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20 anos da ISS e a comercialização do espaço

Fez 20 anos que há humanos vivendo no espaço. Foi em 31 de outubro de 2000 que a primeira tripulação chegou à Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês). E desde lá mais de 240 tripulantes e visitantes de 19 países visitaram a estação. Incluindo o único brasileiro, o atual ministro Marcos Pontes.

A ISS ainda é um dos maiores experimentos científicos já realizados no espaço e a maior estrutura já construída fora do planeta, com 109 metros de largura (quase um campo de futebol) e cerca de 453 toneladas. Na época, representou o fim da corrida espacial e uma aliança entre a Rússia e os EUA. Já o seu futuro, promete alavancar uma outra corrida espacial: a comercialização do espaço.

Há anos a NASA conta com ajuda de empresas pra desenvolver e operar equipamentos pra fins científicos. Mas o foco dessas parcerias tem mudado. Ano passado, a agência espacial americana declarou a ISS aberta pra negócios. E começou a dar resultados: a empresa de cosméticos Estée Lauder assinou um acordo pra fotografar uma campanha na estação. Em 2021, o ator Tom Cruise deve filmar um filme por lá. E o reality show Space Hero anunciou que o prêmio do vencedor será uma viagem espacial em 2023.

A empresa Axiom Space é que está por trás de grande parte dessas novidades. Ela foi selecionada pela NASA pra desenvolver o primeiro módulo comercial a ser acoplado à estação em 2024. De fora seria semelhante a qualquer outro, mas por dentro teria a “maior janela pra observação já construída pro espaço”. Várias empresas já se interessaram e já estão desenvolvendo espaçonaves pra essa nova frente, como a SpaceX e a Virgin Galactic. A ideia da Axiom, no entanto, não só é pra fins turísticos. O novo módulo também seria mais automatizado e permitiria realizar experimentos e pesquisas mais perigosas, que não seriam possíveis com astronautas.

A mudança pra essa estratégia é simples: o custo. A NASA paga a maior parte dos US$ 4 bilhões necessários por ano pra manter a estação. Ano passado, gastou US$ 23 milhões só pra desenvolver e substituir uma privada quebrada. Fora todo o custo na preparação dos astronautas. A ideia é que, daqui a cinco anos, empresas privadas assumam e administrem comercialmente, enquanto a agência fica com missões mais relevantes, como a Artemis — pra levar um homem, e também uma mulher, de volta à Lua — e até uma viagem pra Marte.

Ainda não dá pra saber se a parceria com empresas cobrirá os custos atuais. Mas sem esse apoio, a alternativa seria desativar e destruir a ISS. Com a preocupação ainda de que não terá uma sucessora a tempo. Os voos até a estação vão continuar pelo menos até 2024 e seu sistema está preparado pra funcionar de forma segura até 2028. A decisão terá que ser tomada em conjunto com todos os países responsáveis pela ISS, que além dos EUA e Rússia, também conta com o Canadá, Japão e membros da Agência Espacial Europeia. Mas para muitos cientistas isso significaria uma perda. No início, o foco da estação foi a sua própria construção. A cada viagem, astronautas desenvolviam novos módulos até chegar aos 16 atuais. Quando terminou, em 2011, o foco ficou na ciência: mais de três mil pesquisas já foram feitas por lá. Desde descobertas importantes pra continuar avançando na exploração espacial, como cultivo de comida e água em órbita e os efeitos do espaço nos astronautas, até avanços na medicina. Os efeitos da microgravidade no corpo humano, por exemplo, também permitiram estudar doenças como Alzheimer, Parkinson, asma, câncer e problemas cardíacos.

Por dentro da ISS. Em fotos.

O módulo sendo desenvolvido pela Axiom pra turistas.

E um serviço da NASA que avisa quando a ISS pode ser vista a olha nu de onde você está.

Por Érica Carnevalli

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