Filho e aliados de Arthur Lira negociam publicidade com a Caixa
A Caixa passa a ter na presidência Carlos Antonio Vieira Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mas as ligações familiares do deputado com o banco público são mais antigas. Seu primogênito, Arthur Lira Filho, de 23 anos, é sócio da empresa Omnia 360, que representa veículos de mídia que participam de campanhas da Caixa e de outros órgãos públicos. A Omnia 360 tem também entre os sócios Maria Cavalcante, Luciano Cavalcante, ex-assessor de Lira que foi alvo de operação da PF sobre desvios na compra de kits de robótica. A Caixa não divulga os valores pagos individualmente a empresas em campanhas. (Folha)
Lula é pressionado pelo PT para manter vice-presidente de Habitação da Caixa
Após a demissão de Rita Serrano da presidência da Caixa, petistas estão pressionando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a manter no cargo Inês Magalhães, vice-presidente de Habitação e responsável no banco pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Segundo Roseann Kennedy, Inês conta com apoio dos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e das Cidades, Jader Filho, e já trabalhou com o novo presidente da Caixa, Carlos Antonio Vieira Fernandes, indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). A troca de Serrano por Fernandes foi uma das condições para o Centrão apoiar o governo no Congresso, mas o grupo deseja a instituição “de porteira fechada”, com todos os cargos de direção. Além do controle sobre o programa habitacional, menina dos olhos do PT, pesa a favor da vice-presidente o fato de o governo já ter demitido três mulheres em cargos de alto escalão. (Estadão)
Contrariando Bullrich, ala de sua coalizão fica neutra no segundo turno argentino
Na contramão da candidata Patricia Bullrich e o ex-presidente Mauricio Macri, uma ala da coalizão oposicionista Juntos Pela Mudança decidiu ficar neutra no segundo turno da eleição presidencial argentina, marcado para o dia 19 de novembro. Na quarta-feira, Bullrich, terceira colocada na primeira votação, anunciou apoio ao segundo mais votado, o libertário Javier Milei, contra o ministro da Economia Sergio Massa. O grupo dissidente, capitaneado pelo ex-deputado Gustavo Valdés, divulgou uma nota criticando a corrupção e o “populismo econômico” do atual governo, mas dizendo que vai combatê-los reafirmando seus valores, e não entregando sua identidade “ao alquimista de plantão”, referindo-se a Milei. (Clarín)
Israel faz incursão em Gaza em ensaio para invasão
Tanques de Israel entraram no norte da Faixa de Gaza durante a madrugada desta quinta-feira, numa operação de o governo israelense classificou como “preparação do campo de batalha” para uma invasão em larga escala do território palestino. A violência na região explodiu no último dia 7, quando terroristas do grupo islâmico Hamas, que controla Gaza, invadiram o sul de Israel, deixando 1.400 mortos e tomando mais de 200 reféns. Na incursão de hoje, as Forças Armadas israelenses disseram ter destruído baterias de mísseis antitanques do Hamas. Embora a invasão seja considerada iminente, o governo de Israel diz que não pretende reassumir o controle de Gaza, que dominou entre 1967 e 2005. (AP)
Senado rejeita indicação de Lula para chefia da Defensoria Pública da União
Em derrota para o governo, o Senado rejeitou a indicação feita pelo presidente Lula de Igor Roque para o cargo de defensor Público-Geral. Em votação secreta, que contabilizou 38 votos contra e 35 a favor, Roque sofreu forte pressão da ala conservadora da Casa que o associou à organização de um seminário sobre aborto na Defensoria. (Globo)
Netanyahu diz que responderá por falhas que levaram ao ataque e fala em ofensiva terrestre
Em pronunciamento na TV nesta quarta-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que os militares estão se “preparando para uma operação terrestre” na Faixa de Gaza e que “o momento da operação foi decidido por unanimidade pelo gabinete de guerra”. O premiê, que ainda não assumiu responsabilidade pelos erros de segurança e governamentais que precederam o ataque mortal do Hamas em 7 de outubro, disse que também vai responder pelas falhas. “Todos terão de responder [pelo ataque], incluindo eu, mas isso só acontecerá depois da guerra”, disse em horário nobre. (Haaretz)
Vetos paralisam Conselho de Segurança em relação à guerra no Oriente Médio
