Política

A casa mais vigiada do Brasil

Carlos Bolsonaro é alvo de operação PF sobre ‘Abin Paralela’

O vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos) é o principal alvo de uma operação que a Polícia Federal está realizando na manhã desta segunda-feira. A ação, que inclui busca e apreensão no gabinete e na casa do filho Zero Dois de Jair Bolsonaro (PL), faz parte da investigação sobre o uso ilegal de um software e monitoramento pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para espionar adversários do ex-presidente de seus familiares. Segundo Andréia Sadi, assessores de Carlos, que também estão sendo investigados, pediam informações ao ex-diretor da Abin e hoje deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Na quinta-feira, a PF fez uma operação em endereços ligados ao parlamentar, apreendendo um celular e um computador da agência que ainda estavam em poder dele. Até o momento, Carlos Bolsonaro não se manifestou sobre a ação dos agentes federais. (g1)

Lula vai tentar tirar Tabata da eleição em SP, dizem petistas e pessebistas

O entorno de Lula e a cúpula do PSB dão como certa uma ação direta do presidente para tentar convencer a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) a abrir mão de sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo para apoiar Guilherme Boulos (PSOL), revela a coluna Painel. Em troca, ele poderia oferecer a ela um ministério, como o de Ciência e Tecnologia, sua área de interesse. A pasta é comandada por Luciana Santos (PC do B), cujo partido é da coligação do PT, o que minimizaria o trauma da saída. A mesma estratégia foi adotada pelo petista em 2022, quando pediu a Boulos e Márcio França (PSB) que desistissem de suas pré-candidaturas ao governo de São Paulo para apoiar Fernando Haddad (PT), que chegou ao segundo turno com o apoio deles, mas perdeu para Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). O grupo político da deputada, no entanto, avalia que ela seguirá na disputa, apesar de possíveis pressões externas. (Folha)

Guterres implora por manutenção de fundos à agência de ajuda a palestinos

Após nove países suspenderem o financiamento da agência da ONU de ajuda humanitária aos palestinos, devido à suspeita de envolvimento de funcionários nos ataques do Hamas de 7 de outubro, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou aos doadores que mantenham o envio de dinheiro. Alemanha e Holanda estão entre os países que se juntaram aos Estados Unidos no congelamento de fundos à UNRWA. “Dois milhões de civis em Gaza dependem da ajuda da UNRWA para sobrevivência diária”, disse Guterres neste domingo. “Apelo veementemente aos governos que suspenderam suas contribuições para, pelo menos, garantirem a continuidade das operações da UNRWA.” Segundo o secretário-geral, nove dos 12 suspeitos foram demitidos, um está morto e a identidade de dois está sendo “esclarecida”. (Politico)

Bolsonaro mostra para onde estão indo os populistas, diz cientista político

Professor da Universidade Johns Hopkins e autor de O Povo Contra a Democracia, o cientista político Yascha Mounk lança no mês que vem no Brasil O Grande Experimento (Companhia das Letras), no qual discute como as democracias com ampla diversidade étnica podem triunfar. Ele tem uma visão otimista e aponta progressos significativos nos direitos de grupos menos favorecidos. Em entrevista ao Globo, traça um paralelo entre a extrema direita no Brasil e nos Estados Unidos. “Bolsonaro teve sucesso em conquistar uma parcela significativa do voto entre os brasileiros não brancos, especialmente entre evangélicos. Isso faz de Bolsonaro um precursor sobre para onde estão indo outros partidos populistas. O fato notável sobre Donald Trump neste ano é que ele aumentou significativamente sua posição entre os eleitores não brancos.” (Globo)

Lira encurta férias e chama líderes para tratar de temas espinhosos

Apesar de as férias do Congresso só terminarem daqui a uma semana, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deve receber líderes partidários nesta segunda-feira para discutir assuntos que têm provocado tensão entre representantes dos Três Poderes. Bloqueio de parte das emendas parlamentares, autorizações do Supremo Tribunal Federal (STF) para operações da Polícia Federal contra congressistas e a medida provisória da reoneração da folha de pagamento estão na pauta. (g1)

