Milei corta 34% dos cargos públicos e suspende propaganda oficial
Cumprindo sua promessa de campanha, o novo presidente argentino, Javier Milei, vai suspender a propaganda oficial nos meios de comunicação. O anúncio foi feito nesta terça-feira (12) pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, em entrevista coletiva, que agora ocorrerá diariamente. Ele também comunicou o fim do home office no funcionalismo público e uma revisão nos cargos e contratos do governo. E anunciou que a redução de cargos federais será de 34%, mas não soube precisar quanto será economizado, já que os contratos e nomeações acabam de começar a ser revisados. A conta se refere ao corte de 18 para 9 ministérios, de 106 para 54 secretarias e de 182 para 140 subsecretarias. Ao ser indagado sobre como serão tratadas as manifestações contra os cortes, já agendadas para os próximos dias 19 e 20, Adorni mais uma vez repetiu: “Dentro da lei tudo, fora da lei nada”. Esses dias marcam os 22 anos da renúncia do então presidente Fernando de la Rúa (1937-2019), após protestos violentos que tomaram o país na crise econômica, política e social de 2001. O novo pacote de reformas econômicas é o anúncio mais esperado pelo país. A divulgação será por meio de um vídeo gravado pelo ministro da Economia, Luis Caputo, depois das 17h. (Folha e g1)
Em reunião tensa, Lula tenta conciliar aliados de Renan e Lira sobre mina de Maceió
Dois grupos políticos antagônicos de Alagoas foram reunidos nesta terça-feira pelo presidente Lula para tratar do desabamento da mina de sal-gema da Braskem em Maceió. De um lado, está o governador Paulo Dantas (MDB), apoiado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL). Do outro, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O embate tem atrapalhado o gerenciamento da crise. Segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a reunião teve o objetivo de “deixar eventuais disputas políticas de lado”. “Todos saíram com esse pacto de deixar eventuais rusgas políticas de lado e priorizar o interesse da população. Foi unânime a posição de todas as representações políticas de aceitar essa sugestão do presidente”, afirmou o ministro. Senadores ligados ao governo tentam barrar a instalação de uma CPI. Teme-se que a situação respingue na Petrobras, segunda maior acionista da Braskem. Já Renan trabalha pela criação da CPI neste ano, para nacionalizar os problemas enfrentados pelo prefeito JHC, ligado a Lira e que o petista tenta não desagradar. Caso não obtenha sucesso via Legislativo, Renan pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal. Costa não quis se posicionar em relação à CPI. “A reunião foi para ter um pacto de governança e esse pacto está feito. A partir de hoje, vamos começar a trabalhar. Todo o resto estará vinculado a isso, as ações judiciais, a CPI, tudo estará vinculado a essa governança, nós queremos, no período mais curto possível resolver o problema da população. E resolvendo isso, resolvemos todo o resto.” (Globo)
Janja reage a ataque hacker: ‘é o que muitas mulheres sofrem’
A primeira-dama Janja Lula da Silva comentou nesta terça-feira o ataque hacker que invadiu na noite de segunda sua conta no X. Durante a invasão, os criminosos publicaram mensagens de cunho misógino e machista e ofensas ao presidente Lula na conta. “Eu já estou acostumada com ataques na internet, por mais triste que seja se acostumar com algo tão absurdo. Mas a realidade é que a internet é um espaço potente para o bem e para o mal. E é comprovado que nós, mulheres, somos as que mais sofrem com os ataques de ódio aqui nas redes”, disse ela em nota. “O que eu sofri ontem é o que muitas mulheres sofrem diariamente”. (Poder360)
Oposição e governo traçam estratégias para sabatina de Dino
A sabatina do ministro da Justiça, Flávio Dino, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado promete ser um embate entre governo e oposição, contrária à indicação dele ao Supremo Tribunal Federal. Deputados bolsonaristas querem assistir à sessão da CCJ, embora não possam fazer perguntas, o que acende o alerta para tumultos. Já a base governista montou uma tropa de choque na tentativa de blindar Dino. Parte da estratégia é a sabatina conjunta com Paulo Gonet, indicado à Procuradoria-Geral da República, cujo perfil conservador agrada a oposição. Dino e Gonet precisam de 17 votos na CCJ e 41 no plenário do Senado para terem confirmadas as indicações. (UOL)
Governo e partidos manobram contra CPI da Braskem
Prevista para ser instalada nesta terça-feira no Senado, a CPI que vai investigar a atuação da Braskem em Alagoas virou uma dor de cabeça para o governo, que trabalha para evitá-la. O pedido de criação da comissão foi de Renan Calheiros (MDB-AL), aliado do Planalto, e adversário ferrenho do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O Executivo teme que a CPI se torne uma arena entre os dois alagoanos no momento que a simpatia de Lira é necessária para aprovar projetos na área econômica, e Jacques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, atua para que colegas retirem o apoio à comissão. Renan sofreu uma derrota com a indicação de Otto Alencar (PSD-BA) para a CPI. Pelo regimento, a sessão onde a comissão é instalada e são escolhidos presidente e relator é presidida pelo integrante mais idoso. Com 68 anos, Renan esperava ficar como a função, mas a preferência agora é de Alencar, de 75 anos. (g1)
