Política

Acusado por Evo de autogolpe, Arce nega e fala em ‘interesses estrangeiros’

Evo Morales acusou neste fim de semana o presidente Luis Arce, seu antigo aliado e agora principal adversário, de orquestrar um autogolpe na Bolívia para aumentar sua popularidade, repetindo argumentos do general Juan José Zúñiga, que liderou a tentativa de invasão do palácio presidencial em La Paz na quarta-feira passada. Segundo Arce, o movimento foi impulsionado por interesses estrangeiros nos recursos naturais do país, dono da maior reserva de lítio do mundo. O presidente acusou Evo de embarcar na versão do autogolpe porque quer voltar à presidência em 2025. Investigado por terrorismo e rebelião armada, o general Zúñiga está preso preventivamente por seis meses e foi transferido para o presídio de segurança máxima de Chonchocoro, perto de La Paz, com outros dois militares de alto escalão, também acusados de liderar o golpe: o vice-almirante Juan Arnez, ex-chefe da Marinha, e Alejandro Irahola, ex-chefe de brigada do Exército. (El País e Folha)

Hospitais de Gaza só têm como funcionar por mais 48h, alertam autoridades

Hospitais de Gaza estão prestes a parar devido à falta de combustível, alerta o Ministério da Saúde local. O fechamento da passagem de Rafah por Israel no mês passado interrompeu o abastecimento de suprimentos essenciais, agravando a situação do território palestino. Desde 7 de outubro, várias instalações médicas foram destruídas, com Israel alegando que o Hamas as utilizava para atividades militares. A escassez de combustível afeta não apenas os geradores dos hospitais, mas também serviços essenciais como saneamento. Enquanto isso, operações militares intensas continuam em Gaza, resultando em milhares de deslocados. A situação humanitária se deteriora rapidamente: segundo um relatório das Nações Unidas, a fome deve atingir um milhão de pessoas em Gaza em meados de julho. (Washington Post)

Eleições legislativas na França têm maior comparecimento do século

Os franceses foram às urnas neste domingo, apenas três semanas após Emmanuel Macron dissolver a Assembleia Nacional, em uma estratégia que pretendia alertar a população sobre o crescimento da ultradireita. E a participação popular foi a maior do século. Entre 65% e 70% do eleitorado terá comparecido às urnas até o fechamento dos postos, às 20h (horário de Paris). Na parcial até 17h, 59,39% do eleitorado já havia comparecido, maior índice desde 1986. Há dois anos, no primeiro turno das eleições legislativas, apenas 39,42% dos votantes tinham ido nesse horário. A data inusitada e a chance tanto da ultradireita quanto da esquerda vencerem o pleito - segundo as pesquisas de intenção de voto, os governistas de centro aparecem apenas na terceira colocação - parece ter motivado o país. Houve muitos pedidos de personalidades para que a população comparecesse. Preocupados com uma possível vitória dos extremistas do Reagrupamento Nacional (RN), liderados por Marine Le Pen, jogadores da seleção nacional de futebol como Kylian Mbapeé discursaram apelando à população que impeça a vitória do RN. (Le Parisien)

Cessar-fogo em Gaza ainda não teve avanço, diz membro do Hamas

Um alto membro do Hamas baseado no Líbano, Osama Hamdan, disse neste sábado que não houve progresso nas negociações de cessar-fogo com Israel sobre a guerra em Gaza. O grupo está disposto, disse ele em entrevista coletiva em Beirute, a “lidar positivamente” com qualquer proposta que coloque ponto final na guerra. Os esforços dos mediadores árabes, apoiados pelos Estados Unidos, não conseguiram até agora concluir um acordo, e os dois lados culpam o outro pelo impasse. O Hamas afirma que qualquer acordo deve pôr fim à guerra e provocar a retirada total de Israel do território palestino, enquanto Israel afirma que aceitará somente uma pausa temporária nos combates até que o Hamas seja erradicado. (Reuters)

Reformista é o mais votado no Irã, que terá segundo turno na sexta-feira

O Irã terá segundo turno nas eleições presidenciais. O parlamentar reformista Masoud Pezeshkian teve uma pequena margem à frente do linha-dura Saeed Jalili, mas não conseguiu superar os 50% de votos necessários para vencer no primeiro turno. Quase 25 milhões de iranianos foram às urnas. Pezeshkian recebeu 10,45 milhões de votos, Jalili ficou com 9,47 milhões e o outro líder conservador, Mohammad Bagher Ghalibaf, 3,38 milhões. Cerca de 60% do eleitorado não foi compareceu às urnas como forma de protesto contra o governo. Mais perto da vitória, Pezeshkian, um renomado cirurgião cardíaco de 69 anos, foi o único reformista aceito pelo Conselho dos Guardiães para se candidatar. Agora no segundo turno, marcado para a sexta-feira, dia 5, seu esforço será para atrair a multidão de ausentes no primeiro. Ele defende diálogo com o Ocidente, que as mulheres se vistam como quiserem e já disse que não acionará a chamada “polícia moral” caso seja eleito. (Guardian)

