Acionistas da Petrobras aprovam mudanças que facilitam indicações políticas
Os representantes de 54,98% das ações da Petrobras aprovaram, em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), nesta quinta-feira, mudanças no estatuto social da empresa, criando uma reserva de remuneração e alterando a redação de um artigo que trata de indicações para a alta administração. As mudanças referentes aos administradores da estatal não serão implementadas de imediato porque, na véspera, o Tribunal de Contas da União (TCU) expediu decisão cautelar determinando que a Petrobras não registre as alterações na Junta Comercial do Rio de Janeiro até que julgue o mérito da questão. Na AGE, o representante da União, Ivo Timbó, classificou a proposta de modificação do conflito de interesse como “obscura” e modificou o texto. Antes, a ideia era suprimir do estatuto trechos que citam a Lei das Estatais. A sugestão do acionista controlador passou a ser uma nova redação. A versão inicial dizia que, para a eleição de membros de cargos da administração seria vedada a indicação “de pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de conflito de interesse com a União ou com a própria companhia”. Já o texto final ficou assim: “Para a investidura, a companhia considerará as hipóteses de conflito material e, no caso das hipóteses de conflito formal, somente aqueles expressamente previstos em lei”. Como na legislação não há especificação sobre todos os casos que podem ser caracterizados como conflito de interesses, isso pode abrir espaço para qualquer indicação. (Valor e Globo)
Marina Silva é uma das 25 Mulheres do Ano, segundo ‘Financial Times’
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é uma das 25 Mulheres do Ano do Financial Times. Divulgada nesta quinta-feira, a lista inclui mulheres de grande influência no cenário internacional, escolhidas por jornalistas e leitores do diário britânico e lideranças empresariais. Um breve histórico sobre a brasileira e sua atuação contra as mudanças climáticas é assinado pela ex-presidente chilena Michelle Bachelet, que menciona pontos centrais de sua trajetória. “Marina continua a liderar o esforço para construir resiliência climática e restaurar o ecossistema conhecido como ‘o pulmão do planeta’”, escreve Bachelet. Na categoria líderes, Marina aparece ao lado de nomes como o da executiva da OpenAI, Mira Murati, e o da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen. A lista, que não é um ranking, inclui também a vencedora do Nobel da Paz deste ano, a iraniana Narges Mohammadida, da vencedora do mesmo prêmio na categoria Medicina, Katalin Karikó, assim como a atriz de Barbie Margot Robbie, a cantora Beyoncé e a tenista Coco Gauf. (Financial Times)
Com apoio de Aécio, ex-governador Marconi Perillo é eleito presidente do PSDB
O ex-governador de Goiás Marconi Perillo foi eleito presidente do PSDB nesta quinta-feira. De olho nas eleições municipais de 2024 e na campanha presidencial de 2026, o partido tenta se unir. O novo presidente da sigla tem o apoio do deputado Aécio Neves (MG), que recuperou influência após ser absolvido de acusação de corrupção passiva. “Chego para somar e solicito a todos que me ajudem a estruturar uma plataforma para que a gente possa chegar em 2026 com musculatura, com força”, disse Perillo, eleito por aclamação. O acordo em torno de seu nome só foi fechado nesta quinta-feira. O ex-senador José Aníbal (SP) chegou a entrar na disputa, em contraponto ao grupo de Aécio, mas retirou a candidatura na última hora. Antes disso, o governador gaúcho, Eduardo Leite, também tentou construir uma chapa, liderada pelo ex-senador Tasso Jereissati, mas não conseguiu. Tasso e Aécio são desafetos e não houve acordo. Perillo substitui Leite, que decidiu deixar o cargo após nove meses, com justificativa oficial de que precisa se dedicar ao Executivo estadual. Ele, no entanto, acumulou atritos ao promover intervenções nos diretórios da capital e do estado de São Paulo. A expectativa é que ele seja candidato à Presidência da República em 2026 e que Aécio dispute o governo de Minas Gerais. (Estadão)
Brasil recebe convite para entrar como aliado na Opep+
Durante visita do presidente Lula à Arábia Saudita nesta semana, o Brasil foi convidado a entrar como aliado na Organização de Países Produtores de Petróleo (Opep+). Segundo o Palácio do Planalto, o governo ainda não respondeu. Já o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou, em encontro com membros da Opep+ nesta quinta-feira, que Lula “confirmou nossa carta de cooperação” com o grupo de países produtores de petróleo a partir de janeiro. “Esperamos nos juntar a este distinto grupo e trabalhar com todos os 23 países nos próximos meses e anos”, destacou. Silveira disse que o acordo está próximo de ser anunciado. “Há uma etapa de análise detalhada pela nossa equipe técnica do documento recebido agora há pouco que faz parte do protocolo do Brasil.” A Opep+ reúne os integrantes da Opep (Arábia Saudita, Venezuela, Emirados Árabes Unidos, Nigéria, Líbia, Kuwait, Iraque, Irã, Gabão, Guiné Equatorial, República do Congo, Angola e Argélia) e aliados (Rússia, Cazaquistão, Azerbaijão, Malásia, México, Bahrein, Brunei, Omã, Sudão e Sudão do Sul). O Brasil despertou interesse da Opep+ por estar entre os dez maiores países produtores de petróleo do mundo e ser o maior da América Latina desde 2016. (Folha)
