Política

Lula convoca reunião para discutir alta do dólar

Depois de atribuir a alta do dólar a uma “especulação contra o real” em nova entrevista nesta terça-feira, o presidente Lula afirmou que fará uma reunião em Brasília nesta quarta-feira para agir frente à depreciação do real. “É um absurdo. Veja, obviamente, me preocupa essa subida do dólar. É uma especulação”, disse. Para ele, “não é normal o que está acontecendo”. Por isso, anunciou que fará uma reunião para que o governo possa definir como agir em relação à especulação contra o real, que seria responsável pela alta no dólar. O desempenho do câmbio, no entanto, tem respondido ao discurso de Lula nas últimas semanas sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, autonomia da autoridade monetária e os gastos públicos. Em um mês, o dólar subiu 7,32%. No ano, a alta é de 16,11%. (Estadão)

Com menos munição e energia, generais israelenses querem trégua em Gaza

Militares do Exército israelense em território palestino na manhã desta terça, dia 2: generais querem trégua
Militares do Exército israelense em território palestino na manhã desta terça, dia 2: generais querem trégua

Cansados e mal equipados - com menos armas e menos munição - pela campanha militar mais longa de Israel em décadas, generais israelenses querem trégua imediata em Gaza. Eles acreditam que esta é a melhor forma de conseguirem resgatar com vida os cerca de 120 reféns sob poder do Hamas, e também que uma trégua se faz necessária para o país se preparar caso uma guerra ecloda contra o Hezbollah, a milícia libanesa que está envolvida em uma luta com Israel, por enquanto de baixa intensidade, desde outubro, mês dos ataques terroristas. Os principais generais de Israel defendem essa ideia mesmo que isso mantenha o Hamas no poder por enquanto, ampliando o abismo entre os militares e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Conhecida como Fórum do Estado-Maior, a liderança militar de Israel, que deseja o cessar-fogo, é formada por um grupo de 30 generais, incluindo o chefe do Estado-Maior militar, tenente-general Herzi Halevi, o chefe da inteligência militar e os comandantes do Exército, Força Aérea e Marinha. A atitude dos militares representa uma nova postura em relação aos últimos meses. Agora está claro para eles que Netanyahu não quer se comprometer com um plano pós-guerra. “Os militares apoiam totalmente um acordo de reféns e um cessar-fogo”, disse Eyal Hulata, que serviu como conselheiro de segurança nacional de Israel até o início do ano passado. “Eles entendem que uma pausa em Gaza arrefece os ânimos no Líbano. E eles têm menos munições, menos peças de reposição, menos energia do que tinham antes.” (New York Times)

Milei acusa Lula de interferência nas eleições argentinas e o chama de corrupto

O presidente da Argentina, Javier Milei, voltou a atacar o presidente Lula em sua conta no X. Ao criticar o jornalista Joaquín Morales Solá, colunista do jornal La Nacion - que ele chama de “perfeito dinossauro idiota” -, Milei acusou o presidente brasileiro de interferência na eleição presidencial de seu país, ano passado, na qual Milei venceu o candidato governista, Sergio Massa, no segundo turno. Em seguida, reafirmou o que disse esta semana ao chamar Lula de corrupto. Na quinta-feira passada, o petista condicionou uma reaproximação com Milei a um pedido de desculpas do argentino “pelas bobagens que ele disse”. No mesmo post, Milei classificou a tentativa de golpe militar na Bolívia, em 26 de junho, como uma “fraude”. (Meio)

Lula muda tom sobre BC e fala em ‘jogo especulativo’ contra o real

O presidente Lula concedeu entrevista à Rádio Sociedade, da Bahia, e foi perguntado sobre a economia do país, a relação com o Banco Central e as recentes subidas do dólar. Para o chefe do Executivo, há um “jogo de interesse especulativo contra o real”. Ele negou haver relação direta entre a alta da moeda americana e suas falas. Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas defendeu a autonomia da instituição: “Quando a gente indica um presidente do BC, não é para fazer o que a gente quer. O banco tem a função de cuidar da política monetária”. Para ele, a autarquia deve funcionar com liberdade para não ceder às pressões políticas. O petista ainda disse ser necessário cuidar dos gastos públicos e que ninguém teria cuidado mais desta questão do que ele, citando como exemplo a aprovação do Novo Arcabouço Fiscal no ano passado. (Meio)

