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Política

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Como será a Síria depois de Assad

Rebeldes derrubaram uma ditadura de meio século em poucos dias. Agora a disputa é para definir o futuro da Síria rapidamente e evitar que rivalidades étnicas, políticas e sectárias desencadeiem uma guerra ainda mais divisiva do que o conflito que tem dividido a nação por treze anos. Os 23 milhões de habitantes incluem várias seitas muçulmanas, cristãs, drusas e curdas. Tanto o Ramadã quanto a Páscoa são legalmente celebrados. Desde a independência em 1946, foram 20 golpes até 1970, quando Hafez al-Assad, o ministro da defesa e pai de Bashar, derrubou membros de seu próprio Partido Baath. No ano seguinte, ele se tornou presidente. “O conflito não acabou”, alerta Geir O. Pedersen, enviado especial da ONU para a Síria. Os atores regionais e globais querem ser “positivos e solidários, mas muitos estão nervosos” sobre um governo criado pelo Hay'at Tahrir al-Sham (HTS), uma milícia sunita que liderou a revolta e cujos líderes tinham laços anteriores com a Al Qaeda e o ISIS . “Eles veem um grupo islâmico chegar ao poder e se perguntam se eles realmente cumprirão o que prometem.” O carismático líder do HTS, conhecido pelo nome de guerra Abu Mohammed al-Jolani, prometeu não repetir os erros que levaram à guerra civil no Iraque, onde a ocupação dos EUA, em 2003, desmantelou os militares e baniu o Partido Baath do governo. Em um de seus primeiros atos, os rebeldes invadiram o mausoléu de Hafez al-Assad e incendiaram seu caixão. (New Yorker)

Exército espera novas ações da PF contra generais após prisão de Braga Netto

A prisão do general Walter Braga Netto não surpreendeu oficiais do Exército. Já era algo esperado e isso foi dito em conversas reservadas. Braga Netto foi preso preventivamente por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, sob acusação de tentativa de interferir em investigações. O envolvimento do general na tentativa de golpe e as iniciativas apontadas pela Polícia Federal para conhecer o conteúdo da delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, são consideradas graves. Após a prisão do general Mário Fernandes, que foi secretário executivo do então ministro da secretaria geral do Governo, Luiz Eduardo Ramos, a avaliação dos militares é de que as ações da PF vão prosseguir ainda por um bom tempo. Existe, agora, a crença de que, com a queda de Braga Netto, os próximos generais da lista serão o ex-ministro chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Augusto Heleno e o próprio Luiz Eduardo Ramos. Cogita-se até mesmo a possibilidade de os depoimentos de Braga Netto, que devem ser prestados nos próximos dias à Polícia Federal (PF), trazerem novas informações sobre o envolvimento dos generais na tentativa de golpe. (Estadão)

Lula fala em ‘presunção de inocência’ para Braga Netto

O presidente Lula falou neste domingo sobre a prisão do general Walter Braga Netto. Na coletiva de imprensa de sua alta (veja na íntegra), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, Lula disse que o ex-ministro de Bolsonaro “tem todo direito à presunção de inocência”. “O que eu não tive, quero que eles tenham.” De acordo com o presidente, no entanto, “se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão de ser punidos severamente”. Depois, Lula postou no X que “não podemos tolerar o desrespeito à democracia e à Constituição”, tampouco “podemos aceitar, em um país generoso como o nosso, que haja pessoas tramando a morte de um presidente da República eleito, de seu vice e do juiz que era presidente da Suprema Corte Eleitoral”. (Valor)

Defesa de Braga Netto nega que ele tenha obstruído investigação

A defesa do general da reserva Walter Braga Netto negou que ele tenha tentado obstruir investigações sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. Os advogados do general dizem que irão se manifestar nos autos após ter “plena ciência dos fatos que ensejaram a decisão”. “Com a crença na observância do devido processo legal, teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução às investigações”, diz a o texto da defesa, liderada por Luís Henrique Cesar Prata. A prisão preventiva foi decretada nesta sexta-feira pelo ministro Alexandre de Moraes, Supremo Tribunal Federal, a pedido da Polícia Federal e com aval da Procuradoria-Geral da República. Segundo o chefe da PGR, Paulo Gonet, a representação da Polícia Federal traz provas suficientes da tentativa do general de interferir nas investigações. (Folha)

PF segue rastro do dinheiro que teria sido entregue por Braga Netto

Após prender o general Walter Braga Netto no sábado, a Polícia Federal (PF) agora segue o rastro do dinheiro que, segundo o tenente-coronel Mauro Cid, foi entregue pelo ex-ministro da Casa Civil e da Defesa para financiar a tentativa de golpe e a execução de altas autoridades da República. Segundo a delação de Cid e informações da PF, foi com dinheiro transportado por Braga Netto e entregue ao major Rafael de Oliveira que teria sido comprado um celular usado na organização de crimes. Ainda de acordo com Cid, os recursos que passaram por Braga Netto teriam sido levantados junto ao “pessoal do agronegócio”. Os investigadores identificaram que, nas semanas seguintes, o major usou dinheiro em espécie. Em novo depoimento prestado no último dia 21, Cid mudou sua versão e disse que, dias depois de uma reunião no dia 12 de novembro de 2022, o coronel esteve em reunião com ele e Braga Netto, quando o general entregou o dinheiro, dentro de uma sacola de vinho, para a realização da operação. A participação de integrantes do setor de agronegócio já foi identificada em outros momentos. Relatórios da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) aos quais o GLOBO teve acesso apontaram a participação de produtores rurais na suposta articulação de atos antidemocráticos e no bloqueio de rodovias. A PF conseguiu identificar que, no dia 15 de dezembro, o major comprou um celular em uma loja de Goiânia com dinheiro vivo. A nota fiscal aponta que o celular foi comprado por R$ 2,5 mil, e pago com “dinheiro à vista”. O celular foi adquirido pela esposa de Rafael de Oliveira. (Globo)

