Membro do conselho da COP28 pede demissão após denúncia contra anfitriões
Após a divulgação de documentos mostrando a intenção dos Emirados Árabes Unidos usarem a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP28) para negociar acordos de petróleo e gás, uma integrante do principal conselho consultivo do evento pediu demissão nesta sexta-feira. Em sua carta de renúncia, a ex-presidente das Ilhas Marshall Hilda Heine disse que os relatos envolvendo os anfitriões da COP28 eram “profundamente decepcionantes” e ameaçavam a credibilidade das negociações multilaterais. Na carta enviada ao presidente da COP, Sultan al-Jaber, ela sugere que a única maneira de restaurar a confiança no processo era “apresentar um resultado que demonstre que você está comprometido com a eliminação gradual dos combustíveis fósseis”. Um porta-voz da presidência da COP28 disse estar “extremamente decepcionado com a renúncia da Dra. Heine”. Figura fundamental nas negociações globais sobre o clima, ela representou os países mais frágeis às mudanças climáticas e foi uma das fomentadoras de um fundo de ajuda a essas nações. (Folha)
COP28: Brasil quer fundo de US$ 250 bi para financiamento de florestas tropicais
O Brasil apresentou nesta sexta-feira, na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP28), uma proposta para criar um fundo global de financiamento da conservação de florestas tropicais em 80 países. Com a expectativa de captar um total de US$ 250 bilhões, o fundo investiria o capital em ativos verdes, aplicando o retorno financeiro nas florestas. A proposta é resultado de um rascunho desenhado ainda em agosto, na Cúpula da Amazônia, sediada em Belém do Pará, com a presença de outros países amazônicos e detentores de grandes florestas, como a República do Congo, a República Democrática do Congo (RDC) e a Indonésia. A sugestão é de um pagamento fixo a partir de US$ 25 por hectare de floresta em pé, conservada ou restaurada, sem exigir medições mais complexas como a absorção de carbono. (Folha)
Cratera em Maceió pode chegar a 300m de diâmetro, diz Defesa Civil
A Defesa Civil de Maceió (AL) está em alerta máximo com a perspectiva de desabamento de uma mina da petroquímica Braskem sob bairros da capital alagoana. A perspectiva é que o colapso deixe uma cratera de até 300 metros de diâmetro. Toda a população em um raio de dois quilômetros foi retirada da área, já que o terreno vem afundando cerca de 50 centímetros por dia. A mina de sal gema foi explorada entre 1979 e 2019, com uso de líquido para dar estabilidade ao solo. Ao longo do período, porém, parte desse líquido vazou, prejudicando a sustentação do terreno. (UOL)
Toupeira dourada considerada extinta é redescoberta na África do Sul
Considerada extinta há décadas, uma rara espécie de toupeira dourada foi redescoberta por pesquisadores em uma praia da África do Sul. Desde 1936 não havia um avistamento da toupeira dourada De Winton (Cryptochloris wintoni), um pequeno animal cego, mas com super audição, que se alimenta de insetos e consegue “nadar” por entre as areias de dunas. A toupeira havia sido encontrada em 2021, mas os cientistas não tinham certeza de sua espécie, já que existem 21 tipos diferentes de toupeiras de pelagem dourada na África. Foram colhidas amostras de “DNA ambiental”, obtido de células de pele, pelos e secreção que o animal deixa pelo caminho, mas apenas em 2022 os pesquisadores conseguiram em um museu tecidos de De Wintons preservados há mais de 80 anos. A comparação confirmou que aquele era um exemplar da “espécie perdida”. Pelo menos dois espécimes diferentes já foram fotografados nas dunas da praia de Nolloth desde 2021, e os cientistas dizem ter sinais de uma população maior, embora ainda sob sério risco. (AP)
‘O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos’, diz Lula na COP28
O presidente Lula participou nesta sexta-feira da abertura da COP28 em Dubai com um discurso duro, cobrando dos países desenvolvidos que invistam mais no combate à fome e às mudanças climáticas que em guerras. “Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres”, indagou. Lula citou a seca prolongada na Amazônia e as enchentes no Rio Grande Sul como exemplos de que “a conta [climática] chegou antes”. “O planeta já não espera para cobrar a próxima geração. O planeta está farto de acordos climáticos não cumpridos, de metas de redução de emissão de carbono negligenciadas, de discursos vazios. Precisamos de atitudes e práticas concretas”, disse o presidente. (g1)
