Meio

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um sensor portátil que identifica a presença de compostos químicos na água que podem prejudicar a saúde quando consumidos em excesso. O dispositivo custa cerca de R$ 0,50 por unidade e é feito com papel e nanopartículas de ouro, que são sintetizadas por um laser e produzem a reação eletroquímica para sinalizar se há ou não essas substâncias nas amostras. O novo sensor tem um desempenho equivalente ao de outros produtos utilizados para medir a qualidade da água da torneira e de piscinas. (Globo)

Uma equipe de cientistas nacionais e internacionais descobriu que a terra preta, solo da Amazônia muito mais fértil que os demais da região, era produzido provavelmente de maneira intencional pelos indígenas locais, antes da chegada dos europeus ao Brasil. O estudo, que inclui dados arqueológicos e a análise dos hábitos atuais dos kuikurus, que vivem no Alto Xingu, foi publicado na revista científica Science Advances. Os nativos utilizam os restos de matéria orgânica produzidos pela pesca e o cultivo da mandioca misturados com carvão e cinzas de fogueiras para utilizar em terras de plantio que demandam mais nutrientes do que a média. (Folha)

Disponível no mercado há mais de 30 anos, o Zolpidem, remédio usado no tratamento contra a insônia, virou uma das drogas de abuso no Brasil. O medicamento ganhou protagonismo na última década, pela junção de fatores como facilidade na prescrição médica e um apelo para um problema comum, a dificuldade de dormir. Médicos relatam casos de pacientes que tomaram 300 comprimidos de Zolpidem em um único dia, e que é cada vez mais frequente receber no consultório indivíduos que ingeriram 40 ou 50 unidades do fármaco de uma só vez. Especialistas chegam a comparar o que acontece no país com o cenário de abuso de opioides que assola os Estados Unidos. (BBC Brasil)

Em tempos de sustentabilidade, consumidores não se incomodam em pagar mais por produtos ecologicamente corretos, o que abre espaço para malfeitos. Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) fizeram um levantamento com 49 produtos plásticos apregoados como biodegradáveis em supermercados do Rio e de São Paulo. Na lista estão sacolas, talheres, copos, pratos e outros utensílios de cozinha, com preços até 125% maiores que os dos similares convencionais. O problema é que nenhum dos itens atendia a todos os requisitos para serem de fato biodegradáveis. Mais de 90% eram feitos de plásticos oxodegradáveis, que não se desfazem em condições ambientais normais. (Ciclo Vivo)

Cinco homens foram mortos na terça-feira, supostamente em confronto, com policiais militares em Acajutiba (BA), a 185 km de Salvador, elevando a 52 o número de mortes pela PM baiana apenas no mês de setembro. A maioria dos casos aconteceu em regiões pobres na periferia da capital. A Bahia vem liderando rankings de violência, tanto de facções criminosas quanto de forças de segurança, com 7 mil assassinatos no ano passado – cerca de 50 para cada cem mil habitantes. Dessas mortes, 1.464 aconteceram em confrontos com a polícia, uma média de 122 por mês. (g1)

Mais da metade (61%) das 54 mortes violentas na Baixada Santista este ano foi responsabilidade de policiais militares, segundo dados do Ministério Público e da Secretaria de Segurança de São Paulo. O número elevado reflete a chamada Operação Escudo, deflagrada em 28 de julho após o assassinato de Patrick Reis, soldado da Rota, a tropa de elite da PM Paulista. Das 33 mortes provocadas por PMs, 28 aconteceram nos primeiros 40 dias da operação, e o MP paulista investiga denúncias de execuções e torturas praticadas por agentes. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), porém, nega ter havido excessos. (Metrópoles)

Uma liminar da 6ª Vara do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou nesta terça-feira que a Universidade Santo Amaro (Unisa) reintegre os 15 estudantes de medicina que foram expulsos após a circulação de vídeos em que aparecem nus e tocando em suas partes íntimas, em um jogo universitário, em abril. Os estudantes, que são calouros, poderão voltar às aulas nesta quarta-feira, segundo o advogado da instituição de ensino. O pedido de reintegração foi feito por apenas dois alunos, mas a decisão valerá para todos. Segundo a Unisa, uma sindicância foi aberta para apurar a conduta dos envolvidos para decidir se mantém a expulsão ou aplica penas pedagógicas. A Liga Esportiva das Atléticas de Medicina do Estado de São Paulo (Leamesp) suspendeu por um ano a participação da Unisa em jogos universitários, como o pré-Intermed e o Intermed. (g1)

O gelo marinho da Antártica chegou aos níveis mais baixos já registrados no inverno, segundo o Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo (NSIDC, na sigla em inglês). Em 10 de setembro, a extensão máxima anual foi de 16,96 milhões de quilômetros quadrados, um milhão a menos que o recorde mínimo anterior, em 1986, uma área equivalente a duas Franças. Essa é a menor máxima já registrada desde 1979, quando o satélite começou a fazer o levantamento. A redução do gelo antártico pode afetar a reprodução de animais e acelerar o aquecimento global com a diminuição da luz solar refletida para o Espaço. (Estadão)

Três milhões de famílias beneficiárias do Bolsa Família deixaram a pobreza este ano. É o que afirma um estudo realizado por FGV, Ipea e Banco Mundial, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social. São 1,5 milhão de famílias na pobreza em setembro, ante os 4,5 milhões em janeiro. Para o levantamento, a linha da pobreza foi de ganho até R$ 218 por integrante. Segundo a pesquisa, não há ninguém no programa social que se encontra na extrema pobreza, cuja renda nessa faixa é de R$ 109 per capita, já que o valor recebido pelos beneficiários é de pelo menos R$ 142 por pessoa.

Empurrado pela bancada evangélica, o projeto de lei que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo gênero deve ser aprovado esta semana na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, mas não terá uma tramitação tranquila na Casa. Embora os governistas tenham conseguido adiar por duas vezes a votação na comissão, eles reconhecem que a maioria do colegiado é conservadora, mas lembram que, em seguida, o projeto passará pela Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial, onde o governo é maioria, e depois na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), presidida por Rui Falcão, do PT. (UOL)