Governo avalia demitir cúpula da Abin
A ação da Polícia Federal contra os responsáveis pelo suposto monitoramento ilegal de adversários durante o governo Bolsonaro fez crescer no Executivo a ideia de demitir o atual comando da Agência Nacional de Inteligência (Abin), em particular o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa e do diretor Alessandro Moretti. Segundo Andréia Sadi, as investigações apontam um conluio da cúpula atual da agência para proteger os suspeitos. Na quinta-feira, os agentes federais apreenderam um computador e um celular da Abin em poder do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que dirigiu a instituição no período em que teria acontecido o monitoramento ilegal. Há suspeita de que ele continuava a receber informações sigilosas da agência mesmo depois de deixar o cargo. (g1)
Milei decide demitir ministro suspeito de vazar conversas
O ministério de Javier Milei vai sofrer a primeira baixa, com pouco mais de um mês de governo. O presidente argentino decidiu na noite de quinta-feira demitir seu ministro da Infraestrutura, Guillermo Ferraro, embora a medida ainda não tenha sido publicada. A justificativa é que Ferraro teria vazado conversas das reuniões que Milei faz duas vezes por semana com os integrantes do gabinete. No vazamento mais polêmico, o presidente esbraveja contra governadores e ameaça deixá-los “sem um peso”. Nos bastidores, porém, comenta-se que Ferraro entrou em conflito com o chefe de gabinete Nicolás Posse, um dos auxiliares mais próximos de Milei. Posse estaria irritado com a demora do colega em fazer nomeações na área de infraestrutura. (Clarín)
Ramagem diz nunca ter tido acesso a senhas de sistema de monitoramento
Alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal na investigação sobre o uso de um programa espião para monitorar a localização de pessoas sem autorização judicial, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), afirmou que nunca teve acesso a senhas do sistema. “Nós, da direção da Polícia Federal, policiais federais que estavam comigo, nunca tivemos a utilização, gestão ou senha desses sistemas”, disse. “Quando ouvimos o diretor responsável pela senha e pela gestão para demonstrar como funciona e ele negou me informar como eles estavam trabalhando com a ferramenta, eu exonerei esse diretor que era o chefe da ferramenta e encaminhei todo o procedimento para a corregedoria”, explicou. Ramagen disse que o celular e o computador pertencentes à Abin encontrados em sua casa são antigos, sem utilização. Questionado se, mesmo fora da agência, ele continuava recebendo informações privilegiadas, afirmou: “Tenho amigo na Abin, mas não recebo informação”. (g1)
Uma luta geopolítica titânica está em curso
Thomas L. Friedman: “Há muitas maneiras de explicar os dois maiores conflitos do mundo de hoje, mas resumo que a Ucrânia quer se juntar ao Ocidente e Israel quer se juntar aos mundo árabe — e a Rússia, com a ajuda do Irã, está tentando impedir o primeiro, e o Irã e o Hamas estão tentar impedir o segundo. Embora as duas frentes de batalha possam parecer muito diferentes, na verdade, têm muito em comum. Refletem uma luta geopolítica titânica entre duas redes opostas de nações e atores não estatais cujos valores e interesses dominarão o nosso mundo pós-pós-Guerra Fria — após a era relativamente estável Pax Americana/globalização que foi inaugurada pela queda do Muro Berlim, em 1989, e o colapso do bloco soviético. Sim, este não é um momento geopolítico comum”. (New York Times)
Abin espionou Gilmar e Moraes em busca de elos com PCC, diz PF
Durante busca e apreensão na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no ano passado, a Polícia Federal (PF) encontrou um relatório com detalhes de uma ação de inteligência em busca de ligações entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes e a facção criminosa PCC. O documento estava em uma pasta com relatórios de diversas “missões” encomendadas durante a gestão do então diretor da Abin Alexandre Ramagem (PL-RJ), hoje deputado federal. O relatório com menção aos ministros do Supremo tem uma lista de vínculos que deveriam ser investigados para comprovar a suposta relação com o PCC. Entre outros nomes, a PF também encontrou ordem expressa de Ramagem para monitorar Rodrigo Maia, que presidiu a Câmara dos Deputados nos dois primeiros anos do governo de Jair Bolsonaro (PL), e Joice Hasselmann, deputada federal no mesmo período pelo PSL, mas que rompeu com o agora ex-presidente. (UOL)
Cármen Lúcia: redes sociais não podem ser instrumento contra política democrática
No encerramento de um ciclo de audiências públicas para colher sugestões para as resoluções que definirão as regras para as eleições de outubro, a ministra do Supremo Tribunal Federal e vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia, afirmou nesta quinta-feira que as redes sociais não podem ser um instrumento “contra a política democrática”. “Nós queremos que elas sejam mesmo redes sociais e não redes antissociais, que sejam instrumentos da melhor política e não contra a política democrática”, disse a ministra, que vai comandar o TSE durante as eleições municipais. Em três dias de debates, mais de 80 pessoas foram ouvidas e todas as propostas serão analisadas por Cármen Lúcia e sua equipe. O TSE recebeu 945 propostas de representantes de partidos políticos, entidades e da sociedade civil sobre as dez minutas da corte que tratam de temas que vão de inteligência artificial a lives no período eleitoral. (Valor)
Catar acusa Netanyahu de obstruir deliberadamente negociações de paz
O governo do Catar, que tem agido como mediador na crise no Oriente Médio, acusou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de obstruir deliberadamente as negociações com Hamas para um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a libertação dos mais de cem reféns israelenses ainda em poder do grupo terrorista. A subida de tom foi uma reação a declarações de Netanyahu chamando de problemático o papel do país árabe nas negociações. Majed al-Ansari, porta-voz do Ministério do Exterior do Catar, disse que a fala do premiê era “irresponsável e destrutiva”, mas não surpreendente. Segundo ele, Netanyahu parece estar mais preocupado com seu futuro político que em “salvar vidas inocentes, incluindo israelenses”. Tel Aviv ainda não se manifestou sobre a posição do Catar. (Guardian)
Delação indica um segundo mandante na morte de Marielle
Ainda aguardando homologação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a delação do ex-PM Ronnie Lessa indicaria que o assassinato de Marielle Franco teve dois mandantes distintos, conta Vera Araújo. A vereadora do PSOL foi morta junto com o motorista Anderson Gomes em 14 de março de 2018, e Lessa, que está preso, é apontado como autor dos disparos. O fato de a delação estar no STJ indica que ao menos um dos implicados tem foro privilegiado. Após passar por cinco delegados da Polícia Civil e quatro promotores, a investigação foi assumida pela Polícia Federal, que corre para concluí-la antes de o crime completar seis anos – se possível com Flávio Dino ainda à frente do Ministério da Justiça. O ministro do STJ Raul Araújo deve examinar a delação após o fim do recesso judiciário, no próximo dia 1º. (Globo)
PF faz operação contra deputado ex-chefe da Abin
A Polícia Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira 21 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de envolvimento em uma suposta operação de espionagem ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. O principal alvo é o hoje deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que comandou a agência naquele período. Os policiais fizeram buscas no gabinete e na residência do parlamentar. Sete agentes da própria PF foram afastados porque teriam integrado o esquema de espionagem. De acordo com as investigações, a Abin usou, sem autorização judicial, um software de geolocalização para monitorar celulares de adversários do governo e até de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ramagem, que não comentou a operação desta quinta-feira, era homem de confiança de Bolsonaro, que o colocou no comando da Abin após fracassar na tentativa de nomeá-lo diretor da PF. (g1)