Lula vai vetar parte da verba para emendas de comissão no Orçamento
A sanção do Orçamento da União de 2024, marcada para a tarde desta segunda-feira, deve abrir uma nova frente de atrito entre o Palácio do Planalto e o Congresso. Como conta Gerson Camarotti, o presidente Lula deve vetar R$ 5,4 bilhões em emendas de comissão, direcionadas pelas comissões permanentes da Câmara e do Senado. O acordo entre Executivo e Legislativo previa que elas ficariam em R$ 11 bilhões, as os parlamentares elevaram o valor a R$ 16 bilhões – o valor a ser vetado contempla a diferença e uma compensação pela inflação menor. Mas a coordenação política do Planalto já foi alertada de que haverá forte mobilização no Congresso para a derrubada do veto. (g1)
PT terá o menor número de candidatos a prefeito de capitais em 32 anos
A fim de preservar a ampla aliança de partidos que compõem o governo do presidente Lula, o PT aceitou ceder espaço para aliados nas eleições municipais de outubro. O resultado é que o partido disputará com candidato próprio as prefeituras de apenas 16 capitais, o menor número em 32 anos. A estratégia contrasta com o pleito de 2020, quando a legenda lançou candidatos a 21 prefeituras de capitais e perdeu todas. Este ano, pela primeira vez desde sua fundação, o PT não terá candidato em São Paulo, compondo com Marta Suplicy a chapa de Guilherme Boulos (PSOL). Também irá apoiar aliados, entre outras capitais, Salvador, Recife, São Luís e Rio de Janeiro. (Globo)
Ron DeSantis desiste de candidatura e declara apoio a Trump
O governador Ron DeSantis, da Flórida, suspendeu sua campanha para presidente faltando apenas dois dias para as primárias de New Hampshire, e apoiou o ex-presidente Donald J. Trump para ser o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos. A desistência vem na sequência da derrota por 30 pontos percentuais nas primárias de Iowa, na segunda-feira passada, para Trump — e deixa apenas Nikki Haley como adversária viável no partido, ao menos até terça-feira. “Hoje estou suspendendo minha campanha”, disse DeSantis em um vídeo postado depois que o The New York Times informou que ele deveria abandonar a disputa. Ele acrescentou: “Trump é superior ao atual titular, Joe Biden. Isso está claro. Assinei um compromisso de apoiar o candidato republicano e honrarei esse compromisso. Ele tem o meu apoio, porque não podemos voltar à velha guarda republicana de antigamente.” (New York Times)
Hamas diz que ataque a Israel foi ‘necessário’, mas que houve ‘erros’ na ação
Na primeira manifestação oficial desde o ato terrorista de 7 de outubro, o Hamas declarou, em um documento de 16 páginas, que os ataques a Israel foram um “passo necessário e uma resposta normal a todas as conspirações israelenses contra o povo palestino”. O texto, publicado em inglês e árabe, segue com o grupo afirmando de que “talvez tenham ocorrido alguns erros durante a operação” devido “ao colapso rápido da segurança israelense e do sistema militar, e ao caos nas áreas fronteiriças com Gaza”. “Se, em algum caso, civis foram tomados como alvo, ocorreu acidentalmente e no transcurso do enfrentamento com as forças de ocupação”, diz o documento. Além de demandar o fim da contraofensiva israelense, alegando que o conflito “se iniciou há 105 anos, incluindo os 30 anos de colonialismo britânico e os 75 anos de ocupação sionista”, o comunicado rejeita que qualquer outro ente internacional queira “decidir o futuro da Faixa de Gaza”. (UOL)
Rússia reage a exercício da Otan: ‘retorno irrevogável’ à Guerra Fria
A Rússia subiu o tom contra o exercício militar da Otan, que, com seus 90 mil militares engajados, representa a maior movimentação da Organização do Tratado do Atlântico Norte desde 1988. O país classificou o exercício – “Steadfast Defense 2024” – como um “retorno irrevogável” à Guerra Fria e ao clima de tensão entre EUA e URSS, de acordo com o vice-chanceler russo, Alexander Grushko.
Lula cede espaço a militares no governo após início tenso e ameaças da caserna
Um levantamento de O Globo mostra que, após um início de desmilitarização da Administração Pública, o presidente Lula (PT) voltou a dar espaço a militares dentro do governo. Em novembro de 2023, a gestão do petista contava 2.760 fardados, número apenas 6,4% menor que no último mês de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência, quando 2.938 militares estavam no serviço público civil. Ainda assim, o ex-presidente foi responsável por lotar a máquina com integrantes da caserna: em 2020, o número chegava a 6.175, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Há, ainda, uma diferença no perfil dos agentes incorporados pelo governo. O número de militares em cargos de gestão caiu de 48, na era Bolsonaro, para 29, no período de Lula.
