Política

Guedes participou de reunião ministerial onde se discutiu o golpe

A reunião ministerial gravada em vídeo na qual Jair Bolsonaro tratou de um golpe de Estado com seus auxiliares foi maior do que fez crer a Polícia Federal, conta Vera Magalhães. Entre os participantes não listados pela PF estava o então ministro da Economia, Paulo Guedes, que se manteve em silêncio quando Bolsonaro conclamou os auxiliares a espalharem desinformação sobre as urnas eletrônicas. (Globo)

O passaporte de Bolsonaro

Documento defendendo a decretação do estado de sítio é encontrado na sede do PL

Aumentando as suspeitas sobre a participação de Jair Bolsonaro (PL) em articulações golpistas, um documento defendendo e anunciando a decretação do estado de sítio e da Garantia da Lei e da Ordem no país foi encontrado pela Polícia Federal nesta quinta-feira dentro da sede do PL em Brasília. Segundo o colunista Valdo Cruz, o texto, que não está assinado, estava na sala de Jair Bolsonaro. O conteúdo parece uma espécie de discurso, sustentando que a ruptura do Estado Democrático de Direito estaria “dentro das quatro linhas da Constituição”, expressão muito usada por Bolsonaro em atos públicos quando presidente. “Afinal, diante de todo o exposto, e para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas da Constituição Federal de 1988, declaro o estado de Sítio e, como ato contínuo, decreto operação de garantia da lei e da ordem”, diz o parágrafo final. (g1)

Suprema Corte dos EUA dá sinais de que vai autorizar candidatura de Trump

A Suprema Corte dos EUA ouviu na tarde desta quinta-feira as alegações sobre o recurso do ex-presidente Donald Trump contra a decisão da Justiça do Colorado que o excluiu da cédula de votação nas eleições deste ano com base na 14ª emenda à Constituição. Nas perguntas aos advogados de ambos os lados, os juízes, mesmo os progressistas, deram sinais de que vão decidir em favor de Trump. Elaborado logo após a Guerra Civil (1861-1865), o texto proíbe que pessoas envolvidas em insurreições ocupem cargos públicos. Indicada por Joe Biden, a juíza Ketanji Brown Jackson lembrou que a 14ª emenda cita especificamente diversos cargos, mas não o de presidente, uma das molas-mestras da defesa de Trump. Já a igualmente progressista Elena Kagan indagou por que um único estado deveria decidir em quem os eleitores de todo o país devem votar. A Suprema Corte ainda não deu um veredicto sobre o caso, mas as primárias do Colorado estão marcadas para o próximo dia 5. (CNN)

Braga Netto xingou militares que não apoiaram plano de golpe

O general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Jair Bolsonaro à presidência em 2022, xingou e ofendeu integrantes da cúpula das Forças Armadas por não aderirem aos planos de golpe de Estado, mostram mensagens dos celulares apreendidos pela Polícia Federal e que são transcritas na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, autorizando a operação desta quinta-feira. Em uma delas, Braga Netto se refere ao general Freire Gomes, então comandante do Exército, como “cagão” e pede que a “cabeça’ dele seja oferecida. Nas conversas, Braga Netto também faz comentários depreciativos sobre o tenente-brigadeiro Baptista Júnior, ex-comandante da Força Aérea Brasileira, chamando-o de “traidor de pátria”. Para Moraes, tais conteúdos são “elementos indicativos da real expectativa que permeava o grupo quanto à permanência no poder”. (Globo)

Parlamentares da oposição criticam operação contra Bolsonaro, militares e ex-ministros

A operação realizada pela Polícia Federal nesta quinta-feira foi criticada por vários parlamentares da oposição. Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) afirmou nas redes sociais que “a política do Brasil hoje é feita no Supremo Tribunal Federal”. O ex-vice-presidente e senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse que “inquéritos eternos” sobre a “pretensa tentativa de golpe” atacam a honra a integridade de chefes militares “que dedicaram toda uma vida” ao país. Já a senadora e ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou que recebeu a operação “com indignação, mas nenhuma surpresa”. “A gente sabe como funciona o regime! O Brasil está vendo. Mesmo aqueles que não acreditavam quando a gente falava, hoje estão vendo como o regime atua.” (Folha)

PF tem vídeo de Bolsonaro e ministros discutindo ‘dinâmica golpista’

A Polícia Federal tem em seu poder o vídeo de uma reunião realizada em 5 de julho de 2022 para discutir a dinâmica golpista. O material foi apreendido na casa do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro e sua transcrição aparece na decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes que embasa a operação desta quinta-feira. Para Moraes, a reunião “nitidamente, revela o arranjo de dinâmica golpista no âmbito da alta cúpula do governo, manifestando-se todos os investigados que dela tomaram parte”. Ele também diz que todos os participantes ajudaram a difundir mentiras no período eleitoral sobre o então candidato Lula (PT), o TSE e os ministros do STF. (UOL)

Defesa foi avisada previamente da operação da PF

O Ministério da Defesa foi avisado na noite de quarta-feira que a Polícia Federal deflagraria uma operação que envolveria militares, mas sem os nomes desses alvos. Por lei, representantes das Forças Armadas têm de acompanhar ações policiais programadas contra militares. “Cabe às Forças Armadas apoiar a decisão da Justiça”, disse o ministro José Múcio. (UOL)

Valdemar Costa Neto é preso por posse ilegal de arma

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi preso pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira. Os agentes cumpriam um mandado de busca e apreensão na casa dele, em Brasília, e encontraram uma arma não registrada, prendendo o político em flagrante. A operação faz parte de uma ação determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes contra suspeitos de planejar um golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder. (CNN)

Bolsonaro pediu alteração em minuta golpista, diz investigação

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tornou pública a ordem para a operação feita pela Polícia Federal nesta quinta-feira. Segundo o documento, as investigações apontaram que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu de seus assessores Filipe Martins e Amauri Ferez Saad a minuta de um golpe de Estado e pediu alterações no texto. A versão original previa a prisão do próprio Moraes, do também ministro do STF Gilmar Mendes e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas Bolsonaro teria mandado retirar os dois últimos nomes da ordem. Moraes, apontam os investigadores, tinha os passos acompanhados para facilitar sua prisão quando o golpe fosse deflagrado. (g1)