surgido em 1992 com o romance italiano L'Amore Molesto (lançado no Brasil 25 anos depois como Um Amor Incômodo). Em segundo lugar aparece Isabel Wilkerson, primeira mulher negra a vencer o Pulitzer de jornalismo, com seu The Warmth of Other Suns (algo como O Calor de Outros Sóis, em tradução livre, ainda não lançado no Brasil), sobre a grande migração de negros americanos do sul para o norte e oeste dos Estados Unidos entre 1915 a 1970. Completa o top 3 Wolf Hall, da britânica Hilary Mantel, primeira mulher a ganhar duas vezes o Booker Prize, principal premiação literária da Inglaterra, que inaugurou a trilogia de ficção histórica sobre Thomas Cromwell, dando vida ao primeiro-ministro do rei Henrique 8º no século 16. Duas curiosidades: Knausgaard, autor norueguês da série de romances autobiográficos Minha Luta, emplacou seis de suas dez escolhas entre os 100 melhores – um deles 2666, livro póstumo de Roberto Bolaño, em sexto lugar no ranking –, enquanto King, o “rei do horror”, escolheu um livro de sua própria lavra, mas que acabou fora da lista. O top 100 (veja todos os escolhidos) inclui obras de Chimamanda Ngozi Adichie, Joan Didion, Jonathan Franzen, Kazuo Ishiguro e, entrou outros, Philip Roth. (New York Times)

Governo vai tentar no Senado incluir armas no ‘imposto do pecado’

Derrotado na Câmara, o governo pretende atuar no Senado para incluir armas de fogo nos produtos taxados pelo Imposto Seletivo, apelidado de “imposto do pecado”. A decisão foi revelada tanto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quanto pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Na proposta aprovada pelos deputados, o imposto incide sobre itens como cigarros, bebidas alcoólicas, mineração, petróleo e, por pressão do lobby das montadoras, carros elétricos. “Vamos lutar no Senado para um volte com o imposto seletivo às armas”, afirmou Haddad, que evitou criticar abertamente a inclusão da carne na cesta básica e sua consequente isenção de impostos, defendida pelo presidente Lula. A Fazenda preferia um sistema de “cashback” (reembolso) que devolveria aos mais pobres o valor do imposto sobre o produto. (Globo)

MPF pede extradição de Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas

O Ministério Público Federal (MPF) encaminhou pedido de extradição do ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, à 10ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Gutierrez é investigado por suposta responsabilidade na fraude bilionária na empresa varejista, descoberta em janeiro de 2023. Vivendo há um ano na Espanha, o ex-CEO chegou a ser preso em Madri, mas foi solto um dia depois após prestar depoimento e entregar seu passaporte às autoridades. O MPF argumentou que caso não seja possível a extradição, existe a hipótese do executivo ser julgado e eventualmente cumprir pena no país europeu. A maior dificuldade da extradição se dá pelo fato de Gutierrez ter cidadania espanhola. Ele liderou a Americanas por mais de 20 anos e saiu às vésperas do escândalo ser descoberto, em dezembro de 2022. Seu sucessor, Sergio Rial, revelou a fraude e pediu demissão pouco depois de assumir o cargo. (Folha)

Biden tropeça, mas sobrevive à coletiva de imprensa, analisa Economist

O desempenho do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na tão esperada coletiva de imprensa desta quinta-feira pode ser dividido em duas partes: na primeira, com foco em política externa, houve tropeços retóricos, mas Biden mostrou “firme domínio”, segundo análise da revista britânica The Economist, uma das mais importantes do mundo. A segunda parte foi com o presidente na defensiva, tentando provar sua aptidão para o cargo mais importante mesmo após escorregar na gafe, no início da entrevista, em que confundiu a vice-presidente, Kamala Harris, com seu adversário, Donald Trump. Disse ser necessário adaptar seu horário de trabalho para gerenciar melhor suas responsabilidades e, para a revista, teve performance bem mais enérgica do que no debate com Trump. Apesar disso, parecia se desviar com alguma frequência do assunto perguntado e deu respostas vagas, mostrando-se irritado em certo momento ao ser questionado sobre sua capacidade cognitiva. A Economist acredita que a evolução não será suficiente para silenciar os céticos em relação à candidatura de Biden. (The Economist)