Israel volta a cobrar desculpas de Lula: ‘Cuspe no rosto dos judeus brasileiros’
Israel voltou a cobrar nesta terça-feira um pedido de desculpas do presidente Lula por ter comparado a ação em Gaza às de Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial. Em um post em português, o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, classificou a comparação feita por Lula de “promíscua e delirante” e reafirmou que o petista “continuará sendo persona non grata em Israel” até que se desculpe. “Como ousa comparar Israel a Hitler? É necessário lembrar ao senhor o que Hitler fez?”, diz um trecho da mensagem. “Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas. Até então continuará sendo persona non grata em Israel!”, escreveu. O governo Lula não pedirá desculpas e voltará a reprovar publicamente a ação em Gaza, conta Daniela Lima. (g1)
EUA vetam pedido de cessar-fogo imediato em Gaza
Os EUA usaram seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para barrar nesta terça-feira uma proposta de resolução da Argélia exigindo um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, invadida por Israel após os atentados terroristas feitos pelo Hamas e 7 de outubro. Estima-se que mais de 30 mil pessoas tenham morrido desde o início da operação militar israelense. O veto já era esperado, uma vez que os EUA estão negociando sua própria proposta de “cessar-fogo temporário” sem efetivação imediata. Paralelamente, Washington vem pressionando Tel Aviv a não atacar Rafah, maior cidade do sul do território palestino e onde fica a passagem de fronteira com o Egito. Por ordem dos próprios militares israelenses, centenas de milhares de palestinos se refugiaram na cidade quando o norte de Gaza foi atacado. (CNN)
Lira pretende deixar pedido de impeachment de Lula dormindo em gaveta
Assinado por 108 parlamentares, incluindo de partidos da base aliada, o pedido de impeachment do presidente Lula pela comparação entre a situação em Gaza e o Holocausto já tem destino certo: uma gaveta de mesa do deputado Arthur Lira (PP-AL). Como conta Guilherme Amado, o presidente da Câmara não tem qualquer intenção de dar continuidade ao pedido, a ser protocolado nesta terça-feira, mas também não pretende arquivá-lo automaticamente, o que desagradaria a oposição num momento em que Lira trabalha para eleger seu sucessor. (Metrópoles)
Embaixador de Israel em ato na Paulista divide bolsonaristas
A iniciativa do braço-direito de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, de convidar o embaixador de Israel, Daniel Zonshine, para o ato de apoio ao ex-presidente na Avenida Paulista provocou controvérsia entre aliados, conta o Painel. O pastor Silas Malafaia, principal líder evangélico bolsonarista, não gostou, apesar de o convite ser visto como um gesto para a direita religiosa, que apoia incondicionalmente o Estado judeu. A primeira reclamação de Malafaia que, de acordo com o próprio relato, ficou combinado que ele e Bolsonaro cuidariam sozinhos da lista de convidados. O pastor também avalia que a presença do embaixador desviaria o foco do objetivo da manifestação, dar apoio ao ex-presidente diante da investigação da Polícia Federal sobre os planos para um golpe de Estado. (Folha)
EUA apresentam ao Conselho de Segurança pedido de cessar-fogo temporário
Os Estados Unidos apresentaram um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU pedindo um cessar-fogo temporário na guerra entre Israel e Hamas e alertando contra uma incursão terrestre em Rafah, para onde centenas de milhares de palestinos fugiram. O projeto segue uma proposta argelina que pedia um cessar-fogo imediato e que os americanos prometeram vetar. No texto, os EUA defendem um “cessar-fogo temporário em Gaza o mais rapidamente possível”, o que fica aquém do desejo de outros membros do Conselho de Segurança, que querem que isso ocorra de forma imediata. A votação ocorrerá nesta terça-feira de manhã. Tradicional aliado de Israel, o governo americano tem reforçado suas preocupações com a forma como o governo de Benjamin Netanyahu tem conduzido as ações em Gaza. (CNN)
Com base na experiência brasileira, o que os EUA podem fazer em relação a Trump?
Eduardo Porter: “Para aqueles preocupados com o fato de os Estados Unidos se aproximarem novamente da catástrofe política, a questão que vale a pena colocar é como o Brasil se esquivou desse tiro. A experiência do Brasil oferece alguma lição que possa ajudar a proteger a democracia americana de um candidato disposto a fazer o que for necessário para restaurar o seu controle no poder? A resposta, infelizmente, é provavelmente não. A diferença mais crítica entre Brasil e os EUA não tem a ver com as suas instituições políticas. O Brasil foi capaz de ultrapassar sua tentativa de insurreição e restabelecer um equilíbrio político mais calmo, em grande parte, porque lhe faltou o Partido Republicano”. (Washington Post)
Bolsonaro é intimado pela PF para falar sobre golpe; defesa quer adiar
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimada pela Polícia Federal a prestar depoimento nesta quinta-feira no âmbito da investigação que apura uma trama golpista envolvendo a cúpula civil e militar de seu governo. O vídeo de uma reunião de julho de 2022 em que Bolsonaro discute com seus ministros estratégias para evitar a derrota nas eleições é um dos elementos descobertos pela PF durante as investigações. (g1)
Lula chama embaixador em Israel de volta ao Brasil para consultas
Em resposta à convocação do embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, para uma reprimenda devido à comparação feita por Lula entre as ações israelenses na Faixa de Gaza e as de Hitler contra os judeus, o presidente chamou o diplomata de volta a Brasília para consultas. Ele embarca para o Brasil nesta terça-feira. Esse tipo de medida é adotado quando um país quer mostrar contrariedade com os atos de outro Estado, sinalizando o agravamento da crise com o governo do premiê Benjamin Netanyahu, mas não um rompimento das relações diplomáticas. Para Lula, conta Mônica Bergamo, Meyer foi humilhado ao ser advertido no Memorial do Holocausto, o Yad Vashem. No memorial, o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, fez declarações à imprensa e mostrou ao brasileiro a lista com nomes de seus próprios familiares vítimas do regime nazista. Normalmente, esse tipo de reprimenda ocorre na sede da chancelaria. Mais cedo, o governo de Israel declarou o petista persona non grata. (Folha)
Brasil reage à decisão Israelense de tornar Lula ‘persona non grata’
O Palácio do Planalto divulgou nesta segunda-feira uma nota criticando a decisão do governo israelense de declarar o presidente Lula “persona non grata” após este comparar a invasão de Gaza ao Holocausto nazista. Na nota, o governo afirma que Lula condenou desde o primeiro momento o ataque terrorista do Hamas em 7 de outubro – embora não tivesse mencionado o grupo islâmico – e que “se opõe a uma reação desproporcional” das Forças Armadas israelenses. Já o ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência, Paulo Pimenta, usou sua conta no X para criticar Israel, dizendo que o Ministério da Defesa do país espalha fake news e ressaltando o número de mortos na Faixa de Gaza, estimado em 30 pessoas. (Poder360)
Bolsonaristas tentam usar fala de Lula para fortalecer manifestação em São Paulo
A crise com Israel provocada pelas declarações do presidente Lula está sendo usada por aliados de Jair Bolsonaro a fim de inflar a manifestação que ele convocou para o próximo dia 25 na Avenida Paulista. Fábio Wajngarten, um dos principais assessores do ex-presidente, sugeriu que seja convidado o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine. Além de enfatizar a boa relação de Bolsonaro com o governo direitista de Israel, o gesto é um afago ao público evangélico, muito próximo do Estado judeu por motivos religiosos. (Folha)