Maduro vence as eleições e oposição acusa fraude no resultado

Nicolás Maduro venceu de novo – e, mais uma vez, o resultado das eleições presidenciais da Venezuela é contestado pela falta de transparência e suspeita de fraude. Na madrugada desta segunda-feira, o chefe do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, um aliado próximo de Maduro, anunciou a vitória do presidente com 80% dos votos apurados. Segundo ele, Maduro tinha 51,2% dos votos, contra 44,2% de seu principal rival, o ex-embaixador Edmundo González, que liderou com folga as pesquisas eleitorais. A frente de oposição venezuelana alega fraude generalizada na contagem e prometeu contestar o resultado. Ela se uniu em torno de González para destituir Maduro após 11 anos no poder, mas agora o verá cumprir mais um mandato de seis anos. (BBC)

Lula: ‘Não abrirei mão da responsabilidade fiscal’

Em pronunciamento para marcar um ano e meio de governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço das ações até aqui e deu um recado ao mercado financeiro: “Não abrirei mão da responsabilidade fiscal”, disse, rebatendo as críticas de que seu governo gasta demais. “É essa responsabilidade que está nos permitindo ajudar a população do Rio Grande do Sul com recursos federais”, exemplificou, ao falar dos recursos emergenciais, que não serão considerados no balanço fiscal do governo. O presidente ainda falou sobre a ideia de se criar uma aliança global contra a fome e a miséria, apresentada pelo governo brasileiro ao G20. Lula quer que este tema, que inclui a taxação dos super-ricos, seja o principal assunto na cúpula do G20, em novembro. “Vamos colocar no centro do debate internacional a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Não podemos nos calar diante de um drama que afeta a vida de 733 milhões de homens, mulheres e crianças em todo o mundo.”

‘Ninguém é contra’ proposta de imposto sobre super-ricos, diz secretária do governo Lula

A proposta brasileira para criar um imposto de 2% sobre a fortuna dos super-ricos do planeta poderia render US$ 250 bilhões por ano para enfrentar a crise climática e combater a pobreza e a desigualdade afetando um pequeno número de 100 famílias bilionárias. “Nosso sentimento é que, moralmente, ninguém é contra”, disse ao Guardian a secretária nacional para Mudanças Climáticas do governo Lula, Ana Toni. “Mas o nível de apoio de alguns países é maior do que o de outros.” Ela alerta que a falta de oposição aberta não significa que a proposta será aprovada. Embora céticos, muitos governos não estão dispostos a criticar publicamente um plano que reduziria apenas uma pequena parte da riqueza dos muito ricos. Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos, disse a jornalistas no Rio de Janeiro, durante as reuniões ministeriais do G20, que seu país "não vê necessidade” nessa iniciativa. “As pessoas não gostam de tributação global”, reconhece Toni. “E há uma questão sobre como implementar impostos como esse.” (Guardian)

Os melhores livros do ano até agora, segundo a Economist

The Economist, uma das revistas mais respeitadas do mundo, indicou para seus leitores aqueles que considera os melhores livros do ano até agora, lançados nos Estados Unidos e na Inglaterra. Uma das biografias da lista é Monet: The Restless Vision, de Jackie Wullschläger, autora de obras premiadas sobre Hans Christian Andersen e Marc Chagall, primeiro livro em língua inglesa sobre a vida e a obra do impressionista francês que constrói um “homem contraditório e difícil”. Um dos livros de ficção recomendados é Hard by a Great Forest, do escritor Leo Vardiashvili, radicado desde os 12 anos na Inglaterra, sobre um homem que volta à Geórgia após duas décadas de exílio e então desaparece. Seu filho começa uma emocionante perseguição em busca do pai. (The Economist)

José Eduardo Szwako: Extrema direita no Brasil e no mundo

No programa deste domingo, Christian Lynch recebe o professor, pesquisador e cientista político José Eduardo Szwako. Em pauta, o anti-intelectualismo e o negacionismo – e como ambos ganharam força no Brasil. E mais: existe uma diferença entre a extrema direita do passado e a extrema direita hoje?

Yellen anuncia iniciativa para estrangular finanças de grupos criminosos na Amazônia

Ao participar, em Belém, da celebração ao primeiro aniversário do Amazônia Sempre, um programa guarda-chuva do Banco Interamericano de Desenvolvimento para estimular o desenvolvimento sustentável da região, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, anunciou, no sábado, uma iniciativa de sua pasta para estrangular as finanças de atividades ilícitas na Amazônia, como o desmatamento e a mineração ilegais. A ação, de acordo com Yellen, ocorrerá em parceria com Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. Para a execução do plano, o Tesouro americano marcará uma reunião, em coordenação com o governo brasileiro, "para impulsionar a cooperação na interrupção de financiamento ilícito vinculado a crimes contra a natureza". Integrantes do Tesouro dos Estados Unidos também organizarão treinamentos para rastrear as movimentações financeiras provenientes desses ilícitos e, segundo Yellen, aumentará o compartilhamento de informações com os países envolvidos, "para identificar finanças ilícitas associadas a crimes contra a natureza". Na sexta, no âmbito das reuniões do G20, Yellen assinou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, um acordo de cooperação climática entre Brasil e Estados Unidos. (Valor)

