Se nas redes for guerra, Bolsonaro ganha

Duas histórias de dentro da esquerda, que aconteceram no Twitter, iluminam a maior armadilha que as campanhas contra Bolsonaro enfrentam. A tentação de se manter em guerra está grande. Só que, na truculência, abrindo mão do debate, quem tem vantagem é o atual presidente.

Doria acusa cúpula tucana de golpe e racha terceira via

A negociação para uma candidatura única com MDB e Cidadania ampliou a crise no PSDB ao longo do fim de semana. No sábado, o ex-governador João Doria, que venceu as prévias do partido, enviou uma carta ao presidente da legenda, Bruno Araújo, classificando como golpe a iniciativa de contratar pesquisas de opinião para decidir o candidato. “Apesar de termos vencido legitimamente as prévias, as tentativas de golpe continuaram acontecendo”, escreveu. Em resposta, Araújo convocou para amanhã uma reunião da Executiva Nacional tucana, mais as bancadas no Congresso. Segundo fontes, ele vai tentar formar uma maioria contra o ex-governador. (CNN Brasil)

Edicão de sábado: A Rússia no atoleiro

Em pouco mais de dois meses de guerra na Ucrânia, a Rússia perdeu pelo menos 650 tanques de guerra — metade não por terem sido destruídos, mas porque foram abandonados. É o número confirmado. Os ucranianos dizem que foram 1.200. Os russos perderam também três navios de grande porte, abatidos por mísseis. Um deles, o cruzador Moskva (vídeo), era o mais importante da frota do Mar Negro. Até o último dia 6, o Kremlin admitia a morte de 1.351 soldados, mas não incluía na planilha oficial os outros 2.100 milicianos que lutavam ao seu lado e também foram reconhecidamente mortos. A estimativa do governo americano é de que as perdas passam dos dez mil homens. Para os britânicos vai além dos 15 mil. (Em quase vinte anos de presença no Iraque, morreram 4.431 soldados americanos.) Pelas contas da imprensa, e esta talvez seja a lista de obituários mais surpreendente, 12 generais morreram desde o início da invasão. Só dois tiveram enterros públicos como heróis, Moscou se abstém de confirmar qualquer coisa sobre os outros. Mesmo que seja metade, desde a Segunda Guerra um exército profissional não perdia num só conflito tantos generais. Não há critério militar contemporâneo que considere qualquer um destes números normais. A operação é um desastre. Mas por quê? Em que a Rússia errou?

Fachin: Quem cuida da eleição são as forças desarmadas

A paciência do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, parece ter chegado ao limite. Ontem, ele deu uma declaração dura, afirmando que “quem trata da eleição são as forças desarmadas”. A fala veio após nova onda de ameaças feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e a rejeição pelo TSE de sugestões apresentadas pelos militares para mudanças no sistema eleitoral, muitas delas espelhando ideias do chefe do Executivo. “Além disso, a contribuição (das Forças Armadas) que se pode fazer é de acompanhamento do processo eleitoral”, disse Fachin. “E, portanto, as eleições dizem respeito à população civil que de maneira livre e consciente escolhe seus representantes.” (Folha)

As mulheres podem decidir a eleição?

Na coluna De Tédio a Gente Não Morre, Mariliz Pereira Jorge fala sobre a participação feminina nas eleições, os planos para Michelle Bolsonaro, o retrocesso do talibã e a prisão da delegada Adriana Belém, entre outros assuntos da semana.

Pra que terceira via?

A terceira via está tentando construir uma candidatura única. Tem alguma chance de conseguir. Mas há outra pergunta pairando no ar. A terceira via tem o direito de existir?

Agenda Cultural para 13-05-22

A Osesp e seu regente titular, Thierry Fischer, recebem hoje o húngaro Kristóf Baráti para interpretar o Concerto para Violino, de Tchaikovsky, em programa que inclui ainda a Sinfonia Alpina, de Strauss, e uma obra surpresa.

Mais um ministro bolsonarista promete privatizar Petrobras

O novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, pedirá estudos ao governo sobre como privatizar a Petrobras e a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) — estatal responsável por gerir os contratos da União no pré-sal. Este será, ele diz, seu primeiro ato no cargo. Defendeu também que se avance na privatização da Eletrobras com medidas prioritárias a serem aprovadas pelo Congresso. A indicação de Sachsida acontece em meio à insatisfação do presidente Jair Bolsonaro (PL) com os reajustes nos preços dos combustíveis, que teriam motivado a troca de comando do ministério. Sachsida substituiu nesta quarta-feira Bento Albuquerque, exonerado ontem. (Poder360)

Multiverso da loucura

Tênis de R$ 10 mil da Balenciaga, o real com 30% menos de poder de compra em 5 anos e a Marvel com filme vazado num site adulto. O que é isso?! Só pode ser o Multiverso da Loucura. Não sabemos quem é o culpado, mas ele chegou até nós.

Coalizão, para que te quero?

O cientista político Carlos Pereira, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV EBAPE), não está disposto a simplesmente desqualificar o Centrão e seu papel moderador no presidencialismo de coalizão que vigora no Brasil. Acredita que, por incontornáveis no multipartidarismo, as coalizões devem ser eficientes. Presidentes eleitos precisam encontrar a fórmula paradoxal de agradar seu eleitor e um Congresso nem sempre alinhado com o programa que o elegeu.