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A Meta isentou alguns de seus principais anunciantes da moderação de conteúdo para proteger seu negócio multibilionário em meio a preocupações internas de que seu sistema penalizava erroneamente as principais marcas. É o que mostram documentos internos de 2023 vistos pelo Financial Times. Um memorando da empresa sugeriu que um grupo chamado “gastadores P95”, com os que gastam mais de US$ 1.500 por dia, estavam “isentos de restrições de publicidade”, mas seriam “eventualmente enviados para revisão humana”. Os documentos mostram que a Meta descobriu que seus sistemas automatizados sinalizaram incorretamente algumas contas mais lucrativas por violações das regras.

O futuro chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo Lula, Sidônio Palmeira, afirmou nesta quarta-feira que a decisão da Meta de pôr fim ao seu programa de checagem de fatos é um problema para a democracia. Ele também disse que seu objetivo no governo é fazer com que “a comunicação chegue na ponta”, acrescentando que os meios de comunicação mudaram com as redes sociais, mas que entrevistas também são importantes. Para ele, o anúncio do CEO da Meta, Mark Zuckerberg, complica esse objetivo. “É um problema também para a democracia, que a gente está discutindo aqui”, afirmou. O publicitário disse ainda que a extrema direita ressurgiu com as redes sociais e que nas plataformas proliferam notícias falsas e ódio. “Essa é uma característica inerente a isso. Não estou falando aqui do governo, estou vendo essa análise mais geral de gente fazendo estudo sobre esse tema.” (Folha)

A provável negativa de Alexandre de Moraes ao pedido da defesa de Jair Bolsonaro (PL) para que ele viaje aos Estados Unidos para acompanhar a posse de Donald Trump no próximo dia 20 deve fazer com que o ex-presidente seja representado por seu filho Eduardo, deputado federal pelo PL de São Paulo, e sua mulher, Michelle. Os advogados de Bolsonaro já solicitaram ao ministro do Supremo Tribunal Federal a liberação do passaporte apreendido pela Polícia Federal em fevereiro passado no âmbito da Operação Tempus Veritatis. A tendência, no entanto, é que o magistrado não permita a viagem. Já o governo federal deve ser representado pelo embaixador do Brasil nos Estados Unidos. (CNN Brasil)

A França alertou Donald Trump contra ameaças às “fronteiras soberanas” da União Europeia depois que o presidente eleito dos Estados Unidos se recusou a descartar uma ação militar para assumir o controle da Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca, membro da UE. O ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot, disse à rádio France Inter não haver dúvida de que a UE não deixará “outras nações do mundo, sejam elas quem forem, atacarem suas fronteiras soberanas”. Ele acrescentou que, embora não acreditasse que os norte-americanos “iriam invadir” a Groenlândia , “entramos numa era na qual vemos a volta da lei do mais forte”. Em entrevista coletiva na terça-feira, Trump se recusou a descartar o uso de força militar para tomar o Canal do Panamá e a Groenlândia e sugeriu que pretendia usar “força econômica” para tornar o Canadá parte do seu país – segundo o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, as chances de isso acontecer são nulas como as de uma “bola de neve no inferno”. No mês passado, Trump disse que o controle da Groenlândia era uma “necessidade absoluta” para a “segurança econômica” dos Estados Unidos. (Guardian)

Segundo apuração da CNN, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, estuda declarar uma emergência econômica nacional para viabilizar a imposição de tarifas universais sobre aliados e adversários comerciais. A medida, que usaria a Lei de Poderes de Emergência Econômica Internacional, daria a Trump ampla autoridade para gerenciar importações sem a necessidade de comprovar impacto direto na segurança nacional. Então, a declaração permitiria criar rapidamente um novo programa tarifário, alterando potencialmente o equilíbrio comercial global, um dos objetivos centrais de Trump para seu segundo mandato. Em 2019, o então presidente utilizou o mecanismo para pressionar o México a adotar políticas migratórias mais rígidas, embora as tarifas propostas na época não tenham sido implementadas. Os conselheiros de Trump também avaliam alternativas legais, como a seção 338 da lei comercial, que permite retaliar países considerados discriminatórios contra o comércio dos EUA, e a seção 301, usada para justificar as tarifas contra a China em seu primeiro mandato. (CNN)

A cerimônia em Brasília em defesa da democracia, dois anos após os ataques golpistas à Praça dos Três Poderes, também marcou a reintegração das obras de arte danificadas pelos criminosos que invadiram o Palácio do Planalto naquele 8 de janeiro de 2023. Ao todo, 21 peças foram restauradas em um laboratório montado no Palácio da Alvorada, enquanto um relógio de pêndulo do século 17 trazido ao Brasil por Dom João VI precisou ser recuperado na Suíça. O processo de restauro foi conduzido por profissionais da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que assumiu os custos. A professora Andrea Bachettini, coordenadora do processo, conta que o trabalho contou com cerca de 50 especialistas e levou mais de um ano e meio para ser concluído. As obras passaram por exames de raio-x, raios ultravioleta, infravermelho, além de análises dos tipos de tecido e pigmentos usados originalmente pelos artistas. Entre as itens restaurados está uma tela de Di Cavalcanti conhecida como As Mulatas – embora não tenha ganhado nenhum título do autor, que a pintou em 1962. A tela foi rasgada por vândalos em sete pontos. Outras obras precisaram passar por intervenções mais profundas, como um vaso italiano de cerâmica que acabou rompido em 180 pedaços. “Colamos peça por peça, imitamos a pintura original e precisamos fazer um molde para as alças do vaso, que tinha partes faltando”, conta Andrea. (g1)

