Meio

O discurso do presidente Lula para anunciar as medidas de socorro ao Rio Grande do Sul foi marcado pelo tom eleitoral em evento ocorrido em São Leopoldo, a cerca de 35 km de Porto Alegre. Durante sua fala, Lula disse que pretende viver até os 120 anos para “disputar umas 10 eleições”. No maior município governado pelo PT no estado, o encontro teve gritos da plateia em tom de comício e elogios a Paulo Pimenta, potencial candidato a governador em 2026 e recém-nomeado ao Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. No palco, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, lembrou que já fez campanha eleitoral para Pimenta. Aliados do presidente já haviam apontado que a escolha do ministro para a nova pasta tem o objetivo de manter no estado um ator político que impeça o governador Eduardo Leite de se catapultar com recursos federais. (Folha)

O governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que soube pela imprensa a indicação de Paulo Pimenta como titular do Ministério Extraordinário de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, conta Igor Gadelha. Segundo o governador gaúcho, não houve qualquer comunicado prévio por parte de Lula ou de integrantes do governo sobre a nomeação do então chefe da Secretaria de Comunicação Social, antes da notícia sair nos jornais, na terça-feira. A escolha de Lula gerou críticas entre aliados do governador tucano pelo fato de Pimenta, que também é gaúcho, ser apontado como pré-candidato ao governo estadual em 2026. Aécio Neves (PSDB-MG), disse que a decisão era uma “excrescência” e que politiza a tragédia. “Não sou inimigo do Leite. Nossa relação é ótima, de respeito e parceria institucional. Claro que temos diferenças, mas nada que impeça um ótimo trabalho conjunto”, disse Pimenta à coluna. (Metrópoles)

O Senado aprovou nesta quarta-feira, por unanimidade, o projeto que suspende a dívida do Rio Grande do Sul com a União por três anos. O texto segue para sanção presidencial. Antes, a proposta havia sido aprovada pela Câmara durante a madrugada do mesmo dia. A suspensão foi uma das medidas anunciadas pelo governo federal para atender o estado, que sofre com temporais e enchentes desde 29 de abril. O projeto também anistia os juros que seriam cobrados durante o período. Os R$ 23 bilhões que serão adiados ou perdoados devem ser direcionados "integralmente" a ações de enfrentamento e diminuição de danos provocados pela calamidade pública. O texto aprovado pelo Senado permite que as mesmas regras de suspensão da dívida possam ser aplicadas a outros estados que passem por tragédias semelhantes e tenham a situação de calamidade reconhecida pelo Congresso no futuro. (g1)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quarta-feira um pacote de medidas voltadas para vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Entre elas, está a transferência via Pix de R$ 5,1 mil para 200 mil famílias afetadas, ao custo de R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos. Um novo saque do FGTS no valor de até R$ 6.220 foi liberado para trabalhadores de cidades que estejam em estado de emergência ou calamidade. O pagamento do Bolsa Família será antecipado e haverá a inclusão de mais famílias no programa. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, o pagamento será feito nesta sexta-feira. Lula participou de evento em São Leopoldo com ao menos oito ministros para anunciar ajuda ao estado. (UOL)

O nível do Guaíba voltou a subir, em Porto Alegre, nesta terça-feira, chegando a 5,22 metros, de acordo com boletim da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). A Defesa Civil informou que o Guaíba pode ultrapassar o patamar das cheias registrado na semana passada, e que o Rio Gravataí está seguindo o mesmo ritmo, por conta das chuvas. A prefeitura de Porto Alegre chegou a montar barricadas com sacos de areia para conter a força das águas, enquanto cerca de 300 moradores do bairro Lami tiveram de abandonar suas casas. (Metrópoles)

A Fraport vai renovar a suspensão de voos no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, por mais 90 dias e não deve reabrir antes de setembro. O comunicado, chamado Notam, será publicado pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) da Aeronáutica. Com elevação de 1,70 metro de água, o aeroporto não recebe voos comerciais há dez dias. Por conta da inundação, ainda não é possível ter ideia dos estragos sofridos com pista, equipamentos e edificações e os investimentos que serão necessários para os reparos. A Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) também determinou que as companhias aéreas suspendam as vendas de passagens para o aeroporto. Até segunda-feira, era possível adquirir bilhetes para os meses de julho, agosto e setembro. (GZH)

A prefeitura de Porto Alegre estuda construir uma cidade provisória para acolher famílias desabrigadas pelas chuvas. O projeto em discussão prevê o atendimento de 10 mil pessoas no bairro Porto Seco, próximo ao centro da capital. A proposta deve ser apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira, durante uma visita ao estado. Opositores ao projeto defendem que sejam oferecidos aluguéis sociais em uma das 100 mil moradias vazias apontadas em um levantamento interno do governo municipal. A prefeitura também vai adotar medidas semelhantes ao que ocorreu após a passagem do furacão Katrina, no estado americano de Louisiana, em 2005. A empresa de consultoria Alvarez & Marsal, especializada na recuperação de grandes cidades após eventos climáticos extremos e que atuou em Louisiana na época, foi contratada para identificar oportunidades e dar mais eficiência aos programas de assistência social às vítimas das enchentes. (CNN Brasil)

A ex-presidente Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, ou Banco do Brics+), hoje presidido por ela, vai destinar R$ 5,75 bilhões para o financiamento de obras de reconstrução do Rio Grande do Sul. Parte do dinheiro será usado para financiar pequenas e médias empresas e para obras de proteção ambiental, infraestrutura, água e tratamento de esgoto, e prevenção de desastres. Em publicação nas redes sociais, Dilma afirmou que o valor do empréstimo foi acertado após conversas com o presidente Lula (PT) e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Os valores, segundo a presidente do banco, serão transferidos "sem burocracia, por ação direta" para o estado e outras instituições financeiras parceiras dos BRICS, como o BNDES. "Queremos ajudar as pessoas a reconstruir suas vidas", acrescentou, no vídeo. (g1)

O governo vai subsidiar parte do arroz que será importado para abastecer o mercado interno em meio às chuvas no Rio Grande Sul, estado responsável por 70% da produção nacional. O objetivo é evitar o aumento de preços, assegurando para o consumidor final o preço de R$ 20 para o pacote de 5 quilos de arroz. De acordo com a estimativa de técnicos, o governo deverá conceder, em média, subsídio de R$ 5 por pacote. Na semana passada, o governo autorizou a importação de até um milhão de toneladas de arroz. Na primeira fase, serão importadas 100 mil toneladas de arroz de países do Mercosul, que têm vantagem de isenção tributária. O primeiro edital deve ser lançado nesta semana para iniciar os embarques na próxima. Empresas privadas já estão trazendo arroz de países como a Tailândia. (O Globo)