Pela primeira vez, Brasil registra região árida similar a desertos
Mapas climáticos com dados de 1990 a 2020 mostram que, pela primeira vez, o Brasil tem áreas com clima árido, similar ao de desertos. Mudanças climáticas, desmatamento e queimadas contribuíram para a aridez do clima avançar em todo o país, exceto no Sul. “Nosso levantamento utilizou dados até 2020, e no novo mapa aparecem essas áreas áridas, mais precisamente na região Norte da Bahia. A gente nunca tinha visto isso antes, essa é a primeira vez”, afirma Javier Tomasella, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e coordenador do estudo, que contou também com cientistas do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A pesquisa já está com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. O cálculo de aridez, baseado na Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, considera a média de chuvas e evaporação potencial em um período de 30 anos. Quanto maior a aridez de um local, menor é a disponibilidade de água. O pesquisador Humberto Barbosa, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), também identificou em outra pesquisa o mesmo problema. “Temos agora dentro do conceito de terras secas da UNCCD, as três tipologias: subúmidas secas, semiárido e a novidade, o árido. Isso cria nova ordem do semiárido brasileiro.” (UOL)
Avanço da urbanização em áreas de risco triplicou no Brasil em 38 anos
Um levantamento do MapBiomas mostra que o avanço da urbanização em áreas de risco triplicou no Brasil em 38 anos, chegando a 123 mil hectares em 2022. Em média, 3% da área urbana total está em regiões com risco de enchentes, deslizamentos de terra e secas. Em favelas, o percentual chega a 18%. Considerando áreas mais vulneráveis a inundações, com até três metros de distância dos leitos dos rios, a ocupação desses locais quadruplicou desde 1985, com 425 mil hectares. De acordo com o estudo, o país enfrenta um aumento nos registros de desastres naturais desde 1991, tendo como casos mais recentes as chuvas no litoral paulista e as inundações no Rio Grande do Sul. (Folha)
Pantanal tem 1.244 focos de incêndio em novembro
O número de focos de incêndio no Pantanal este mês já é seis vezes maior do que foi registrado em todo o mês de novembro do ano passado. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que 1.244 focos foram identificados apenas este mês, contra os 201 do mesmo período em 2022. O fogo começou a se espalhar no mês passado, quando 1.157 pontos foram descobertos, ante os 48 em outubro de 2022. A estiagem na Amazônia aumenta a preocupação no Pantanal, que depende do regime de chuvas do bioma amazônico para que as águas cheguem à região pantaneira. Apesar de o agravamento da seca no Centro-Oeste ter sido prevista pela comunidade científica, o governo federal não consegue criar um planejamento adequado para o controle dos incêndios, que ameaçam unidades de conservação e abrigos de onças-pintadas. (Estadão)
EUA aprovam primeira vacina contra chikungunya, feita por parceiro do Butantan
A Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA, na sigla em inglês) aprovou nesta sexta-feira a primeira vacina contra a chikungunya, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo vetor da dengue e do zika vírus. Aplicado em dose única para maiores de 18 anos, o imunizante foi desenvolvido pelo laboratório austríaco Vanlneva, que tem parceria no Brasil com o Instituto Butantan. A instituição brasileira pretende submeter essa vacina à Anvisa no primeiro semestre do ano que vem, já que a chikungunya já atinge 60% dos municípios do país. (g1)
No Brasil, humanos são ‘ajudados’ por 82% dos mamíferos
Em cada dez espécies de mamíferos no Brasil, mais de oito prestam algum tipo de serviço aos seres humanos, segundo um estudo liderado por ecólogos da UFRJ. São funções como o controle de pragas e doenças, a dispersão de sementes e o transporte de nutrientes na terra e na água. Sem eles, nossa vida seria bem mais complicada por aqui. Um bom exemplo são os macacos, que mantém a saúde e a diversidade do meio ambiente espalhando sementes em seu habitat. Além disso, funcionam como sentinelas de doenças como a febre amarela. Mas esse “parceiros” não recebem o devido reconhecimento, pelo contrário: 20% dessa “espécies colaboradoras” estão ameaçadas de extinção. (Globo)
ICMBio inicia nova operação de emergência após leva de botos mortos no Amazonas
Em meio a uma nova leva de botos vermelhos mortos, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) iniciou uma nova operação de emergência ambiental em uma nova região amazônica. Em menos de um mês, o ICMBio encontrou 70 desses golfinhos sem vida na região do lago Coari, em Coari (AM). Os novos casos também estão ligados à histórica seca no Amazonas, que além de afetar a população local, matou 154 botos e tucuxis no lago Tefé entre 23 de setembro e 20 de outubro. Em um único dia, 70 deles morreram, quando a água da enseada de Papucu chegou a 39,1°C. (Folha)
Desmatamento na Amazônia cai 22%, aponta Inpe
O desmatamento na Amazônia diminuiu 22,3% desde a última temporada de medições, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta quinta-feira. Foram 9.001 km² de área desflorestada entre agosto de 2022 e julho de 2023, ante os 11.594 km² registrados nos mesmos meses entre 2021 e ano passado. Os números são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), considerado o mais preciso para as medições anuais, diferente do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz relatórios mensais sobre a devastação. Essa é a menor taxa registrada pelo Prodes desde 2019. (g1)
Cirurgiões realizam primeiro transplante de olho em um ser humano
É comum a realização de transplantes de córnea, tecido transparente da parte frontal ocular, mas uma equipe de cirurgiões da NYU Langone Health anunciou nesta quinta-feira a realização do primeiro transplante de olho completo em um ser humano. O procedimento foi feito durante um transplante de face parcial em Aaron James, um veterano militar de 46 anos do Arkansas, que teve metade do rosto destruído em um acidente elétrico de alta tensão. Segundo os médicos, o olho enxertado mostra sinais de saúde, com vasos sanguíneos em pleno funcionamento e uma retina de boa aparência, apesar de o paciente não conseguir ver pelo órgão, que não consegue se comunicar com cérebro. “O simples fato de termos transplantado um olho é um grande avanço, algo que foi pensado durante séculos, mas nunca foi realizado”, disse o líder da equipe Eduardo Rodriguez. (g1)
Inmet emite alerta de calor para cinco estados
Vem calor forte por aí. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de risco de temperaturas extremas em cinco estados até sexta-feira, com risco de o fenômeno se expandir e prolongar. Os termômetros em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás podem registrar até 5º C a mais que o previsto para esta época do ano, o Centro-Oeste registrando temperaturas máximas de até 42º C. Já segundo o Climatempo, na segunda-feira o calor deve fustigar também cidades de Tocantins, Bahia, Piauí, Espírito Santos e Minas Gerais. (g1)
STF decide que separação judicial não é requisito prévio para divórcio
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira que a separação judicial não é requisito prévio para concretizar um divórcio. O veredito se baseia em uma mudança na Constituição, em 2010, que prevê o divórcio como meio para a dissolução matrimonial. O Código Civil estabelece que o casal pode converter a separação em divórcio um ano após ela se tornar definitiva, podendo ser solicitado mediante a comprovação de que estão separados de fato por mais de dois anos. Por unanimidade, os ministros seguiram o voto do relator, Luiz Fux, para que o divórcio possa ocorrer diretamente, sem etapas prévias ou período mínimo de espera antes de encerrar o vínculo matrimonial, se o casal desejar. O caso tem repercussão geral, orientando ações semelhantes em instâncias inferiores. (g1)