Lula confirma que há um brasileiro entre os reféns do Hamas
O presidente Lula confirmou nesta quinta-feira que há um brasileiro entre os reféns do Hamas e que negocia a sua libertação. Em entrevista em Doha, no Catar, ele disse que tratou do assunto com o emir Tamim bin Hamad al-Thani, um dos principais mediadores da libertação de reféns que estão na Faixa de Gaza. Também afirmou que o brasileiro pode ser libertado nos próximos dias. “Ainda tem mais brasileiros lá, [estamos trabalhando] na liberação de um refém, sabe, que ainda pode ser liberado por esses dias”, afirmou o presidente. Lula destacou que o Catar é um parceiro importante e ajudou na repatriação de brasileiros que estavam na Faixa de Gaza, por isso, agradeceu ao emir. A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto confirmou que se trata de um cidadão com dupla cidadania, brasileiro-israelense, mas não divulgou mais informações. E acrescentou que Lula já havia tratado do assunto por telefone com o emir, retomando a questão nesta quinta. Também disse que a libertação também foi tratada com o presidente de Israel, Isaac Herzog. Nas redes sociais, a embaixada do Brasil em Israel informou que o embaixador Frederico Meyer se encontrou, na manhã desta quinta-feira, com “a irmã do único brasileiro refém em Gaza”. O brasileiro-israelense Michel Nisenbaum, de 59 anos, é o único oficialmente desparecido, segundo o Itamaraty, que já afirmou que acompanha o caso de perto. (Folha)
PGR pede afastamento do governador do Acre
A Procuradoria-Geral da República pediu o afastamento do governador do Acre, Gladson Cameli (PP), por suspeita de integrar uma organização criminosa que causou prejuízos de até R$ 11,7 milhões ao estado. O pedido foi feito na última terça-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo subprocurador-geral da República Carlos Frederico. Além de Cameli, 12 pessoas – incluindo dois irmãos do governador – foram denunciadas por crimes como corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. (Metrópoles)
Lira quer nova versão do orçamento secreto em 2024
Ao longo do governo Bolsonaro, o orçamento secreto – apelido das emendas do relator – foi a ferramenta pela qual o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), manteve o controle da base parlamentar. Como o STF declarou o sistema inconstitucional, Lira quer uma nova versão: as emendas da Mesa Diretora, que ele preside. Seria uma forma de distribuir recursos entre aliados sem transparência da destinação nem critérios técnicos. A proposta, porém, enfrenta resistência de líderes e até de outros integrantes da Mesa, que temem depender de Lira para irrigar com verba seus redutos no ano eleitoral. Hoje as emendas da Mesa servem apenas para despesas do Congresso, como aumento de salários, mas Lira quer aumentar seu valor e sua abrangência. (Estadão)
Dino mira evangélicos e indecisos no Senado, enquanto seus aliados falam com oposição
A duas semanas da sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o ministro da Justiça, Flávio Dino, está em plena campanha para ter confirmada sua indicação ao STF. E já escolheu os primeiros alvos: evangélicos e parlamentares indecisos. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) está articulando um encontro do ministro-candidato com a bancada religiosa, que foi crucial para a aprovação de Cristiano Zanin, o primeiro indicado do presidente Lula ao Supremo. Ela vem batendo na tecla de que Dino, como Zanin, é um conservador nos costumes, tema caro aos evangélicos. (Folha)
Ataque a tiros deixa três mortos em Jerusalém
Três pessoas foram mortas e 16 ficaram feridas após dois atiradores abrirem fogo em um ponto de ônibus em Jerusalém nesta quinta-feira. Os dois terroristas, cujos nomes não foram divulgados, eram irmãos, viviam no lado oriental da cidade e, segundo as autoridades, simpatizantes do Hamas. Dois soldados fora de serviço e um civil armado que estavam perto do local reagiram e mataram os atiradores. O tiroteio mostra que tensão não se restringe à Faixa de Gaza. Na véspera, soldados de Israel mataram um menino de oito anos e um adolescente de 14 durante uma incursão em Jenin, na Cisjordânia. O ataque de hoje em Jerusalém aconteceu pouco depois de Israel e o Hamas confirmarem uma nova extensão da trégua na Faixa de Gaza para troca de reféns. (BBC)