PGR vai investigar apologia do nazismo no podcast Flow

O procurador-geral da República, Augusto Aras, mandou ontem que seja aberta uma investigação por apologia ao nazismo contra o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) e o youtuber Bruno Aiub, o Monark, até ontem apresentador do podcast Flow. Durante uma entrevista com a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), Monark defendeu a criação de um Partido Nazista “reconhecido por lei” e o direito de ser “antijudeu”. Tabata reagiu, lembrando as atrocidades cometidas pelo nazismo. Kataguiri, que também participava da entrevista, sugeriu ter sido um erro a Alemanha criminalizar o nazismo após a Segunda Guerra. A declaração de Monark provocou revolta entre patrocinadores do podcast e antigos entrevistados, além de protestos de entidades de direitos humanos. Mais tarde, ele publicou um vídeo pedindo desculpas e admitindo que estava bêbado durante o programa. Diante das reações, ele foi excluído do podcast e da sociedade na empresa que o produz. (UOL)

Conversas: Impeachment é um ato político, com João Villaverde

Na semana passada, o ministro do STF Luís Roberto Barroso disse que a ex-presidente Dilma sofreu impeachment não por conta das pedaladas fiscais e sim por perda de apoio político. No Conversas com o Meio dessa semana entrevistamos o professor João Villaverde, da FGV de São Paulo. Ele é um dos poucos cientistas políticos no Brasil que escreveram academicamente sobre o processo de impeachment e como ele se dá por aqui.

Milícia digital evangélico-bolsonarista ataca Lula e Moro

O ex-presidente Lula (PT) e o ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) se tornaram alvos de uma saraivada de notícias falsas e difamações nas redes sociais por parte de evangélicos bolsonaristas. O PT vem reunindo estes ataques, que incluem vídeos editados retirando do contexto falas do ex-presidente e com efeitos de áudio para dar a entender que ele está bêbado ou “possuído”. Para os petistas, os ataques se intensificaram após pesquisas indicarem ligeira vantagem de Lula sobre Bolsonaro entre os evangélicos. Já Moro foi chamado de “Judas” e “covarde” pelo pastor Silas Malafaia e de “abortista” pela Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure). (Folha)

Brincando com assassinato político

O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre, Renan Santos, sugeriu como piada o assassinato de democratas por quem faz o curso do MBL. Entre as possíveis vítimas, o editor do Meio, Pedro Doria. Quando um dos mais importantes movimentos políticos brasileiros faz isso em seus canais oficiais, o que isso diz sobre nossa democracia?

Não se amplia a voz dos imbecis

A internet democratizou tipos de discursos que antes não tinham vozes. Pessoas, das mais diversas classes sociais, puderam expor suas opiniões sobre assuntos que entendiam ou não. Porém, a democratização da internet trouxe à tona discursos tóxicos e de ódio. O jornalista Millôr Fernandes dizia que “não se amplia a voz dos imbecis”, será que isso vale para a internet?

Congresso irá à guerra para manter controle do Orçamento em 2023

Se existe algo em comum nos discursos de Lula (PT), Sérgio Moro (Podemos), Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB) é que o domínio do Orçamento pelo Legislativo, simbolizado pelas emendas do relator, o “orçamento secreto”, enfraquece o Executivo e deve ser mudado. Só falta combinar com o Congresso, onde apoiadores e opositores de Jair Bolsonaro (PL) dizem que o “empoderamento” dos parlamentares veio para ficar. “Pode o próximo governo propor (uma redução da autonomia do relator-geral)? Pode. Mas é pouco provável”, diz líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). (Globo)

Edicão de sábado: A era da discórdia

Por Leonardo Pimentel

UTIs para Covid estão em situação crítica em 9 estados

O avanço da variante ômicron no Brasil está deixando os serviços de saúde perigosamente perto do colapso. Segundo dados da Fiocruz, oito estados e o Distrito Federal estão com a ocupação de UTIs para covid-19 em situação crítica, acima de 80%. O pior cenário é no Mato Grosso do Sul, com 103%, ou seja, há mais pacientes do que leitos. (UOL)

O sonho congolês de uma vida melhor

O congolês Moïse Kabagambe foi brutalmente morto em frente a um quiosque na Barra da Tijuca, área nobre do Rio de Janeiro. A morte do rapaz não só mostra a brutalidade do ser humano, mas também nos traz a ignorância das pessoas sobre a nossa própria história e a falta de informação que se tem de um país em pleno século 21.

Africano, amarrado, açoitado à morte

Quando foi a última vez que um rapaz africano foi amarrado e açoitado até a morte na vara no meio da praça pública e ninguém interferiu? O brutal assassinato de Moise Kabagambe remete a uma imagem que se repetiu e se repetiu por quatro séculos no Brasil. Vivemos um tempo em que a morte nos assombra — e ela tem inspiração. Precisamos ter uma conversa mais a fundo sobre as cicatrizes do Bolsonarismo.