Brasileiros se dizem mal informados sobre golpe, mas rejeitam anistia, diz pesquisa

Em sua maioria (65%), o brasileiro está “pouco” ou “nada informado” sobre as investigações da Polícia Federal a respeito da tentativa de golpe em 2022, aponta uma pesquisa nacional feita pelo Ipec com 2 mil pessoas de 131 cidades entre os dias 5 e 10 de dezembro. Quem respondeu ao levantamento se mostrou dividido sobre se Jair Bolsonaro participou do planejamento do golpe (43%) ou se está sendo “perseguido politicamente” (42%). A único resposta esmagadora, para 80%, foi que não deve haver anistia e os envolvidos na tentativa de virada de mesa “deveriam ser julgados e punidos conforme a lei”. A conclusão é que o Brasil não parece acompanhar com o devido interesse a investigação – e seus desdobramentos – da PF. E se mostra polarizado em relação ao envolvimento do ex-presidente na trama. (Globo)

Lula ganha alta antes do previsto e continua em SP: ‘Fiquei assustado e preocupado’

O presidente Lula ganhou alta do hospital Sírio-Libanês após ter uma resposta “acima do esperado”, segundo sua equipe médica. Ele disse ter ficado “assustado” e “preocupado” durante os dias que passou internado. Lula se emocionou durante entrevista. “Eu preciso ficar tranquilo uns 60 dias, mas posso trabalhar normalmente. Vou passar o Natal e o Ano Novo em casa e vou tentar obedecer de forma muito respeitosa as determinações dos médicos. Estou muito disciplinado. Eu nunca penso que vou morrer, mas tenho medo. Preciso me cuidar”, afirmou o presidente, que agradeceu aos médicos e fez um relato do acidente no Alvorada e das dores de cabeça que sentiu antes de ser internado. Ele só se deu conta da gravidade do quadro depois da cirurgia. Lula, que brincou que quer viver até os 120 anos, fica em São Paulo até quinta-feira, quando fará uma tomografia para reavaliar sua recuperação. Nos próximos 60 dias, não poderá fazer atividade física e viagens internacionais. A alta, antes do que estava previsto, veio seis dias após a cirurgia que o presidente realizou para conter um sangramento na cabeça decorrente da queda que sofreu no banheiro do Palácio da Alvorada, em outubro. (Globo)

Cid contou à PF que Braga Netto recebeu dinheiro do ‘pessoal do agronegócio’

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou à Polícia Federal que o general Braga Netto, preso na manhã deste sábado, disse que o dinheiro para a tentativa de golpe de Estado veio do “pessoal do agronegócio”. Cid deu detalhes sobre o dinheiro vivo que Braga Netto teria arrecadado. Em depoimento no dia 21 de novembro, ele afirmou que o ex-ministro entregou recursos em uma embalagem de vinho aos “kids pretos”, membros das Forças Especiais do Exército que participaram do plano para matar autoridades no final de 2022 e impedir a posse do presidente Lula. Segundo Cid, Braga Netto disse aos militares que o dinheiro “havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio”. No trecho do depoimento revelado pela PF, não há informação sobre quem seriam os doadores nem qual valor teria sido entregue. No dia 7 de dezembro, a defesa de Braga Netto afirmou, em nota, que o general “não coordenou e não aprovou plano qualquer e nem forneceu recursos para tal”. (UOL)

STF mantém prisão de Braga Netto após audiência de custódia

A prisão preventiva do general da reserva Walter Braga Netto foi mantida neste sábado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão foi tomada após audiência de custódia, conduzida por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Braga Netto deve continuar detido na Vila Militar, localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Prisões preventivas não têm prazo para acabar. O ex-ministro da Casa Civil, da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro foi preso por volta das 6h30. A medida atendeu a uma determinação de Moraes, após pedido encaminhado pela Polícia Federal. Segundo a PF, Braga Netto atuou para atrapalhar as investigações. A audiência de custódia aconteceu na tarde deste sábado. Segundo apurou a TV Globo, o procedimento, conduzido de forma remota, não trouxe novidades. O ex-ministro foi indiciado assim como Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e outras 37 pessoas ligadas ao ex-presidente. (g1)

Braga Netto tentou obter informações sobre delação de Cid; leia a decisão do STF

Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva do general Braga Netto a pedido da Polícia Federal após parecer favorável da Procuradoria Geral da República. Leia a íntegra da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal. A PF fez buscas na casa de Braga Netto, em Copacabana, onde ele foi preso. Os agentes também cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do coronel Flávio Botelho Peregrino, ex-assessor e homem de confiança de Braga Netto. Segundo a PF, eles estariam “atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal”. “As medidas judiciais têm como objetivo evitar a reiteração das ações ilícitas”, disse a corporação. O general é alvo da Operação Contragolpe, que investiga o planejamento de uma tentativa de golpe e de homicídio do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. De acordo com a PF, o general também teria atuado para obter informações sobre a delação premiada de Mauro Cid. Além disso, ele teria transferido recursos financeiros para o monitoramento de alvos, planejamento de sequestros e homicídios de autoridades. Ao analisar o pedido da PF, o ministro apontou que as investigações da operação Contragolpe e depoimentos do colaborador Mauro Cid “revelaram a gravíssima participação de Walter Souza Braga Netto nos fatos investigados, em verdadeiro papel de liderança, organização e financiamento, além de demonstrar relevantes indícios de que o representado atuou, reiteradamente, para embaraçar as investigações”. (Meio)

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