Com uma prata e dois bronzes, Brasil estreia no pódio de Paris

O Brasil estreou no pódio dos Jogos de Paris com uma medalha de prata e duas de bronze conquistadas em um intervalo de 30 minutos. O judoca brasileiro Willian Lima foi o primeiro atleta brasileiro a conquistar medalha, garantindo a prata na categoria até 66kg ao vencer na semifinal o cazaque Gusman Kyrgyzbayev – o ouro ficou com o japonês Hifumi Abe. No skate street feminino, Raíssa Leal conquistou ganhou medalha de bronze em sua última manobra, tornando-se a mais jovem atleta brasileira com duas medalhas olímpicas – em Tóquio ela levou a prata. A judoca Larissa Pimenta também venceu o bronze na categoria até 52kg ao bater a italiana Odette Giuffrida, atual campeã mundial. As medalhas colocam o Brasil em 12º lugar no ranking geral. Na ginástica artística, Rebeca Andrade garantiu sua vaga em cinco finais (individual geral, salto, trave e solo), Flávia Saraiva se classificou para a final do individual geral e Júlia Soares, para a final da trave. A equipe brasileira se qualificou com a quarta nota mais alta entre todos os times. (Meio)

Empresas terão de informar à Receita os benefícios tributários recebidos

Empresas que recebem isenções tributárias da União terão que preencher um cadastro da Receita Federal com informações sobre o benefício. A regra foi incluída no texto de medida provisória a ser assinada na próxima terça pelo presidente Lula. Essa medida restringe o uso de créditos do PIS/Cofins para financiar a desoneração da folha de pagamentos das empresas de 17 setores e municípios, aprovada pelo Congresso. O secretário especial da Receita, Robinson Barreirinhas, disse que o governo não pretende mexer nos benefícios, mas quer saber como cada companhia está se apropriando dos incentivos, com dados sobre valores, e como isso é registrado na contabilidade. A Receita, segundo ele, vai publicar uma norma com a lista dos tipos de benefícios tributários que precisarão ser informados no formulário. (Folha)

Foguete nas Colinas de Golã aumenta temor de guerra entre Israel e Líbano

Cresce o medo de uma guerra entre Israel e Líbano após um foguete supostamente libanês matar 12 pessoas, a maioria crianças, em um campo de futebol nas Colinas de Golã, no sábado. O ataque foi na cidade de Majdal Shams, território de origem síria controlado por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967, mas onde o povo historicamente rejeita a presença israelense. Tanto o Hezbollah quanto o governo libanês negaram autoria do ataque, que fez o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu antecipar sua volta dos Estados Unidos e ordenar uma retaliação imediata no domingo, com bombardeios em várias regiões do Líbano. A resposta israelense parou antes de uma grande escalada, mas ainda há temor de consequências mais graves. Israel culpou o Hezbollah, grupo libanês apoiado pelo Irã que tem atacado o país em solidariedade ao Hamas. O ministro das relações exteriores libanês, Bou Habib, disse que “não é do interesse de ambos os lados começar uma guerra”. As famílias dos 12 mortos recusaram um encontro com Netanyahu. (New York Times e Haaretz)

Estatais têm queda de 28% no lucro em 2023

O lucro líquido somado das empresas estatais brasileiras foi de R$ 197,9 bilhões no ano passado, o primeiro do novo mandato do presidente Lula. O valor indica queda de 28% em relação a 2022. O faturamento total das 44 companhias foi de R$ 1,25 trilhão em 2023, recuo de 5,2% na comparação com o período anterior. Os dados são do Relatório Agregado das Empresas Estatais Federais, do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). O MGI atribui a queda do lucro sobretudo ao recuo no preço do petróleo no mercado internacional. A Petrobras responde pela maior parte do lucro total (R$ 125 bilhões), seguida pelo Banco do Brasil (R$ 33,8 bilhões), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES (R$ 21,9 bilhões), e Caixa Econômica Federal (R$ 11,7 bilhões). O governo vem priorizando a atuação das estatais como “instrumentos de política pública” e de “desenvolvimento” do país. Em contraponto, especialistas em contas públicas destacam ser importante que as estatais tenham balanços saudáveis como forma de evitar impactos negativos no resultado primário do governo. No ano passado, as estatais tiveram impacto primário negativo de R$ 181 milhões para a União, déficit muito inferior ao inicialmente previsto, de R$ 3 bilhões. (Valor)