Ataque com drone mata três soldados americanos e fere 30 na Jordânia

Três soldados americanos morreram e ao menos 30 ficaram feridos em um ataque de drone em um pequeno posto avançado dos Estados Unidos na Jordânia. A ação marca a primeira morte dos Estados Unidos por fogo inimigo no Oriente Médio desde o início da guerra entre Israel e Hamas, em 7 de outubro, além de ser mais um sinal da escalada das tensões na região. O presidente Joe Biden atribuiu a culpa a grupos militantes apoiados pelo Irã e disse que eles serão responsabilizados. “Apesar de ainda estarmos reunindo os fatos sobre este ataque, sabemos que foi realizado por grupos militantes radicais apoiados pelo Irã que operam na Síria e no Iraque”, afirmou Biden. Até sexta-feira, houve 158 ataques com drones, foguetes e mísseis contra as forças dos EUA e de outros países no Iraque e na Síria. Mas, até então, eram considerados malsucedidos, por não causarem ferimentos graves ou danos à infraestrutura. Ainda não se sabe por que a defesa aérea não conseguiu interceptar o drone. As autoridades americanas têm afirmado repetidamente que não querem que as tensões aumentem ainda mais no Oriente Médio para evitar a eclosão de uma verdadeira guerra regional. (CNN)

Acordo de libertação de reféns do Hamas deve ser finalizado em até 15 dias

Negociadores liderados pelos Estados Unidos estão cada vez mais próximos de um acordo em que Israel concordaria com uma trégua de dois meses em troca da libertação dos mais de 100 reféns sob poder do Hamas. A expectativa é que o acordo seja selado nos próximos 15 dias. A proposta une elementos apresentados por Israel e pelo Hamas nos últimos dez dias, que seriam discutidos neste domingo em Paris. Apesar de haver divergências importantes, os negociadores estão otimistas. Na sexta-feira, o presidente americano, Joe Biden, conversou com os líderes do Egito e do Catar, que feito a intermediação com o Hamas. Também enviou o diretor da CIA, William J. Burns, a Paris para as conversações com autoridades israelenses, egípcias e catarianas. No sábado, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, reafirmou seu compromisso com a libertação dos reféns. “Estamos lidando com isso 24 horas por dia, inclusive agora”, afirmou. A trégua de sete dias em novembro possibilitou a libertação de mais de 100 sequestrados pelo Hamas em troca de cerca de 240 palestinos detidos por Israel. O novo acordo deve ser mais abrangente que o anterior. Na primeira fase, os combates parariam por 30 dias, permitindo a libertação pelo Hamas de reféns mulheres, idosos e feridos. Paralelamente, os dois lados trabalhariam nos detalhes de uma segunda fase para suspender a guerra por mais um mês em troca de soldados israelenses e civis do sexo masculino. O total de palestinos a serem libertados ainda precisa ser negociado. Também haveria a chegada de mais ajuda humanitária a Gaza. Com uma trégua mais longa, acredita-se que poderia haver um avanço diplomático em busca de uma resolução mais ampla do conflito. (New York Times)

Opinião: Ramagem agia a mando e para atender aos interesses do chefe Bolsonaro

Eliane Cantanhêde: “Conclusão óbvia diante das operações de busca e apreensão da PF que sacudiram a semana em Brasília: na direção da Abin, Ramagem não usava por decisão própria e para consumo próprio os instrumentos espiões e ilegais da agência contra ministros do Supremo, presidente da Câmara e até promotora do caso Marielle, mas sim a mando do chefe Bolsonaro e para atender aos interesses ‘particulares’ dele: contra os que considerava ameaças a seus devaneios golpistas e a favor, por exemplo, dos filhos. Poderia ser ainda pior. Bolsonaro chegou a nomear Ramagem para a direção geral da PF e, se a Abin é órgão de inteligência, a PF é também operacional, de execução, com mão na massa – e no revólver”. (Estadão)

Ramagem não fez checklist de equipamentos nem firmou termo de confidencialidade

Ao deixar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o funcionário tem de passar por um checklist patrimonial, obtendo uma declaração formal de todos os setores de devolução de equipamentos. Também é feita uma entrevista em que o servidor se compromete a manter a confidencialidade dos atos relacionados à sua atividade na agência. Segundo resultado parcial de investigação interna do órgão, o ex-diretor geral Alexandre Ramagem, com quem foram encontrados um celular, um computador e pendrives na quinta-feira, durante operação da Polícia Federal sobre espionagem ilegal, não fez o checklist patrimonial de saída e faltou à entrevista em que seria firmado o termo de confidencialidade sobre sua atividade no cargo. Após a operação, ele alegou que os equipamentos da Abin encontrados sob sua posse são antigos e estavam sem uso. Procurada pela Folha, a assessoria de Ramagem não retornou. (Folha)