Ex-estrategista de Trump se entrega às autoridades para cumprir pena de prisão

Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, compareceu nesta segunda-feira a uma prisão federal em Danbury, Connecticut, para iniciar uma sentença de quatro meses por não cumprir uma intimação do Congresso. Ele é o segundo ex-assessor do ex-presidente a ser preso por desacato à determinação do Congresso, juntamente com Peter Navarro, que começou a cumprir pena de quatro meses no início deste ano. Antes de se entregar, Bannon fez um pronunciamento do lado de fora do centro correcional, dizendo que estar “orgulhoso” de ir para a prisão. “É hora de me render em Danbury”, disse. Ele e Navarro foram condenados por não cumprirem intimações do já extinto comitê da Câmara que investigou a invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021. Bannon disse que não estava desrespeitando o comitê, mas confiando no conselho de seus advogados para não responder à intimação até que os legisladores decidissem sobre as alegações de Trump de imunidade executiva, o que foi parcialmente concedido nesta segunda-feira pela Suprema Corte. (CNN)

Milei não vai à cúpula do Mercosul, mas estará em encontro da extrema direita com Bolsonaro

O presidente da Argentina, Javier Milei, decidiu não participar da próxima Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, no dia 8, no Paraguai. Por outro lado, segundo o jornal La Nación, confirmou presença na reunião da Conferência Política de Ação Conservadora (Cpac), que será realizada neste fim de semana em Camboriú (SC) e contará com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ambas as decisões preocupam o Brasil, segundo fontes, devido a temores de um aprofundamento da crise bilateral. De acordo com a Casa Rosada, Milei não irá à cúpula do Mercosul devido a problemas de agenda. A decisão, porém, foi tomada após a troca de farpas com Lula já que, até a semana passada, a presença de Milei no encontro em Assunção era dada como certa por funcionários argentinos. (Globo e La Nación)

Lira leva evento de mulheres para Maceió e é alvo de protesto feminista

Após o desgaste por aprovar na Câmara a urgência de um projeto que comparava o aborto legal ao crime de homicídio, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não passou ileso a protestos de feministas no 1º Encontro de Parlamentares Mulheres do G20, realizado em Maceió, capital de seu estado.

Trump tem imunidade parcial, decide Suprema Corte dos Estados Unidos

A Suprema Corte americana acaba de decidir que o ex-presidente e candidato Donald Trump tem direito a algum nível de imunidade contra processos, mas que ela não é ilimitada. A decisão pode atrasar o julgamento do caso contra ele por acusações de conspiração para subverter a eleição de 2020, que ele perdeu para o democrata Joe Biden. O placar foi de 6 a 3 pelo entendimento de que Trump é imune a processos por atos oficiais realizados durante sua presidência, mas que há uma distinção entre conduta oficial e privada. Agora, o caso retorna ao tribunal inferior, que decidirá se as ações do republicano foram em caráter oficial ou privado. O ex-presidente enfrenta três acusações de conspiração e uma de obstrução de justiça, todas relacionadas aos seus esforços para manter a presidência após sua derrota em 2020. Trump argumentou que tinha direito à imunidade absoluta das acusações, baseando-se em uma compreensão ampla da separação de poderes e em um precedente da Suprema Corte de 1982 que reconheceu tal imunidade em casos civis para ações tomadas por presidentes. (New York Times)

O debate

Ultradireita a uma semana de dominar a França

Uma nova era na história da França pode ter começado no domingo, 30 de junho. O tiro no escuro que o presidente Emmanuel Macron deu ao convocar eleições relâmpago para a Assembleia Nacional pretendia derrubar o crescimento da ultradireita, mas acertou em cheio seu próprio governo e bancada parlamentar. No primeiro turno do pleito que definirá os 577 deputados do país, os candidatos do Reunião Nacional (RN) conquistaram a maioria dos votos (33,1%, segundo o Ministério do Interior), liderando em 297 dos 577 distritos eleitorais. A união de quatro partidos de esquerda ficou em segundo lugar (28%), à frente em 159 distritos; e os governistas de centro, apoiados por Macron, amargaram um terceiro (20% e 70 distritos) e podem perder mais da metade de suas 250 cadeiras. Em uma eleição com o maior número de eleitores desde 1997, os franceses parecem dispostos a dar uma chance ao discurso nacionalista do RN após uma década de esforço de Marine Le Pen para higienizar a antiga Frente Nacional. Caso a vitória se confirme no segundo turno, no próximo domingo, a expectativa é que o extremista Jordan Bardella, de apenas 28 anos, seja o próximo primeiro-ministro. “A democracia falou”, disse Le Pen, eleita em seu distrito ontem à noite. (Le Monde e The Economist)