Primeiros refugiados deixam Gaza pela fronteira com o Egito
Pela primeira vez desde o início do conflito entre Israel e o Hamas, o Egito autorizou a entrada de refugiados palestinos por sua fronteira com a Faixa de Gaza. Ambulâncias com feridos cruzaram a passagem de Rafah em direção a um hospital de campanha do lado egípcio. A expectativa é que mais 500 pessoas com dupla nacionalidade sejam autorizadas a deixar o território palestino, que está mais uma vez com a comunicação cortada, mas nenhum brasileiro está na lista. E o Hamas afirma que sete reféns, incluindo três estrangeiros, morreram no bombardeio por Israel ao campo de refugiados de Jamaliya, no norte de Gaza.
TSE condena Bolsonaro e Braga Netto à inelegibilidade
Por 5 votos a 2, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro à inelegibilidade mais uma vez. Agora, por abuso de poder político e econômico ao usar eleitoralmente as comemorações do Bicentenário da Independência. E Bolsonaro não está sozinho. Pelo mesmo placar, seu candidato a vice, o ex-ministro Walter Braga Netto, também foi tornado inelegível por oito anos, a partir do pleito de 2022. Além disso, a Corte determinou o pagamento de multa de R$ 425 mil a Bolsonaro e de R$ 212 mil a Braga Netto. Os ministros que votaram pela condenação entenderam que houve “mescla” entre os atos de governo e de campanha no 7 de Setembro do ano passado. Inicialmente, o ministro e relator Benedito Gonçalves condenou apenas Bolsonaro à inelegibilidade e multou os dois. Mas ajustou seu voto e condenou Braga Netto após os outros quatro ministros votarem pela inelegibilidade do candidato a vice. A divergência parcial foi aberta por Floriano de Azevedo Marques Neto, que também votou pela inelegibilidade de Braga Netto, sendo seguido por Ramos Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes. A divergência total ficou com Raul Araújo. Nunes Marques também votou por livrar os dois da inelegibilidade, mas estabeleceu multa de R$ 20 mil a Bolsonaro. O ex-presidente já havia sido declarado inelegível por oito anos em junho por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação oficiais em reunião com embaixadores em que fez ataques ao sistema eleitoral. (Jota)
Em busca de líder do Hamas, Israel ataca maior campo de refugiados de Gaza
As Forças de Defesa de Israel confirmaram nesta terça-feira que atacaram o campo de refugiados de Jabalya, o maior no Norte de Gaza, em uma ação que tinha como alvo um comandante do Hamas. Segundo testemunhas e médicos, o número de mortes é grande e os danos são catastróficos. O tenente-coronel Richard Hecht afirmou que os militares israelenses eliminaram Ibrahim Biari, um dos líderes do ataque terrorista do último dia 7. O Hamas, no entanto, negou a presença de um dos seus líderes no campo de refugiados e acusou Israel de tentar justificar o que descreveu como um “crime hediondo contra civis, crianças e mulheres seguras no campo de Jabalya”. O Ministério do Interior em Gaza disse que ao menos 20 casas “foram completamente destruídas” e “centenas” de mortos e feridos chegaram ao hospital indonésio de Gaza. O diretor do hospital, Atef al-Kahlout, disse à CNN que muitas pessoas ainda estão sob os escombros. Outro médico, Mohammad alRann, disse que a “cena é inimaginável” e que há “centenas de corpos carbonizados” e “pacientes e feridos no chão, nas camas, nos corredores e na área de recepção”. O número de mortos em Gaza foi atualizado ontem para ao menos 8.485 pessoas, enquanto os feridos são estimados em mais de 21 mil pessoas. (CNN)
Com dúvidas sobre a meta de 2024, analistas apontam fragilidade do arcabouço fiscal
Alexandre Schwartsman: “Tem um prazo de validade nessas tentativas de segurar o gasto de cima para baixo, mas esse prazo está encolhendo. As metas fiscais aguentaram até 2007, 2008. O teto de gastos foi criado em 2016, implementado em 2017, e aguentou alguns anos. O novo arcabouço fiscal bateu recorde: está desfeito antes de começar a operar. O prazo de validade dele foi negativo. É um novo recorde para o País. Pode hastear a bandeira e cantar o hino. É um motivo para sentir orgulho de ser brasileiro”. (Estadão)
Por que o governo teme a meta de déficit zero em 2024
