Moraes autoriza desbloqueio, e X volta a operar no Brasil
Após 39 dias de bloqueio, o X voltou a funcionar no Brasil. A liberação foi determinada ontem pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, depois do pagamento de R$ 28,6 milhões em multas e da indicação de um representante legal da plataforma no país. Pouco antes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, manifestou-se a pedido de Moraes e se posicionou a favor do desbloqueio. Moraes determinou que a decisão seja cumprido em 24 horas, ou seja, até a tarde de hoje. Mas, a depender do provedor de internet e do meio de acesso, pode demorar mais para alguns usuários. A empresa de Elon Musk comemorou o retorno. “O X tem orgulho de estar de volta ao Brasil. Proporcionar a dezenas de milhões de brasileiros acesso à nossa plataforma indispensável foi prioridade durante todo este processo”, afirmou. “Continuaremos a defender a liberdade de expressão, dentro dos limites da lei, em todos os lugares onde operamos.” A volta dos brasileiros ao antigo Twitter também rendeu memes na plataforma, no Bluesky e no Threads, que serviram como alternativa para os “órfãos” do microblog. (g1)
Com o X regularizado, surgem questões sobre seu futuro no Brasil. Do ponto de vista legal, analistas destacam que é preciso observar como a rede social vai se comportar, se vai cumprir determinações futuras da Justiça, como o bloqueio de perfis. Outra dúvida é sobre o retorno dos usuários. Especialistas dizem que o conjunto de ferramentas do X e as comunidades já estabelecidas devem fazer com que haja um movimento de retorno em massa à plataforma. (Estadão)
Thiago Bronzatto: “O recuo de Musk foi um avanço na discussão dos limites da atuação das redes sociais no Brasil. Durante as invasões às sedes do Três Poderes, algumas plataformas transmitiram em tempo real os ataques à democracia, estimulando e monetizando o algoritmo da barbárie. A falta de responsabilização abriu uma brecha para o populismo digital extremista mover as engrenagens da desinformação. Ao enquadrar o X, o STF estancou a sensação de que o poder econômico do dono da plataforma gozava de imunidade perante os tribunais”. (Globo)