Política

Como Trump reacendeu sua base e assumiu o controle das primárias republicanas

As primeiras disputas pela nomeação republicana à corrida presidencial começam neste mês. E o ex-presidente Donald Trump aparece como favorito em uma eleição que não deve ser apenas crítica, mas também um teste à democracia americana. Ele está prestes a completar um impressionante regresso político que contou com vários fatores-chave. A partir de um momento de vulnerabilidade, Trump transformou as acusações criminais num grito de guerra e se beneficiando de uma campanha disciplinada, de uma oposição estagnada e da fraqueza do presidente Joe Biden. Com isso, reacendeu sua base de apoiadores e assumiu o controle das primárias republicanas. (Washington Post)

Gleisi nega que PT ache tudo errado e critica Haddad por falar de sucessão

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, respondeu nesta terça-feira às declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o partido não pode celebrar os resultados econômicos e chamá-lo de “austericida” e dizer que “está tudo errado”. “É um direito do partido e até um dever fazer esses alertas e esse debate, isso não tem nada de oposição ao ministro e nem a ninguém. É da nossa tradição”, afirmou Gleisi. “Nós colocamos preocupação com esse desafio que temos na política fiscal. O arcabouço somado ao déficit zero vai diminuir muito o papel do Estado no desenvolvimento da economia se continuar assim, essa é a nossa preocupação, foi isso que nós falamos. Jamais criticamos e dissemos que está tudo errado”, disse a deputada, acrescentando que vai conversar com Haddad. Ela também criticou o fato de o ministro ter dito que Lula deve ser candidato à reeleição em 2026, mas que é preciso discutir nomes para as eleições seguintes. “Acho extemporânea a discussão sobre a sucessão do presidente Lula. Nós precisamos fazer com que tudo dê certo porque é isso que vai garantir a sucessão, inclusive a reeleição de Lula na próxima eleição. Temos que entregar resultados ao povo brasileiro, foi para isso que a gente elegeu o presidente Lula e fizemos o enfrentamento que fizemos ao longo desse tempo.” (Globo)

Governo aposta em Pacheco para manter veto ao calendário de emendas

Sem maioria no Congresso, o governo aposta no apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para manter o controle sobre a execução de emendas parlamentares. Sob o argumento de que são prerrogativas do Executivo, o presidente Lula vetou o trecho da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que obrigava o governo a reservar dinheiro para as emendas impositivas em até 30 dias após a divulgação das propostas e o pagamento das emendas fundo a fundo nas áreas de saúde e assistência social até 30 de junho. “Estamos em regime presidencialista. É impróprio o Parlamento determinar quando os recursos devem ser pagos, isso ofende a Constituição. O Parlamento haverá de entender que isso é não é adequado, ao sistema de governo vigente no Brasil. Vamos dialogar ao máximo com o Parlamento para manutenção desses vetos”, disse à Coluna do Estadão o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que não quis dizer se o governo vai ao STF caso os vetos à LDO sejam derrubados em uma sessão do Congresso, que precisaria ser agendada por Pacheco. “Cada dia com sua agonia. Antes de qualquer debate jurídico, vamos procurar convencer o Legislativo da impropriedade (do calendário de emendas). Temos tempo para amadurecer o assunto com o Parlamento, e o presidente Pacheco vai ter essa compreensão.” (Estadão)

Número dois da ala política do Hamas é morto em ataque de drone no Líbano

O vice-líder do gabinete político do Hamas, Saleh al-Arouri, foi morto nesta terça-feira, juntamente com outras cinco pessoas, em um ataque lançado por um drone em Dahiyeh, no sul de Beirute, capital do Líbano. O Hamas responsabilizou Israel, mas o governo israelense não se pronunciou sobre a explosão. Al-Arouri, de 57 anos, é um dos membros fundadores da ala militar do Hamas, as Brigadas Al-Qassam. O grupo palestino tem laços estreitos com o libanês Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, e Al-Arouri estava baseado em Beirute. O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, classificou a explosão como “um crime” que “visa arrastar o Líbano para uma nova fase de confronto com Israel”. As tensões entre os dois países têm aumentado desde os ataques de 7 de outubro, gerando temores de uma expansão da guerra para toda a região. Em entrevista à rede americana MSNBC, Mark Regev, conselheiro sênior do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, descreveu a explosão como um “ataque cirúrgico”. “Quem quer que tenha feito isso deve deixar claro que não foi um ataque ao Estado libanês. Quem quer que tenha feito isso realizou um ataque cirúrgico contra a liderança do Hamas”, disse, esclarecendo que Israel não assumiu responsabilidade pela ação. (BBC)

Militares fazem vaquinha para Mauro Cid, que tem dívida de R$ 600 mil

Apesar de receber um salário de R$ 27 mil, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), está endividado. Para ajudá-lo a saldar uma dívida de R$ 600 mil com advogados e compra de medicamentos, a União Nacional dos Militares da Reserva e Reformados das Forças Armadas e Auxiliares do Brasil iniciou uma vaquinha, conta Guilherme Amado. A mensagem circula em grupos de WhatsApp de militares, com as chaves Pix de Cid e sua mulher, Gabriela Cid. “O coronel Cid está precisando de nossa ajuda humanitária, já vendeu quase tudo que possuía”, diz o texto, que pede “misericórdia” dos “irmãos de farda”. O tenente-coronel ficou preso de maio a setembro por suspeita de fraudar certificados de vacinação contra a Covid-19. Após firmar um acordo de delação premiada com revelações sobre o ex-presidente, passou para prisão domiciliar. (Metrópoles)

