Meio

Um levantamento do Itaú Educação e Trabalho (IET), com dados do Censo Escolar, mostra que o Brasil ainda não alcançou nem metade do objetivo de oferecer 4,8 milhões de vagas no ensino técnico. Em 2022, havia apenas dois milhões de matrículas disponíveis, equivalente a 43% da meta estipulada pelo Plano Nacional de Educação (PNE) entre 2014 e 2024. Atualmente, apenas 10% dos alunos brasileiros podem fazer curso técnico, número muito abaixo da média de países da Europa, de 42%, e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 37%. Em agosto deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o Marco Legal da Educação Técnica, que prevê um sistema de avaliação dos cursos e determinou que o Ministério da Educação (MEC) faça um Plano Nacional de Ensino Técnico em até dois anos. (Globo)

País-sede da Conferência do Clima da ONU (COP28), os Emirados Árabes Unidos planejaram usar o papel de anfitrião para fechar acordos de petróleo e gás. Documentos revelados pela BBC mostram os planos de discussão de compromissos com 15 países, entre eles, o Brasil. Os documentos serviram de base para reuniões marcadas antes da conferência, que começa no dia 30, do presidente da COP28, Sultan al-Jaber, com pelo menos 27 governos. Para um encontro com a China, a Adnoc, petrolífera estatal dos Emirados Árabes, diz estar “disposta a avaliar oportunidades conjuntas de GNL [gás natural liquefeito]” em Moçambique, Canadá e Austrália. Para o Brasil, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, seria instada a colaborar na “garantia do alinhamento e o endosso” da compra da Braskem, maior empresa petroquímica da América Latina, pela Adnoc. A equipe organizadora negou que haja a intenção de fazer esses negócios durante as reuniões da COP28. Sem comentar o que foi discutido nos encontros de planejamento, se limitaram a dizer que o trabalho se concentrou em “ações climáticas significativas”. (BBC Brasil)

O recém-eleito governo conservador da Nova Zelândia levou uma saraivada de críticas desde o anúncio, o último sábado, de que estava revogando sua legislação contra o tabaco, considerada uma das mais avançadas do mundo. A lei, aprovada no ano passado, prevê a proibição da venda que qualquer produto de tabaco a pessoas nascidas depois de 2008 e tem como objetivo evitar que jovens se viciem. Elogiada por médicos e especialistas em todo o mundo, a medida está servindo de modelo para outros países, como o Reino Unido, mas enfrentou pesada oposição tanto da indústria do tabaco quanto de comerciantes. A revogação, anunciada pela ministra da Economia, Nicola Willis, busca compensar cortes de impostos. Além do retrocesso como política de saúde, o anúncio provocou revolta porque a lei contra o tabaco não foi contestada na campanha eleitoral pelo Partido Nacional, legenda do primeiro-ministro conservador Chris Luxon. (BBC)

Com 343 medalhas (156 ouros, 98 pratas e 89 bronzes), o Brasil encerrou hoje sua histórica participação nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago-2023. O país terminou em primeiro lugar no quadro geral de medalhas, na melhor campanha da história dos Parapans. Entre os 324 atletas que passaram pela competição, Cecília Araújo e Douglas Matera foram os maiores medalhistas. Matera ganhou oito medalhas de ouro na natação - sendo também o maior vencedor brasileiro na competição -, enquanto Araújo faturou quatro ouros, três pratas e um bronze. Em segundo lugar nos Parapan-americanos, os Estados Unidos obtiveram 166 medalhas, sendo 55 ouros, 58 pratas e 53 bronzes. A Colômbia ficou em terceiro com 161 medalhas, sendo 50 de ouro, 58 de prata e 53 de bronze. Os próximos Jogos Paralímpicos de Paris-2024 acontecerão entre 28 de agosto e 8 de setembro. (UOL)

O Corinthians é o novo campeão do Paulistão Feminino de 2023. O time goleou o São Paulo por 4 a 1 e conquistou ontem o título estadual, na Neo Química Arena. Os gols da vitória alvinegra foram marcados por Jaqueline, Tarciane, Vic Albuquerque e Jheniffer. Já a jogadora Dudinha marcou o único gol tricolor. Com o resultado, as Brabas, que haviam perdido o jogo de ida por 2 a 1, na Vila Belmiro, somaram 5 a 3 no agregado e conquistaram seu quarto título na temporada. Assista aos melhores momentos da decisão. (GE)