Somente o clã Biden pode fazer o presidente mudar de ideia

Ninguém além de sua esposa, da irmã mais nova, do melhor amigo e de um pequeno grupo de conselheiros irá influenciar o presidente Joe Biden a desistir da reeleição. Mesmo que os principais jornais do país, como o New York Times, e inúmeros políticos do seu próprio partido insistam em pedir que ele se retire da disputa. A única forma de Biden se afastar, apesar de seu debate desastroso, é se o pequeno clã que o cerca pedir que ele o faça - e nada garante que isso vá acontecer. Muito pelo contrário. Jill Biden, sua companheira há quase cinco décadas, é sua principal apoiadora e pensa que as cenas de quinta-feira foram apenas uma noite ruim - e noites ruins acontecem. Enquanto isso, os aliados de Biden imaginam cenários e veem poucas chances de alguém além da vice-presidente, Kamala Harris, ganhar a indicação, caso Biden mude de ideia - mas muito se fala, de Washington a Los Angeles, no governador da Califórnia, Gavin Newsom. “Eles sabem que foi um desastre”, disse uma fonte próxima à família. “Mas acreditam que há esperança.” Biden mantém apoios fundamentais para a confirmação de sua candidatura na convenção democrata em agosto. O principal deles é do ex-presidente Barack Obama. No dia seguinte à sua performance em rede nacional, Biden demonstrou força durante comício em North Carolina: “Eu não ando tão facilmente quanto costumava. Não falo tão suavemente quanto costumava. Não debato tão bem quanto costumava. Mas sei como dizer a verdade. Sei o que é certo e o que é errado. Sei como fazer esse trabalho. (...) E sei, como milhões de americanos sabem: quando você é derrubado, você se levanta”. (Axios e New York Times)

Editorial do ‘New York Times’ defende que Biden desista da candidatura

Após o mau desempenho do presidente americano Joe Biden no debate da noite de quinta-feira contra Donald Trump, o jornal The New York Times publicou um editorial na tarde desta sexta-feira defendendo a retirada da candidatura do democrata. Elencando os riscos de uma volta do ex-presidente republicano à Casa Branca, o Conselho Editorial de um dos mais importantes jornais americanos afirma que Biden não é o mesmo homem de quatro anos atrás e que no debate parecia ser apenas a “sombra de um grande servidor público”. “Biden tem sido um presidente admirável. Sob sua liderança, a nação prosperou e começou a enfrentar uma série de desafios de longo prazo, e as feridas abertas por Trump começaram a sarar. Mas o maior serviço público que Biden pode prestar agora é anunciar que não continuará a concorrer à reeleição”, diz o jornal, que apesar de reconhecer as qualidades de Biden, aponta suas várias limitações para fazer frente a Trump nas eleições de novembro. “Há líderes democratas mais bem equipados para apresentar alternativas claras, convincentes e enérgicas a uma segunda presidência de Trump. Não há razão para o partido arriscar a estabilidade e a segurança do país, forçando os eleitores a escolher entre as deficiências de Trump e as de Biden. É uma aposta grande demais esperar que os americanos simplesmente ignorem ou desconsiderem a idade e a fragilidade de Biden que veem com os seus próprios olhos”, acrescenta o jornal. “Defender a nomeação de um novo candidato democrata em um ponto tão tardio da campanha não é uma decisão fácil, mas reflete a escala e a seriedade do desafio de Trump aos valores e instituições deste país e a inadequação de Biden para confrontá-lo.” Mas, caso Biden siga como o candidato democrata, ele será “escolha inequívoca” do jornal, devido ao tamanho do perigo que Trump representa. (New York Times)

Kamala Harris deveria concorrer à Casa Branca no lugar de Biden, defende Krugman

Paul Krugman: “Joe Biden fez um excelente trabalho como presidente. Na verdade, considero-o o melhor presidente da minha vida adulta. Com base no seu histórico político, ele deveria ser um grande favorito à reeleição. Mas ele não é. E na noite de quinta-feira ele não conseguiu estar à altura da ocasião quando isso realmente importava. Considerando onde estamos, devo me juntar com muita relutância ao coro que pede a Biden que se afaste voluntariamente, com ênfase no aspecto ‘voluntário’. Afastar-se por quem? Kamala Harris foi, segundo todos os relatos, uma promotora distrital e procuradora-geral eficaz, e também tem sido discretamente eficaz como vice-presidente, promovendo as políticas de Biden. Escolhê-la como sua sucessora não seria, de forma alguma, contentar-se com menos”. (New York Times)

Lula afirma que fará ajuste fiscal ‘necessário’, mas não ‘em cima do pobre’

Durante evento na cidade mineira de Juiz de Fora nesta sexta-feira, o presidente Lula reconheceu a importância de cortar gastos para equilibrar as contas públicas, mas descartou ajustes que possam afetar as agendas sociais do governo. E voltou a garantir que não tomará medidas que mexam no salário mínimo e benefícios. “Eu farei o ajuste necessário, porque eu não quero gastar mais do que a gente ganha, mas eu quero dizer para vocês, não será nunca em cima do povo trabalhador, e do povo pobre que eu vou fazer que vou fazer ajuste fiscal nesse país. Nunca”, afirmou. (g1)

‘Não debato tão bem como antes’, reconhece Biden, que segue na disputa pela Casa Branca

O presidente americano, Joe Biden, fez um discurso empolgante nesta sexta-feira diante de uma multidão de apoiadores em Raleigh, na Carolina do Norte, admitindo que “não é um homem jovem”, mas deixando claro que não tem intenção de deixar a disputa pela reeleição. “Não falo tão bem como antes. Não debato tão bem como antes”, disse Biden em referência ao debate eleitoral da véspera com Donald Trump. “Mas eu sei o que sei: sei dizer a verdade. Eu sei como fazer esse trabalho. Eu sei como fazer as coisas. Eu sei o que milhões de americanos sabem: quando você é derrubado, você se levanta”, afirmou. Biden se manifestou veementemente contra Trump e chamou o ex-presidente de “ameaça genuína”. “Passei 90 minutos no palco debatendo sobre o cara que tem a moral de um gato de rua”, disse Biden, repetindo uma frase que havia usado na noite anterior. (CNN)