Lula se reúne com família de brasileiro desaparecido desde o ataque do Hamas
O presidente Lula recebeu na tarde desta segunda-feira a família do brasileiro Michel Nisenbaum, desaparecido desde os ataques do Hamas, em 7 de outubro. Os parentes acreditam que ele esteja entre as mais de 130 pessoas que seguem sequestradas e citam como evidência um vídeo do Hamas exibindo pertences dos reféns, entre eles a carteira de Michel. Com cidadania brasileira e israelense, ele é de Niterói e se mudou para Israel há 35 anos. No dia do ataque, falava com ao telefone quando a ligação foi interrompida. Quando a pessoa com quem ele falava retornou a ligação, uma voz masculina respondeu: "Hamas". Michel vive em Sderot, perto da Faixa de Gaza, e tem duas filhas e cinco netos em Israel. Segundo o Itamaraty, ele é considerado desaparecido. (g1)
Lula alerta Maduro a não dar pretexto para os EUA enviarem tropas à região
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva alertou o venezuelano Nicolás Maduro que suas atitudes na crise com a Guiana podem dar pretexto para o envio de tropas de potências estrangeiras, como os Estados Unidos, à região. A mensagem, segundo Raquel Landim, foi transmitida em telefonema no último sábado. Diplomatas dizem que a ligação foi solicitada por Maduro e Lula frisou que está incomodado com a situação, que quer paz e integração, e que as atitudes da Venezuela podem incentivar que forças militares de fora da América do Sul venham para cá. Após a chamada, Maduro baixou o tom e aceitou negociar com o presidente da Guiana, Irfaan Ali, nesta quinta-feira, em São Vicente e Granadinas, que preside a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). (CNN Brasil)
Macri diz que Argentina terá dias duros e não descarta violência
O ex-presidente argentino Mauricio Macri, um dos apoiadores no segundo turno do recém-empossado Javier Milei, defendeu a agenda do novo chefe de Estado, repetindo que o país terá dias duros pela frente. E não descartou “episódios de violência”, referindo-se a possíveis reações sociais diante dos cortes nos gastos públicos que devem afetar principalmente os mais pobres. “Temos uma oportunidade inédita em cem anos. Se esse homem impuser sua mudança, veremos algo inédito. O show está para começar”, afirmou em São Paulo, onde participou de um evento. Macri disse que está disposto a ajudar Milei, elogiou pautas como a privatização e disse que o novo presidente está “evangelizando” os argentinos em liberalismo, o que considera uma tarefa importante. Também ressaltou as diferenças de quando chegou à Casa Rosada, em 2015, com a uma bancada muito maior no Congresso e o apoio de mais governadores do que Milei tem atualmente. Sobre a possibilidade violência social diante do corte de gastos, Macri disse não descartar, mas que será curta. (Valor)
Múcio afirma que Maduro não vai usar território brasileiro para entrar na Guiana
Pelo Brasil, as Forças Armadas da Venezuela não passam. A afirmação do ministro da Defesa, José Múcio, foi feita na tarde desta segunda-feira em almoço com jornalistas em que também afirmou ver como “manobra política” as ameaças de invasão do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, à Guiana. Desde que venceu um referendo que reconheceu a região de Essequibo como pertencente à Venezuela, Maduro tem ameaçado o país vizinho para tomar uma área de 160 mil km², rica em petróleo e gás natural. Devido às condições geográficas, o Exército venezuelano teria de atravessar o território brasileiro, em Roraima, para entrar na Guiana. Múcio descarta essa possibilidade: “Eles chegarão à Guiana passando — se passassem — por território brasileiro, o que nós não vamos permitir em hipótese nenhuma”. Ele disse ainda que Maduro tem a chance de “entrar pelo mar, lá pela frente, colocar uma bandeira falando que chegou” a Essequibo. “Ele tem 127 mil homens, a Guiana tem 3.700. O embate não acontecerá — e o Brasil não vai se envolver em hipótese nenhuma, o presidente está com consciência disso.” (UOL)
EUA procuraram Brasil para acalmar situação entre Venezuela e Guiana
O governo americano fez chegar ao Palácio do Planalto sua preocupação com o aumento da tensão e um possível conflito armado na região de Essequibo, na Guiana, que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tem indicado que pretende incorporar ao seu território, segundo o Blog da Julia Duailibi. Nesta quinta-feira, uma reunião entre Maduro e o presidente da Guiana, Irfaan Ali, ocorrerá em São Vicente e Granadinas, com a presença do assessor especial da Presidência brasileira, Celso Amorim. Fontes ligadas a Lula disseram que a Casa Branca quer enviar os seguintes recados aos dois países: para a Guiana, o mais importante é a busca pela paz na região; para a Venezuela, qualquer sinal de avanço terá consequências, como uma reviravolta no alívio das sanções econômicas. O governo americano acredita que o Brasil é o país adequado para mediar a situação. Segundo a assessoria de imprensa da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, o país “está consultando o Brasil e outros parceiros internacionais sobre a disputa fronteiriça entre a Venezuela e a Guiana”. A Embaixada destaca que Brasil e EUA apoiam uma resolução pacífica da disputa fronteiriça e reafirma “o apoio inabalável” à “soberania da Guiana”. (g1)