Política

Projeto de lei britânico para enviar imigrantes e refugiados para Ruanda avança

O Reino Unido está mais perto de aprovar um projeto de lei para que refugiados e imigrantes aguardem o pedido de asilo, que pode durar cinco anos, em Ruanda. Por 320 votos a 276, a medida passou após dois dias de debates na Câmara dos Comuns, a Casa baixa do Parlamento. O Supremo Tribunal Britânico se opôs à primeira versão do texto por temer, principalmente, pela segurança dos requerentes de asilo enviados ao país africano. Segundo o projeto, os estrangeiros, independentemente de sua origem, teriam o processo de pedido de asilo examinado em Ruanda. Se aprovado, podem voltar ao Reino Unido. Caso contrário, ficariam no país africano ou iriam para um terceiro. Anunciado em abril de 2022 pelo ex-premiê Boris Johnson, a medida não tinha conseguido avançar. Pouco mais de um ano depois de chegar a Downing Street, o premiê Rishi Sunak, que é filho de imigrantes indianos, conta com esse sucesso para mostrar que é capaz de cumprir uma das suas principais promessas: pôr fim à chegada de barcos migrantes às costas britânicas. Se for aprovado antes das eleições legislativas, marcadas para o segundo semestre, o Partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer, já prometeu que vai revogá-lo caso vença o pleito. Na quarta-feira, a agência da ONU para os refugiados disse que a versão mais recente do projeto “não é compatível” com o direito internacional. (RFI)

Em meio ao aumento das tensões, Paquistão retalia ataques do Irã

Um dia depois de as forças iranianas lançarem um ataque à província do Baluchistão, no Paquistão, o governo de Islamabad anunciou uma retaliação. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, as forças paquistanesas conduziram “ataques militares de precisão” contra o que chamou de esconderijos terroristas no sudeste do Irã. A estatal iraniana Press TV disse que sete estrangeiros foram mortos, enquanto um alto funcionário da segurança paquistanesa disse que caças e drones atacaram separatistas do grupo étnico Baluch, a cerca de 48 quilômetros da fronteira. Na véspera, Teerã indicou que o ataque ao Paquistão, bem como os que conduziu nesta semana ao Iraque e à Síria, mostraram que o país reagirá com força aos inimigos em qualquer lugar. Desde outubro, o Irã tem usado os grupos que apoia, como Hamas (Gaza), Hezbollah (Líbano) e Huti (Iêmen), para atingir Israel. Os rebeldes Huti ganharam prestígio na região com suas ações contra navios nas rotas marítimas do Mar Vermelho. O líder Huti afirmou nesta quinta-feira que um confronto direto com os Estados Unidos apenas fortaleceria o grupo e prometeu continuar a atacar navios comerciais. Em resposta aos ataques, os EUA, pela quinta vez em uma semana, atingiram mísseis antinavio, reforçando a volatilidade na região e o crescente envolvimento do país. (New York Times)

Alvo da PF, Carlos Jordy ataca Moraes

O deputado bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ), líder da oposição na Câmara, reagiu com raiva à operação da Polícia Federal contra ele nesta quinta-feira por suposta participação em atos antidemocráticos. Em vídeo, ele atacou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, de quem partiu a ordem de busca e apreensão, dizendo que Moraes “se julga o dono do Brasil”. “É inacreditável. Esse mandado do ministro Alexandre de Moraes é a constatação de que estamos vivendo uma ditadura”, afirmou. Jordy, que já xingou o ministro em outras ocasiões, negou ter participado ou incentivado a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e insinuou que os agentes federais pretendiam extorqui-lo. “Queriam dinheiro, eu tinha R$ 1 mil aqui em casa”, disse. (UOL)

De olho em primárias, Trump usa racismo contra adversária

Embalado pela vitória folgada em Iowa, o ex-presidente Donald Trump disparou toda sua artilharia contra a ex-governadora da Carolina do Sul Nikki Haley, considerada sua principal adversária nas primárias de New Hampshire, no dia 23, próxima parada a corrida pela candidatura republicana nas eleições presidenciais deste ano. Trump não economizou no racismo, referindo-se a Haley por seu primeiro nome, Nimarata, enfatizando que ela é filha de imigrantes indianos – o “Haley” veio do marido. Como o ex-presidente e fake news nunca estão muito distantes, ele ainda sacou um boato falso de que ela não poderia ser candidata, pois seus pais não eram cidadãos americanos em seu nascimento. Falso. Haley é americana nata, nascida na Carolina do Sul, e está legalmente habilitada a ser presidente. O motivo dos ataques é o perfil mais moderado (em termos republicanos) da ex-governadora, considerado em sintonia com o eleitorado diverso de New Hampshire. (CNN)