Gonet quer assumir inquéritos do 8/1

Recém-empossado na Procuradoria-Geral da República, Paulo Gonet quer puxar para si a condução dos inquéritos sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, conta Tales Faria. Normalmente, uma ação penal é conduzida pela PGR até que a denúncia seja formalizada, porém, as investigações dos atos antidemocráticos foram conduzidas desde o primeiro momento diretamente pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A justificativa era a inapetência do ex-procurador-geral Augusto Aras em dar andamento a processos nocivos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus apoiadores. Gonet, porém, foi alçado à PGR com o apoio explícito de Moraes, e o diálogo entre os dois tende a ser melhor. Segundo fontes próximas a ambos, o único senão é que o procurador-geral tem um perfil menos punitivista que o ministro, cujas penas aos réus do 8 de janeiro têm sido particularmente duras. (UOL)

Israel anuncia retirada de parte das tropas de Gaza

O Exército de Israel anunciou nesta segunda-feira que vai iniciar a retirada de milhares de soldados de Gaza, pelo menos temporariamente, no que seria recuo mais significativo desde o início da guerra. Os militares citaram o impacto crescente sobre a economia do país após quase três meses de mobilização e sem sinal de fim dos combates. Daniel Hagari, porta-voz militar, destacou que a desmobilização não compromete a atuação de Israel no conflito e indicou que alguns militares serão chamados de volta ao serviço no próximo ano. Reservistas de ao menos duas brigadas serão enviados para casa nesta semana, segundo comunicado militar, e três brigadas serão levadas de volta para treinamento. O tamanho das brigadas varia, podendo chegar a 4 mil soldados. “Espera-se que esta medida alivie significativamente os impactos econômicos e permita que reúnam forças para as próximas atividades no próximo ano”, diz o comunicado. A economia israelense deve encolher 2% no quarto trimestre de 2023, segundo o Centro Taub para Estudos de Política Social, já que muitas pessoas deixaram seus postos de trabalho para atuar na reserva ou abandonaram negócios em suas cidades natais.

Supremo Tribunal de Israel anula reforma judicial de Netanyahu

O Supremo Tribunal de Israel derrubou nesta segunda-feira a polêmica reforma judicial que desencadeou protestos em todo o país contra o governo de Benjamin Netanyahu no ano passado. A reforma limitava o Supremo, impedindo o cancelamento de decisões governamentais consideradas “extremamente irracionais”, e davam ao governo maior influência na nomeação de juízes, abrindo espaço para minar a democracia ao enfraquecer o sistema judicial. Em declaração, a Suprema Corte informou que oito dos 15 juízes decidiram se opor à lei por causar “danos graves e sem precedentes às características básicas do Estado de Israel como um Estado democrático”. O ministro da Justiça e arquiteto da lei, Yariv Levin, criticou os magistrados por “tomarem em suas mãos todos os poderes” e considerou antidemocrática a decisão de derruba a legislação. A decisão de anular a lei aprovada pelo Parlamento em julho de 2023 ocorre após meses de turbulência interna. A decisão desta segunda-feira ameaça ainda mais a confiança no governo de Netanyahu, que está sob forte pressão devido ao aparente fracasso na prevenção aos ataques do Hamas, em 7 de outubro, e por, até agora, não ter se mostrado capaz de resgatar todos os reféns levados para Gaza. (BBC)

Nobel da Paz é condenado em Bangladesh em julgamento considerado político

Em um julgamento considerado político por seus apoiadores, o vencedor do prêmio Nobel da Paz de 2006, Muhammad Yunus, foi condenado nesta segunda-feira por violar as leis trabalhistas de Bangladesh. Ele e três funcionários da Grameen Telecom receberam uma pena de seis meses de prisão cada um porque 67 trabalhadores da empresa deveriam ter sido tornados permanentes e 5% dos dividendos da companhia deveriam ter sido distribuídos aos empregados. Os quatro estão soltos sob fiança para aguardar o recurso em liberdade. Considerado responsável por tirar milhões de pessoas da pobreza com o seu banco de microfinanciamento, o Grameen, Yunus, de 83 anos ganhou a inimizade da primeira-ministra Sheikh Hasina, que o acusou de “sugar sangue” dos pobres. Firme na repressão à dissidência política, o governo dela fez vários ataques verbais contra Yunus. “Fui punido por um crime que não cometi”, disse o economista, que enfrenta mais de 100 outras acusações por supostas violações trabalhistas e corrupção. A decisão judicial chega pouco antes das eleições gerais do próximo dia 7. A principal sigla da oposição, o Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP), cujos líderes estão presos ou no exílio, instou seus apoiadores a boicotarem o que chamou de “eleições fictícias unilaterais”. O BNP é liderado pela ex-primeira-ministra Khaleda Zia, arquirrival de Hasina. (Guardian)

Barroso suspende sanções contra Estadão por reportagem de prisão de deputado

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, suspendeu uma decisão tomada pelo Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), que determinou a remoção de reportagem do jornal O Estado de São Paulo sobre o decreto de prisão contra o deputado federal Jadyel Silva Alencar (PV-PI) pelo não pagamento de pensão aos filhos. Além de determinar a retirada da matéria do ar, o judiciário local também impôs ao periódico multa de R$ 500, a cada hora que a reportagem permanecesse publicada.