Os eventos climáticos extremos têm, como outras tragédias, o potencial de escancarar ainda mais as desigualdades. A Folha fez um levantamento de dados, a partir de cálculos feitos sobre mapas de temperatura de superfície captados pelos satélites Landsat 8 e Landsat 9, da Nasa, que mostra como a diferença entre um bairro rico e um de baixa renda na cidade de São Paulo pode chegar a quase 4ºC numa onda de calor. Os bairros mais ricos da cidade conseguem bloquear as ilhas de calor, ficando com a temperatura média da superfície em 0,7ºC acima da média da cidade, enquanto o restante encara o solo 2ºC mais quente. Nas áreas mais pobres, há uma combinação de muito concreto, pouca vegetação, adensamento populacional e ruas apertadas com tráfego intenso de veículos. Um outro estudo, da Associação de Pesquisa Iyaleta, estudou os casos de Cuiabá e Porto Velho e demonstrou como a população negra, normalmente habitando bairros com menos saneamento básico e com mais restrições de fornecimento de água e energia, é a mais afetada no calor. (Folha e Agência Brasil)

Astrônomos da Universidade de Utah (EUA), em parceria com a Universidade de Tóquio, no Japão, detectaram uma partícula de energia rara e extremamente alta chegada ao planeta Terra. O estudo publicado pela revista Science mostra que este é um dos raios cósmicos de maior energia já detectados até agora. Chamada de Amaterasu, em homenagem à deusa do sol na mitologia japonesa, a partícula tem energia superior a 240 exa-elétron-volts (EeV), milhões de vezes mais energizada do que as colocadas no Grande Colisor de Hádrons. Amaterasu perde em energia apenas para a Oh-My-God, detectada em 1991, com 320 EeV. (Estadão)

A emissão de gases do efeito estufa pode ter agravado a onda de calor que atingiu diversas regiões do Brasil este mês. Um relatório da ClimaMeter, ligada à Universidade Paris-Saclay, na França, aponta que as temperaturas no período do evento climático foram de 1°C a 4°C acima do que ocorreria no passado. Segundo o documento, as ondas de calor têm ficado mais quentes, mais secas e com menos vento, somadas a uma maior pressão atmosférica, que impede a aproximação de frentes frias com umidade e chuvas. A análise está alinhada com o Painel Intergovernamental de Mudança do Clima da ONU (IPCC), que prevê um aumento da exposição ao calor extremo em populações urbanas na América do Sul. (Folha)

O IBGE disponibiliza, a partir desta quinta-feira, um estudo inédito sobre a biodiversidade brasileira em 2022. A pesquisa mapeou e analisou mais de 22,5 milhões de ocorrências de fauna e flora de diferentes fontes e inseridas no Sistema de Informação da Biodiversidade Brasileira (SiBBr). O Brasil é um dos 17 países que abrigam mais de 70% das espécies catalogadas no planeta, mas, segundo o IBGE, ainda há muito a descobrir. O órgão abriu um canal de atendimento ao público, que tenha interesse em fazer críticas, elogios ou registrar suas percepções sobre o estudo. (Agência Brasil)

Dados do Observatório do Clima, divulgados nesta quinta-feira, mostram que o Brasil reduziu as emissões de gases do efeito estufa em 8% no ano passado. Pesaram a favor a diminuição da taxa de desmatamento na Amazônia e o grande volume de chuvas, que dispensou o uso de usinas termelétricas para geração de energia. Mesmo com a queda, a agropecuária teve um aumento recorde de emissões, com alta de 3%, a maior desde 2003. Entre 2019 e 2022, o Brasil emitiu 9,4 bilhões de toneladas brutas de CO2, voltando aos mesmos patamares da década de 1990 e início dos anos 2000. Desse total, 1,12 bilhão de tonelada provém da destruição dos biomas nacionais. (g1)