Temendo derrota, Lira não vota PEC kamicaze

Entre a pressa em aprovar a PEC que viola leis para ajudar na reeleição de Jair Bolsonaro (PL) e o risco do quórum baixo no Plenário, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), optou pela prudência e adiou a votação para a semana que vem. A proposta eleva o benefício do Auxílio Brasil até o fim do ano de R$ 400 para R$ 600, zera a fila de espera e cria vouchers, também só até dezembro, de mil reais para caminhoneiros e taxistas. Para driblar as leis eleitoral e de responsabilidade fiscal e o teto de gastos, decreta estado de emergência. Lira vinha colecionando vitórias. Convenceu o relator Danilo Forte (UB-CE) a não mexer no texto, o que mandaria a PEC de volta para o Senado, e conseguiu aprová-la na comissão especial quase por unanimidade — somente o deputado Alexis Fonteyne (Novo-SP) votou contra. A ideia era votá-la em dois turnos no Plenário ainda ontem, mas a oposição pretendia apresentar um destaque retirando do texto o estado de emergência, o que, na prática, tornaria ilegais os benefícios. Lira viu que havia 427 deputados presentes, quando são necessários 308 para aprovar uma PEC ou derrubar um destaque. Achou que a margem era estreita e não quis arriscar. A votação está marcada para a próxima terça. (UOL e Globo)

Lula no primeiro turno?

Eleição é matemática, e para derrotar Bolsonaro no primeiro turno, Lula precisa conquistar o voto de quem ainda não decidiu o que fará em 2 de outubro, inclusive daqueles chamados de golpistas e fascistas pela militância petista.

Não entenderam o Paradoxo da Tolerância

A gente realmente precisa ter uma conversa sobre o Paradoxo da Tolerância. A ideia de que às vezes, para defender a democracia, é preciso impedir que um grupo político fale está começando a ser usada com displicência demais. Tem limite, sim, mas você sabe qual é?

Johnson renuncia à liderança conservadora mas tenta seguir premiê até outubro

Alvo de intensa pressão de correligionários, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson deve renunciar hoje à liderança do Partido Conservador. É este cargo que faz dele primeiro-ministro, já que a legenda tem maioria na Câmara dos Comuns. Até o fechamento desta edição, Johnson tentava ainda permanecer no comando do governo até outubro, quando o partido escolherá oficialmente quem o sucederá. A maioria dos conservadores, porém, não aceita a solução e defende que ele deixe o governo imediatamente, substituído interinamente pelo vice-premiê Dominic Raab. “Seu comportamento tem sido errático”, se queixou ao Guardian um parlamentar. A situação de Johnson ficou insustentável nos últimos dias, com renúncias em massa dentro do governo. Ontem, uma comissão de ministros de primeiro escalão esteve com ele pedindo que deixasse o cargo. A pressão veio até do recém-nomeado ministro das Finanças Nadhim Zahawi. (Guardian)

A regulamentação das Big Techs

O Pedro+Cora desta quinta-feira aborda como a Europa começa a regular o uso da tecnologia em pequenas, médias e grandes empresas para criar um ambiente mais competitivo. Saiba por que companhias e fabricantes de celulares são a favor de que o Whatsapp permita enviar e receber mensagem por outras plataformas.

O Brasil só perde

O Brasil segue perdendo… seja cabelo ou na política. Os escândalos do governo Bolsonaro são tantos que já nem sabemos mais quantos ele fez questão de encobertar. Parece até que a última vez que o Brasil teve uma vitória foi há 20 anos. E talvez seja, já que foi quando a seleção conseguiu o penta. Mas o papo não é só o país, a cultura pop essa semana recebeu muitos holofotes, desde Barbie a Stranger Things. Para entender tudo, só assistindo a Curadoria Meio Maravilhosa!

Os Tenentes de 1922, o Centrão de 2022

Há quem conte História como uma força movida pelo ímpeto de grandes líderes, aquelas personagens quase sobre-humanas pelo carisma, pela habilidade, pelo senso de tempo. Mas há outra forma de interpretar — a história das tecnologias, da economia, daquilo que de alguma forma afeta e move a sociedade. Hoje, dia 6 de julho, 2022, faz exatos cem anos que quatro tenentes lideraram um grupo de soldados em marcha pela Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em missão suicida para derrubar a Primeira República. Os Dezoito do Forte. Pois compreender o Tenentismo pelo ângulo da sociedade ajuda, muito, a compreender também o momento atual da política brasileira.

Dia bolsonarista no Congresso: CPI adiada, PEC eleitoreira acelerada

O presidente Jair Bolsonaro (PL) não pode reclamar do dia de ontem. Ele obteve duas vitórias importantes no Congresso, com perspectiva de reflexos na corrida eleitoral. Na primeira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), anunciou que a temida CPI para investigar a corrupção durante a gestão de Milton Ribeiro no MEC será instalada, mas só começará a trabalhar após as eleições. Ao mesmo tempo, Pacheco vai instalar uma CPI pedida por governistas para apurar obras inacabadas em escolas, creches e universidades durante governos petistas. (UOL)

O que é a renda básica universal, com Eduardo Suplicy

No Conversas com o Meio, o ex-senador Eduardo Suplicy explica qual é a sua proposta de renda básica universal e por que uma ideia tão bem aceita não é implementada. Ele também comenta o entrevero que teve com o ex-ministro Aloizio Mercadante.

MP enfrenta ataque bolsonarista à responsabilidade fiscal

Aprovada com apoio quase unânime no Senado – só José Serra (PSDB-SP) votou contra —, a PEC que aumenta o Auxílio Brasil e institui ajuda a caminhoneiros e taxistas pode parar no Tribunal de Contas da União (TCU), como conta Guilherme Amado. O Ministério Público pediu que a Corte impeça o governo de furar o teto de gastos, condição necessária para que gaste R$ 41,25 bilhões a três meses das eleições. Apelidada de “PEC das bondades”, o projeto torna letra morta ainda as leis eleitoral e de responsabilidade fiscal. E não é só o MP que é contra. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) promete levar hoje mais de mil prefeitos ao Congresso para protestar contra a PEC e contra medidas do governo que reduzem receitas e aumentam despesas municipais. (Metrópoles)