Política

Invasão ucraniana expulsa 130 mil russos da fronteira e muda narrativa da guerra

A surpreendente invasão ucraniana em uma pequena parte da região russa de Kursk, há nove dias, não mudou o curso geral da guerra entre os dois países, mas desferiu um golpe muito além das poucas centenas de quilômetros quadrados da Rússia que militares da Ucrânia agora controlam. A incursão lançou o governo e a sociedade russos a uma nova fase de incerteza, fragilizando a narrativa oficial do presidente Vladimir Putin de que a vitória estava garantida. Na cidade de Kursk, a 80 quilômetros da fronteira invadida, há pessoas de vários municípios fronteiriços vivendo em abrigos públicos, à espera do que vai acontecer. Calcula-se em 130 mil o total de pessoas que fugiram de suas casas com medo dos ucranianos. “Os primeiros dias da operação ucraniana na região de Kursk devem ser avaliados como muito bem-sucedidos, embora seus objetivos finais permaneçam obscuros”, disse Ruslan Pukhov, pesquisador da área de segurança baseado em Moscou. “Em termos morais, foi um golpe poderoso.” (New York Times)

Proposta de novas eleições causa mal-estar entre chavistas e opositores

A proposta de realizar novas eleições na Venezuela, lançada na última terça-feira pelo assessor especial para assuntos internacionais da presidência, Celso Amorim, gerou confusão e mal-estar em Caracas, conta Janaína Figueiredo. Os dois lados não querem repetir um pleito que ambos dizem ter certeza que ganharam. O site de notícias Caracas Chronicles considerou a ideia “uma proposta fraca que nenhum dos lados estará disposto a aceitar, que apenas serve como prova de que as negociações não avançam”.

STF suspende emendas impositivas até que Congresso crie regras de transparência

Todas as emendas impositivas apresentadas por deputados e senadores ao Orçamento da União estão suspensas até que o Congresso edite novos procedimentos de transparência, rastreabilidade e eficiência desses recursos. A determinação é de Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), e será submetida à validação dos demais ministros da Corte. Ficam ressalvados os recursos destinados a obras já iniciadas e em andamento ou a ações para atendimento de calamidade pública formalmente declarada e reconhecida.

Oposição adia pedido de impeachment de Moraes para impor desgaste lento a ministro

Deputados e senadores da oposição optaram por esticar ao máximo as críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em vez de apresentar nesta quarta-feira um pedido de impeachment do magistrado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A ideia inicial era já pedir a saída do ministro. Mas, em reunião no meio do dia, os parlamentares bolsonaristas avaliaram que seria somente mais um pedido a ser engavetado por Pacheco e que, usar as acusações feitas pela Folha como discurso bolsonarista durante as campanhas eleitorais nos municípios trará mais dividendos políticos.

Opinião: Trump não é nenhum Nixon e não merece perdão.

Ruth Marcus: “Em circunstâncias mais comuns, em tempos mais comuns, minhas simpatias tenderiam para os apelos à reconciliação nacional, os sentimentos que animaram Gerald Ford, há 50 anos, a perdoar Richard Nixon. Em retrospectiva, essa decisão parece sábia e altruísta. Mas não é o modelo certo para pensar em Trump. Se vencer, Kamala Harris deveria permitir que o procurador especial Jack Smith prosseguisse com seus processos contra o ex-presidente, ou o que sobrou deles após a decisão do Supremo Tribunal sobre a imunidade presidencial. Se Trump for condenado e a condenação for mantida, Harris não deverá usar seu poder para perdoar Trump ou comutar sua sentença. Trump não é nenhum Nixon, e não digo isto no bom sentido. Os erros de Nixon foram flagrantes e criminosos. Mas ele não representava uma ameaça à democracia no mesmo nível que Trump, com as suas incessantes alegações de um sistema fraudado contra ele, de eleições roubadas e de processos judiciais por motivação política. Nixon deixou o cargo sob pressão política, mas, ainda assim, deixou o cargo”. (Washington Post)

CCJ do Senado aprova PEC da Anistia

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira a chamada PEC da Anistia, que livra os partidos políticos de multas por descumprimento de repasses mínimos para candidaturas de negros e cria um perdão amplo para outras irregularidades em prestações de contas eleitorais. O texto também lança um programa de refinanciamento de dívidas das siglas partidárias e permite a utilização de recursos do Fundo Partidário para pagar multas eleitorais.

Moraes: pedido ao TSE era caminho mais eficiente para investigações

No início da sessão do Supremo Tribunal Federal desta quarta-feira, o ministro Alexandre de Moraes se manifestou sobre a revelação da Folha de troca de mensagens extraoficiais para a produção de relatórios para o inquérito das fake news e disse que o “caminho mais eficiente para a investigação naquele momento era a solicitação [de relatórios] ao TSE” e que “naquele momento a Polícia Federal pouco colaborava”. “Seria esquizofrênico eu, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral [à época], me auto-oficiar”, afirmou. “Nenhuma das matérias preocupa meu gabinete, me preocupa a lisura dos procedimentos. Todos os procedimentos foram realizados no âmbito de inquéritos já existentes”, disse, citando os inquéritos das fake news e das milícias digitais. O presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, e o decano, Gilmar Mendes, também se manifestaram a favor do colega na sessão. (Folha)

Moraes autoriza operação contra blogueiros bolsonaristas por ameaças a delegados

Blogueiros bolsonaristas foram alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira por ataques e ameaças a integrantes da corporação. Entre eles estão Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, que vivem no exterior e são considerados foragidos. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, emitiu novo mandato de prisão contra ambos atendendo a um pedido PF. Os investigadores apontam que o plano de ataques foi iniciado por Santos com o “objetivo de intimidar e sujeitar à execração midiática os policiais que atuam” nos casos sob relatoria de Moraes. Na representação enviada ao ministro há detalhes das ameaças a delegados, que incluem fotos, dados de seus familiares e até um objeto deixado no carro de um dos policiais, para mostrar que o grupo conhece seu endereço. (Globo)

Ucrânia avança sobre a Rússia, agora também com drones

Iniciada no dia 6 de agosto em Kursk, a ofensiva militar ucraniana sobre o território russo continua. Ontem, o governo da Ucrânia disse que avançou ainda mais, agora também com drones, na maior incursão estrangeira no país desde a Segunda Guerra Mundial. O governo de Vladimir Putin afirmou ter destruído 117 drones inimigos durante a noite em Kursk, Voronezh, Belgorod e Nizhny Novgorod. A televisão estatal da Ucrânia mostrou tropas retirando uma bandeira russa de um prédio oficial na cidade de Sudzha. Ao levar a guerra para a Rússia, a Ucrânia forçou quase 200.000 civis a evacuarem as regiões fronteiriças onde em 1943 o Exército Vermelho derrotou as forças nazistas, na famosa Batalha de Kursk. Putin acusa o país vizinho de atirar indiscriminadamente contra civis e instalações nucleares. (Reuters)

Tensão no Oriente Médio