Mais de 4 mil ianomâmis ficaram sem atendimento médico por causa do garimpo ilegal
O garimpo ilegal no território ianomâmi fez com que seis polos de saúde fossem fechados, deixando cerca de 4.800 indígenas desassistidos e elevando o número de mortes evitáveis a partir de 2021. Essa é a conclusão de um relatório produzido pela área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU), ao constatar que dois terços das unidades de saúde deixaram de funcionar em algum momento entre 2021 e 2023 por causa da “intensa atividade do garimpo ilegal” na região, fazendo os atendimentos caírem de 32% em 2021 para 15,73% em 2022. O TCU concluiu que a interrupção nos atendimentos foi causada por falhas na articulação do governo para proteger o território e expulsar os garimpeiros. Também houve falta de profissionais da saúde no local. Segundo o documento, apenas oito das 69 unidades de saúde tinham médico na equipe em maio deste ano. (g1)
PM da Bahia já matou mais de 200 pessoas desde 15 de setembro
O número de pessoas mortas pela Polícia Militar da Bahia desde 15 de setembro, quando o policial federal Lucas Caribé foi assassinado por integrantes de uma organização criminosa, já chega a 204. Um levantamento da CNN Brasil, com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) e das polícias Militar e Civil, mostra que entre os dias 15 e 30 de setembro, foram 111 baixas. Em novembro ocorreram 34 óbitos, mais de um por dia, em média. Segundo os órgãos de segurança, 201 dos 204 mortos eram suspeitos de crimes e teriam atirado contra os agentes de segurança. A maioria dos casos foram registrados em Salvador e na Região Metropolitana, em cidades como Lauro de Freitas, Eunápolis, Jequié, Camaçari e Simões Filho. (CNN Brasil)
COP28 começa com doações para fundo contra desastres climáticos
A COP28, Conferência Climática das Nações Unidas, começou nesta quinta-feira com o anúncio de doações de países ricos ao fundo climático de perdas e danos, destinados aos países em desenvolvimento para adaptação ao aquecimento global. Os anfitriões, Emirados Árabes Unidos, são um dos principais investidores, com US$ 100 milhões, mesmo valor ofertado pela Alemanha. Enquanto os Estados Unidos vão destinar US$ 17 milhões para o fundo, o Japão anunciou outros US$ 10 milhões. O Reino Unido aportará 60 milhões de libras, algo em torno de US$ 75,7 milhões, enquanto a União Europeia doará mais €225 milhões, pouco mais de US$ 245 milhões. Criado na COP27, o fundo pretende arrecadar US$ 100 bilhões anuais para as nações. A COP28 acontece em Dubai, nos Emirados Árabes, até 12 de dezembro. (Estadão e Folha)
Suprema Corte da Rússia criminaliza defesa de direitos LGBTQIA+
Em um drástico capítulo da guinada ultraconservadora na Rússia, a Suprema Corte do país classificou o movimento de defesa dos diretos da população LGBTQIA+ como “extremista” e “ilegal”. A decisão atendeu a um pedido do Ministério da Justiça, para o qual os defensores desse grupo promovem “incitação social e discórdia religiosa” no país. O julgamento aconteceu a portas fechadas e sem que entidades que defendem a diversidade de gênero pudessem se manifestar. Ativistas afirmam que, como a ação se refere vagamente a um “movimento internacional LGBT”, o governo de Vladimir Putin pode usar a decisão da Suprema Corte para perseguir, prender e processar qualquer pessoa que defenda os direitos dessa comunidade. (AP)
Facções estão presentes em 25% das cidades da Amazônia
Um em cada quatro municípios da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão) sofre com a ação de 22 facções criminosas brasileiras e estrangeiras. A informação faz parte do estudo Cartografias da Violência na Amazônia, divulgado nesta quinta-feira pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Em função dessas atividades ilegais e dos conflitos entre quadrilhas, a taxa de mortes violentas nessa região é 45% maior que a média nacional, enquanto as apreensões de cocaína na Amazônia Legal triplicou ao longo dos últimos quatro anos. Além do tráfico de drogas e armas, as facções se dedicam a crimes mais específicos da região, como contrabando de madeira e garimpo ilegal. (g1)