“Hoje é dia de dizermos em alto e bom som: ainda estamos aqui”, disse o presidente Lula no ato do governo em Brasília que marcou dois anos dos ataques golpistas à Praça dos Três Poderes. “Estamos aqui para dizer que estamos vivo e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Estamos aqui porque é preciso lembrar, para que ninguém esqueça, para que nunca mais aconteça.” Lula reafirmou que os responsáveis pelos atos serão punidos, inclusive os suspeitos de um plano para matar o vice-presidente Geraldo Alckmin, o ministro do STF Alexandre de Moraes e ele próprio. “Seremos sempre implacáveis contra qualquer tentativa de golpe. Os responsáveis pelo 8 de janeiro estão sendo investigados e punidos. Todos pagarão pelos crimes que cometeram, inclusive os que planejaram assassinatos”, disse Lula. (g1)

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, convidou o ex-presidente Jair Bolsonaro para sua cerimônia de posse, marcada para o dia 20 de janeiro em Washington. O convite foi enviado pelo diretor-executivo do comitê de posse, Richard Walters, por meio do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Na mensagem, Bolsonaro é chamado de presidente e solicitado a confirmar sua presença para que os preparativos possam ser feitos. Entretanto, o ex-mandatário está com o passaporte apreendido desde fevereiro de 2024 por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito da operação Tempus Veritatis, ligada a investigações sobre uma suposta trama golpista. Ao longo do ano passado, seus advogados tentaram reverter a decisão no STF, mas sem sucesso. Mesmo com o convite de Trump, é improvável que um novo pedido à Suprema Corte seja aceito. Na última tentativa, o próprio Moraes reiterou que “não há qualquer alteração do quadro fático que tornou necessária a entrega do passaporte do acusado, de modo que incabível, neste momento processual, a restituição do documento”. Bolsonaro e Trump mantêm uma aliança política que remonta a seus mandatos simultâneos. Em 2022, Trump gravou um vídeo pedindo votos para a reeleição de Bolsonaro. O próprio Eduardo Bolsonaro esteve presente na festa de apuração da vitória de Trump sobre Kamala Harris na eleição presidencial americana. (Globo)

Dois anos depois dos atos golpistas do 8 de janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) se prepara para julgar os acusados de financiar os ataques e viabilizar o transporte de manifestantes golpistas até Brasília. Também há ações penais contra suspeitos de realizarem bloqueios de rodovias no final de 2022, movimento entendido como uma “prévia” do 8 de janeiro. Até agora, as 371 condenações limitaram-se aos chamados executores e incitadores dos atos golpistas. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), 63 pessoas foram denunciadas por pagarem o combustível, as passagens ou fretarem ônibus para pessoas irem para Brasília. Parte dessas denúncias já foram recebidas pelo STF e com isso foram abertas ações penais. Ainda não há data marcada para o julgamento, mas a análise deve ocorrer neste ano se for mantido o ritmo dos demais casos. A Polícia Federal (PF) chegou aos responsáveis pelas contratações de ônibus e outros meios de transporte a partir de dados apresentados pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A investigação também reuniu mais elementos contra os suspeitos, como mensagens de teor golpistas e registros de participação em acampamentos em suas cidades de origens que pediam uma intervenção militar. Uma das rés é Aparecida Solange Zanini, que contratou um ônibus que partiu de Três Lagoas (MS) com 29 passageiros. O veículo foi parado pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia 9 de janeiro, quando retornava de Brasília. (Globo)

O governo realiza nesta quarta-feira uma cerimônia para marcar os dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro. Desta vez, o evento que lembra um dos maiores ataques à democracia brasileira deve ocorrer de forma esvaziada. Embora tenha recebido confirmações informais de presença, o presidente Lula pode ver frustrada a expectativa de participação de representantes de partidos que integram a sua base governista, limitando a agenda a uma manifestação de esquerda. Entre os militares, há o temor de que discursos inflamados acirrem os ânimos nas Forças Armadas, já abaladas com a prisão de oficiais de alta patente. Também há o risco de baixas entre aliados do centrão. Apesar de terem sido convidados parlamentares, governadores e ministros, a cúpula do Congresso não deve comparecer. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), está em viagem e será representado pelo primeiro vice-presidente da Casa, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB). O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está em Alagoas com o pai, Benedito Lira (PP-AL), doente. No evento do ano passado, pressionado por bolsonaristas, ele não compareceu. Também não devem comparecer os prováveis sucessores das presidências das Casas, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Dirigentes partidários de siglas que integram a Esplanada também não acompanharão a cerimônia. Da parte do Supremo, apenas três participarão: Edson Fachin, representando o presidente Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. (Folha)