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O governo egípcio avisou que a anunciada ofensiva israelense sobre a cidade de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, pode levar ao fim do tratado de paz entre os dois países, firmado em 1978 – o primeiro entre Israel e um país árabe. Situada na fronteira com o Egito, Rafah se tornou, inclusive por pressão israelense, um ponto de convergência para os palestinos de Gaza com a ofensiva de Israel no norte do território, deflagrada após os ataques terroristas do grupo Hamas em 7 de outubro. O governo egípcio reforçou a segurança de sua fronteira temendo de, acossada pelos bombardeios israelenses, a população palestina fuja para a Península do Sinai. Apesar da pressão internacional contrária, os membros de extrema direita no governo de Israel defendem exatamente a remoção dos palestinos de Gaza. (New York Times)

Uma publicação no perfil oficial da Câmara dos Deputados neste sábado se referiu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes como “ditador”. Apagado após 15 minutos, o texto acusava do ministro de “destruir a democracia” e planejar um golpe de Estado com o presidente Lula (PT) e trazia um pedido para que figuras proeminentes da direita, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia o replicassem. A publicação foi feita dois dias após Moraes autorizar uma operação contra Bolsonaro e alguns se seus principais aliados e auxiliares exatamente por tramarem um golpe de Estado. (UOL)

O jornalista conservador americano Tucker Carlson esteve em Moscou, onde, na terça-feira, entrevistou o presidente Vladimir Putin. A conversa, divulgada na quinta-feira, foi conduzida de forma suave, sem questionamentos duros sobre a guerra na Ucrânia ou a responsabilidade russa na invasão. Putin, no entanto, aproveitou ao máximo a oportunidade para plantar a semente da dúvida sobre a ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia e o sistema político americano. (Politico)

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, instruiu os militares a planejarem a “evacuação da população” de Rafah para derrotar o Hamas. Calcula-se que mais de 1,3 milhão de pessoas estejam na cidade do sul de Gaza, a maioria deslocada de outras partes da faixa, segundo as Nações Unidas. Na quinta-feira, o premiê disse que os militares “iriam em breve para Rafah, o último bastião do Hamas”. No comunicado desta sexta-feira, o gabinete de Netanyahu afirmou que não era possível eliminar o grupo palestino e deixar “quatro batalhões do Hamas em Rafah”. A cidade é o último grande centro populacional da Faixa de Gaza não ocupado pelas forças israelenses. (CNN)

Alvos da operação Tempus Veritatis (tempo da verdade), que investiga uma tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente de seu partido, Valdemar Costa Neto, e o general Walter Braga Netto, também da mesma sigla, estão impedidos de se comunicar entre si. Na avaliação de líderes da legenda, o isso mina as estratégias pensadas para as eleições municipais deste ano. As afetam principalmente Rio de Janeiro e São Paulo, as duas capitais que são foco do bolsonarismo no país. Braga Netto coordenaria as campanhas municipais do PL por ser homem da estrita confiança de Bolsonaro e por ter uma visão de estrategista, como militar, e de conciliador. Mas, sem poder se comunicar com os principais líderes do partido, fica impedido de assumir essa função. Além disso, o diálogo entre Bolsonaro e Valdemar era fundamental para atenuar as disputas dentro do partido. O PL pretende eleger mil prefeitos em todo o país neste ano. Para isso, aposta na popularidade de Bolsonaro e no acesso aos fundos eleitoral e partidário. (Folha)

Jogo zerado. Foi isso que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse a interlocutores após a reunião desta sexta-feira com o presidente Lula. Segundo a Coluna do Estadão, os dois ficaram de intensificar os contatos, telefônicos o presenciais, já que Lira rompeu com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Durante o café da manhã, Lula quis saber por que Lira elevou tanto o tom no discurso de abertura do ano legislativo. E também ouviu uma série de queixas do parlamentar. Lira disse a Lula que elevou o tom porque queria conversar, para mostrar que entregou o que o presidente pediu, mas o governo não cumpriu as promessas. O presidente disse que conversaria mais e orientou o deputado a manter contato com o ministro da Casa Civil, Rui Costa. (Estadão)

A Polícia Federal pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de um inquérito para investigar o deputado Nikolas Ferreira (PL) devido a uma fala dele contra o presidente Lula em um evento das Nações Unidas. O Ministério da Justiça alegou à PF que o deputado, ao afirmar que Lula é “um ladrão que deveria estar na prisão”, cometeu crime de injúria, fazendo um “discurso ofensivo à honra” do presidente. A declaração de Nikolas ocorreu durante a Cúpula Transatlântica da ONU em novembro de 2023. (UOL)

O sigilo da gravação da reunião em que o então presidente Jair Bolsonaro debateu a “dinâmica golpista” com ministros e militares foi retirada ontem pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo a Polícia Federal, Bolsonaro ordenou no encontro a disseminação de informações fraudulentas para evitar a vitória do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. A reunião foi realizada dias antes de Bolsonaro atacar o sistema eleitoral em reunião com embaixadores, que levou à sua inelegibilidade por oito anos por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. O vídeo, encontrado no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, é uma das peças que embasaram a operação da PF na quinta-feira. No despacho que derrubou o sigilo da gravação, Moraes afirmou que a decisão foi tomada “diante de inúmeras publicações jornalísticas com a divulgação parcial e editada de trechos da reunião”. Assista à integra do vídeo. (Globo)

Antes um dos mais arraigados grupos de apoiadores de Jair Bolsonaro, líderes evangélicos mantiveram silêncio diante da operação da Polícia Federal contra o ex-presidente e seus auxiliares diretos. Alguns deles veem a situação como oportunidade para um “afastamento gradual” em relação ao ex-presidente, ainda popular entre os fiéis. Uma exceção é o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que vê os colegas como “um bando de covardes e cagões históricos”. Ele, no entanto, é uma voz, conquanto estridente, cada vez mais isolada. (Folha)

Com a operação de quinta-feira contra Jair Bolsonaro e seus principais aliados, a Polícia Federal fulminou a principal estratégia da defesa do ex-presidente e pretende concluir o caso até junho, conta Andreia Sadi. Advogados e auxiliares de Bolsonaro, como o próprio tenente-coronel Mauro Cid, pretendiam blindá-lo, sustentado que não participava das tratativas de um golpe de Estado, coisa de “um monte de malucos”. O vídeo da reunião em que o próprio presidente orienta seus ministros nos ataques ao sistema eleitoral e ouve o general Augusto Heleno falar em “virar a mesa” jogou por terra essa linha de defesa. O clima no entorno bolsonarista, diz a colunista, é de derrota. (g1)