O Conselho de Segurança da ONU fracassou novamente. Em duas votações, os membros do órgão máximo da entidade não chegaram a um acordo sobre a guerra entre Israel e Hamas. Russos e chineses vetaram uma resolução dos EUA, que condenava o Hamas e insistia na necessidade de reconhecer que Israel tem direito à autodefesa. O texto mencionava a possibilidade de um corredor humanitário e trégua com esse fim. Mas foi considerado inaceitável pelos países árabes, que insistem na necessidade de um cessar-fogo imediato. Para o governo chinês, o texto autoriza uma escalada do conflito e apresenta uma “nova narrativa” sobre a situação. Para a Rússia, a resolução “apenas serve interesse geopolíticos” dos americanos e dá um “sinal verde” para invasão terrestre. Minutos depois, americanos e britânicos vetaram uma resolução proposta pela Rússia, pedindo um cessar-fogo, mas sem citar o direito de Israel de se defender. O Brasil se absteve em relação às duas resoluções. Nos bastidores, os governos tentam retomar a proposta brasileira, vetada na semana passada, para que sirva de base para eventualmente uma nova iniciativa, conta Jamil Chade. (UOL)
Cinco pontos sobre o novo presidente da Câmara dos Representantes dos EUA
O deputado republicano Mike Johnson, da Louisiana, foi eleito novo presidente da Câmara dos Representantes Estados Unidos nesta quarta-feira. O advogado conservador, de 51 anos, opôs-se à certificação das eleições presidenciais de 2020, votou contra a extensão da ajuda à Ucrânia, é contrário ao aborto, é aliado próximo do ex-presidente Donald Trump e é favorável a restrições à comunidade LGBTQIA+. (The Washington Post)
Depois de três semanas sem liderança, Mike Johnson é eleito presidente da Câmara dos EUA
Após três semanas sem uma liderança na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, o deputado republicano Mike Johnson, de Louisiana, foi eleito novo presidente da Casa nesta quarta-feira. Em votação única, Johnson, de 51 anos, venceu por 220 votos a 209 o líder democrata Hakeem Jeffries, tornando-se o 56º presidente da Câmara e o mais jovem em décadas a ocupar tal função. “Restauraremos a confiança neste órgão”, afirmou em seu primeiro discurso. “Vamos promover uma agenda política conservadora abrangente, combater as políticas prejudiciais da administração [do presidente Joe] Biden e apoiar os nossos aliados no exterior.” A dificuldade na definição da liderança da Câmara — que, apesar de pendências urgentes, como a aprovação do orçamento e a guerra no Oriente Médio, ficou paralisada desde a destituição do republicano Kevin McCarthy, em 3 de outubro — expôs ideias conflitantes entre os republicanos, que demoraram a chegar a um consenso sobre a nomeação do partido para o cargo. Nas últimas duas semanas, os republicanos rejeitaram três nomes: Steve Scalise (Louisiana), Jim Jordan (Ohio) e Tom Emmer (Minnesota). Já Johnson foi unanimidade entre seus correligionários, incluindo a ala mais radical do partido, que foi a responsável pela moção que levou à deposição de McCarthy. Johnson também recebeu o apoio do ex-presidente Donald Trump. (Globo)
‘Não sou amigo de miliciano’, afirma Dino em comissão da Câmara
Discussão, bate-boca e alfinetada. Assim foi a audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados com o ministro de Justiça e Segurança Pública (MJSP), Flávio Dino, nesta quarta-feira. A confusão envolveu inclusive parlamentares da oposição e do mesmo partido. O estopim foi o uso do palavrão “porra” durante um questionamento do deputado Éder Mauro (PL-PA) sobre facções criminosas. “Eles [criminosos] fazem o que querem e vocês do ministério [da Justiça] não fazem porra nenhuma para resolver o problema”, afirmou o parlamentar, que foi imediatamente interrompido pela presidente da CFFC, Bia Kicis (PL-DF). “Deputado, por favor, vamos só cuidar das palavras”, repreendeu, pedindo à assessoria para retirar o palavrão das notas taquigráficas. Mauro não se deu por vencido e fez questão de, ironicamente, repetir a expressão: “Está bom. Então retire a palavra ‘porra’ daí”. Dino foi pressionado principalmente sobre a situação da segurança pública no país. Ao falar sobre o Rio de Janeiro, o ministro fez ataques indiretos ao ex-presidente Bolsonaro e sua família. “Eu não homenageio miliciano, não sou amigo de miliciano, não sou vizinho de miliciano, não empreguei no meu gabinete filho de miliciano, esposa de miliciano, e, portanto, não tenho nenhuma relação com o crime organizado no Rio de Janeiro”, afirmou Dino, acrescentando que um dos maiores erros políticos do estado foi o apoio às milícias, que, segundo ele, partiu de políticos. (Metrópoles e Estadão)