MST, 40 anos: a história do maior movimento por reforma agrária do Brasil
Para ler com calma. Num especial que ouviu adeptos e críticos da pauta e dos métodos, a Folha conta a história do Movimento dos Sem-Terra (MST), o maior de luta por reforma agrária do país, e aponta seus acertos, erros e desafios. Ao desfiar os diferentes momentos e estratégias dos militantes ao longo de quatro décadas, a reportagem aponta, juntamente com uma cronologia, como o MST acabou por ficar no centro da disputa política, ora acuado por governos de direita, ora frustrado com o desempenho de gestões de esquerda, ainda que aliado a elas. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) levantou que, em 1998 e 1999, nos anos FHC, foram 600 as ocupações promovidas pelos sem-terra em cada ano, o ápice dessa tática. O período de menos invasões (o uso dos termos depende do ponto de vista) foi na pandemia de covid-19, nos anos de Bolsonaro, com menos de 50 ao ano. No primeiro semestre de Lula 3, foram 71. O MST diz que, atualmente, cerca de 70 mil famílias ainda estão acampadas. Os estudiosos ouvidos na reportagem apontam que sem a força desse movimento, a situação agrária do Brasil seria outra, ainda mais grave na desigualdade. A atual bandeira principal do MST, aponta um, é a agroecologia. Mas, para outro, apesar dos méritos, talvez seja hora de reconhecer que nos moldes em que foi criado o movimento já tenha perdido o sentido. (Folha)
PF fecha acordo de delação com Ronnie Lessa, assassino de Marielle Franco
Quase seis anos depois, a Polícia Federal deu um passo importante para a resolução do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Executor dos disparos que atingiram a parlamentar do Psol em março de 2018, Ronnie Lessa fechou acordo de delação com a corporação, segundo o colunista Lauro Jardim. Caso se confirme, será a segunda colaboração dos partícipes do crime – Élcio de Queiroz, que dirigiu o carro usado na emboscada, já falou com os investigadores.
Netanyahu reitera a Biden intenção de manter controle de Gaza no pós-guerra
O gabinete de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, confirmou que a intenção é a de manter o controle da segurança de Gaza mesmo após a ofensiva em reação aos ataques de 7 de outubro. A afirmação vem depois de uma reportagem da CNN sobre um telefonema, na sexta-feira, entre o israelense e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no qual o primeiro-ministro teria defendido essa posição de controle sobre Gaza. “Na sua conversa com o presidente Biden, o primeiro-ministro Netanyahu reiterou a sua política de que, depois da destruição do Hamas, Israel deve manter o controle de segurança sobre Gaza para garantir que esta não representará mais uma ameaça para Israel, um requisito que contradiz a exigência de soberania palestina”, disse uma declaração do gabinete de Netanyahu. Biden tem defendido a solução de dois Estados, um para palestinos e outro para Israel, como uma saída pacífica para o conflito depois da ofensiva contra o Hamas. Mas, na quinta-feira, Netanyahu fez sua mais contundente declaração sobre o tema: “durante 30 anos, tenho sido consistente, dizendo uma coisa simples: este conflito não tem a ver com a falta de um Estado, mas com a existência de um Estado”, afirmou. “Em qualquer acordo futuro, Israel precisa do controle de segurança de todo o território a oeste do rio Jordão. Isso se choca com a ideia de soberania. O que se pode fazer?”.
Destruição em Gaza pode levar a uma geração perdida de crianças, diz funcionário da ONU
A Universidade Al Israa, na Faixa de Gaza, foi o último grande edifício público destruído pelas forças israelenses. Segundo os militares, o prédio foi destruído com explosivos por ter sido utilizado como base militar durante várias semanas. Além das perdas humanas em decorrência da guerra entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, teme-se que os danos generalizados ao território palestino levem a uma “geração perdida” de jovens. Segundo dados da ONU, ao menos 60% das casas ou unidades habitacionais foram “destruídas ou danificadas”. Nove em cada 10 escolas sofreram “danos significativos”. Hospitais, edifícios públicos e redes elétricas também foram atingidos. “Há hoje mais de meio milhão de crianças no sistema de ensino primário e secundário. Como vão regressar se não for possível levar as pessoas de volta para as suas casas, que foram completamente destruídas? Temo que estejamos correndo o risco de perder uma geração de crianças”, afirma Phillippe Lazzarini, comissário-geral da agência da ONU para refugiados palestinos, ao retornar de sua quarta viagem à região desde o início da guerra, em outubro. Israel nega as acusações de transformar Gaza em terra devastada de forma deliberada, mas Lazzarini não descarta que as pessoas não tenham outra escolha senão partir. (CNN)