Ida de Sarrubbo para a Justiça fortalece ainda mais Moraes

“Alexandre de Moraes talvez seja hoje a maior força do STF, que Gilmar Mendes não saiba disso.” A pilhéria, feita à coluna de Malu Gaspar por um integrante da cúpula da Procuradoria-Geral da República, reflete o poder do ministro do Supremo, ampliado pela escolha de Mário Luiz Sarrubbo para chefiar a Secretaria Nacional de Segurança Pública. O nome foi sacramentado em jantar entre Moraes e o futuro ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, até abril passado seu colega de bancada no STF. O argumento foi que Sarrubbo, procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, tem experiência no enfrentamento de facções criminosas. Moraes vem emplacando aliados em cargos-chave do Judiciário. Com Gilmar, fez lobby para a nomeação de Paulo Gonet para a PGR e Flávio Dino para o STF; sozinho, conseguiu que o presidente Lula escolhesse seus favoritos para o TSE, garantindo sua influência sobre a corte eleitoral. (Globo)

Paquistão responde com mísseis a ataque do Irã

A Força Aérea do Paquistão bombardeou nesta quinta-feira alvos de supostos grupos separatistas paquistaneses em território iraniano, matando pelo menos nove pessoas. Ação foi uma resposta a um ataque do Irã a bases da milícia sunita Jaish al-Adl no oeste paquistanês. A tensão entre Irã e Paquistão é apenas mais um capítulo na escalada de violência no Oriente Médio, agravada pela guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza e pelos bombardeios iranianos a alvos na Síria e no Iraque, ligados a um atentado que deixou mais de 90 mortos no país. A região do Baluquistão, que abrange o leste do Irã e o oeste do Paquistão, é palco de movimentos separatistas dois lados da fronteira, com a religião servindo de elemento extra, com Teerã abrigando xiitas e Islamabad dando apoio a sunitas. (AP)

Operação da PF mira deputado bolsonarista

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira mais uma fase da Operação Lesa Pátria, parte da investigação sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro do ano passado. O principal alvo desta ação é o deputado bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ), com buscas em endereços ligados a ele no Rio e no Distrito Federal, inclusive na própria Câmara. Os agentes cumprem dez mandados de busca e apreensão na tentativa de identificar pessoas que planejaram, incitaram ou financiaram os atos antidemocráticos que culminaram com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. (Metrópoles)

Promotor equatoriano que investigava invasão a emissora de TV é executado

O promotor equatoriano César Suárez, que investigava a invasão de homens armados a uma emissora de TV no último dia 9, foi assassinado na tarde desta quarta-feira. O ataque às instalações da TC Televisión levou à declaração de “conflito armado interno” pelo presidente Daniel Noboa. Suárez foi baleado enquanto dirigia seu carro, após deixar o escritório onde trabalhava em Guayaquil. Ao longo de sua carreira, Suárez atuou em casos de tráfico de drogas, peculato, terrorismo e mortes violentas. Na véspera, ele afirmou em entrevista que não contava com escolta policial. O Equador trava uma guerra contra o crime organizado, que se intensificou neste mês, com o governo decretando uma verdadeira guerra aberta contra o narcotráfico. (El Universo)

Irã eleva o tom e diz que será ‘difícil e decisivo’ com inimigos

Após atingir com mísseis alvos nos vizinhos Paquistão, Iraque e Síria, deixando claro suas capacidades militares, o Irã mostrou que está determinado a atacar inimigos. “Somos uma potência mundial de mísseis”, afirmou o ministro da Defesa, Mohammad Reza Ashtiani, segundo a mídia estatal. “Onde quer que ameaçassem a República Islâmica do Irã, nós reagiremos, e esta reação será definitivamente proporcional, dura e decisiva.” O Irã frequentemente ataca seus inimigos por procuração, contando com os grupos armados que financia e apoia, como Hezbollah (Líbano), Hamas (Gaza) e os Hutis (Iêmen) – e por vezes negando qualquer envolvimento em ataques. Mas, nesta semana, agiu por conta própria e anunciou as suas ações, enquadrando publicamente os ataques com mísseis como vingança. Segundo fontes da Guarda Revolucionária, a demonstração de força iraniana teve o objetivo de tranquilizar os conservadores do país e os aliados no exterior, além de alertar Israel, Estados Unidos e grupos terroristas de que Teerã, se atacado, vai contra-atacar. Os apoiadores do regime islâmico ficaram indignados dos ataques que mataram dezenas de pessoas no Irã, fazendo o país parecer vulnerável. Analistas indicam, no entanto, que as ações iranianas foram pensadas para evitar um enfrentamento direto com Tel Aviv, Washington ou seus aliados, parando antes de iniciar uma escalada que pode inflamar ainda mais a região. (New York Times)

Para a Segurança Pública, Lewandowski escolhe procurador-geral de Justiça de SP

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, que assumirá o Ministério da Justiça e da Segurança Pública em 1º de fevereiro, escolheu Mario Luiz Sarrubbo para assumir a Secretaria Nacional de Segurança Pública. “Sarrubbo é um dos melhores quadros do Ministério Público brasileiro, atual procurador-geral de Justiça de São Paulo, que dedicou grande parte de sua carreira ao combate ao crime organizado”, afirmou. Considerado “linha-dura” na área de segurança, sua ida para Brasília depende apenas de sua desincompatibilização do MP. Sarrubbo tem boa relação com o vice-presidente Geraldo Alckmin, é próximo do ministro do STF Alexandre de Moraes e considerado um nome que também transita bem na esquerda. (Globo)