Um interlocutor de Lula disse a Lauro Jardim que o presidente errou na dose, “falando algumas frases que não deveria ter dito”, quando, na última sexta-feira, afirmou que “dificilmente” a meta de 2024 seria cumprida. Mesmo de forma desastrada, ele colocou o tema onde queria para evitar uma leitura de falha do governo. “O Lula sempre achou que era mais importante estipular o déficit em 0,5% ou 0,75%. Se, por acaso, o governo conseguisse fechar o ano com um percentual abaixo disso, seria tido como um governo virtuoso, que sabe controlar despesas. Já o contrário, botar a meta de zerar o déficit e não conseguir, mesmo que por pouca margem, seria visto como uma falha do governo”. (Globo)
Governo evita falar em mudança da meta e destaca esforço para ‘ampliar arrecadação’
Em meio aos rumores sobre uma possível mudança na meta fiscal de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu no Palácio do Planalto com ministros e líderes na Câmara para debater a pauta prioritária para os próximos meses no Congresso. A maior parte dos projetos listados — entre eles a reforma tributária, o novo regime jurídico para crédito fiscal decorrente de subvenção e o fim da dedutibilidade dos juros sobre capital próprio — tem o objetivo de ampliar a arrecadação no curto prazo. Na saída da reunião, todos evitaram falar diretamente da meta fiscal, dizendo que o foco é arrecadar mais sem aumentar a carga tributária. “A dedicação total do governo neste momento é aprovar as medidas de ampliação de arrecadação e justiça tributária”, afirmou o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, ao ser questionado sobre o tema.
Análise: especialistas dizem que Israel não tem plano para Gaza no pós-guerra
À medida que as forças israelenses intensificam seus ataques na Faixa de Gaza, duas questões surgem: para onde vai a guerra e o que virá depois? Para além de demonstração de um poder militar implacável e esmagador, não está claro como os israelenses atingirão o objetivo de destruir o Hamas e expulsá-lo da Faixa de Gaza. Diplomatas de países ocidentais dizem estar envolvidos em intensas negociações com Israel sobre o futuro, mas até o momento não há nada claro. “Não é possível dar um passo tão histórico sem um plano para o dia seguinte”, afirma Michael Milshtein, diretor do Fórum de Estudos Palestinos do Centro Moshe Dayan, da Universidade de Tel Aviv.
Brasil atua pelas vítimas da guerra e em defesa da própria ONU, diz Celso Amorim
Assessor especial da Presidência, o ex-chanceler Celso Amorim avalia a atuação do Brasil no Conselho de Segurança como uma forma de defesa das vítimas civis da guerra entre Israel e Hamas e da própria ONU. “Neste momento, o chanceler Mauro Vieira está em Nova York em uma tentativa que não digo desesperada, mas sim quase heroica, de aprovação de uma resolução no Conselho de Segurança”, afirmou. “O Brasil tem atuado não só para defender todos os que sofrem na região – o povo de Gaza, os israelenses que foram alvo de um ataque de características terroristas –, mas para defender a própria ONU. Como podem as Nações Unidas estarem tão inerte diante da situação que estamos vivendo?”, indagou. Ele atribui como principais pontos críticos a “disseminação de ódio e a polarização das mentes”, além do fato de haver dois conflitos simultâneos: no Oriente Médio e na Ucrânia, invadida em fevereiro de 2022 pela Rússia. “Mesmo na Crise dos Mísseis (entre Estados Unidos e a então União Soviética, em 1963), em que havia a irracionalidade do risco de uma guerra nuclear, havia racionalidade na condução dos fatos”, comparou. “Ver a ONU enfraquecida é extremamente preocupante.” (CNN Brasil)
Lula desautorizou Haddad?
No café da manhã com jornalistas, na sexta-feira, o presidente Lula disse que “dificilmente” a meta do déficit fiscal zero será atingida em 2024. “Tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai fazer. O que eu posso te dizer é que ela não precisa ser zero. O país não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para este país.” A reação do mercado foi imediata. De parte dos políticos também. Assim como da imprensa tradicional. Sabe que eu não canso de me surpreender com a “surpresa” desse pessoal? Duas coisas que foram repetidas incessantemente desde sexta e que, pra mim, simplesmente não fazem sentido. A primeira é que Lula falou isso de improviso. Olha, é notório e sabido que o presidente fala, sim, de improviso, no sentido de que nem sempre consulta alguém antes ou escreve a mensagem que quer passar. Mas deduzir, daí, que sua fala é inconsequente ou impensada soa até como ingenuidade a essa altura.