Após votação pacífica, americanos aguardam quem vai ocupar a Casa Branca

Os americanos foram às urnas ontem para decidir quem assume a Casa Branca a partir de janeiro. Com o fechamento das sessões eleitorais, os resultados começaram a sair. A decisão, no entanto, pode não ser conhecida hoje, já que a contagem dos votos não é 100% automatizada como no Brasil. Até a meia-noite, a vice-presidente Kamala Harris aparecia na frente em 10 estados, com 109 votos no Colégio Eleitoral, enquanto Donald Trump levava 20 estados e 198 delegados, segundo projeções da Associated Press. Para vencer, são necessários ao menos 270 votos. O New York Times projetava vitória republicana com 286 votos a 252 para a democrata. Os resultados de sete estados, Pensilvânia, Michigan, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Nevada, considerados pêndulos por não terem uma fidelidade partidária definida, são os mais esperados, pois devem decidir o vencedor. E apesar dos temores dos últimos dias, não houve grandes problemas a ponto de atrapalhar a votação, exceto uma série de ameaças de bomba, mas nenhuma foi considerada crível pelo FBI. (New York Times)

Os primeiros resultados da pesquisa de boca-de-urna da ABC News apontaram a democracia como a questão mais importante para 73% de quem saiu de casa para votar. Mas a economia também pesou para quem votou: entre 67% e 32% disseram que o país está pior economicamente. (ABC News)

Frente ao clima de indefinição, Trump afirmou que aceitará o resultado das eleições se o pleito for “justo”. Horas depois, no entanto, postou em sua rede social que há rumores de “trapaça massiva na Filadélfia”, maior cidade da Pensilvânia, que é o estado-pêndulo com mais votos no Colégio Eleitoral. “Está se falando muito sobre TRAPAÇA massiva na Filadélfia. A força da lei está chegando!!!”, publicou. A Polícia local, porém, disse não estar ciente da alegação e não saber de quaisquer problemas com a votação que exigissem uma resposta das autoridades. Há anos, o republicano faz afirmações infundadas sobre fraude eleitoral. (CNN)

Para explicar de forma didática como a escolha nos estados-pêndulo pode mudar pelos mais diferentes motivos, Jason Copeland, analista político do ONN, recorre a imagens que simulam o interior do corpo de um eleitor registrado como independente na Pensilvânia, para mostrar o que pode contar: a memória da avó o levaria ao voto em Kamala, enquanto o lado social levaria ao voto em Trump. (The Onion)

Em busca da vitória, Kamala e Trump gastaram juntos US$ 3,5 bilhões, fazendo da campanha presidencial de 2024 a mais cara da história. Registros de outubro mostram que as duas campanhas, grupos externos e comitês partidários arrecadaram quase US$ 4,2 bilhões. A democrata atraiu mais de US$ 2,3 bilhões e gastou US$ 1,9 bilhão. Já Trump arrecadou US$ 1,8 bilhão e gastou US$ 1,6 bilhão. (Financial Times)

Democratas e republicanos disputam não apenas a Casa Branca, mas o Poder Legislativo. As pesquisas apontam favoritismo dos republicanos para obter a maioria no Senado, que renova um terço de seus membros, enquanto os democratas têm chance de assumir o controle da Câmara dos Representantes, que tem todos os assentos em jogo. (Bloomberg Línea)

As eleições americanas também são o tema do Meio Político, que sai às 11h para assinantes premium. Christian Lynch fala sobre a obsolescência do sistema político dos EUA e do risco de uma guerra civil se Trump perder. Assine hoje e ainda receba as nossas caprichadas edições de sábado e acesso ao streaming do Meio.

Meio em vídeo. Pedro Doria e Cora Rónai abordam a diferença de comportamento dos eleitores de cada candidato, as possíveis mudanças que ocorrerão caso Trump seja eleito e o marco civilizatório se Kamala se tornar a primeira mulher a presidir os EUA. Assista! (YouTube)

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