Meio

Segundo dados do Datafolha divulgados neste sábado, Guilherme Boulos (PSOL) tem 29% dos votos válidos, seguido por Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) com 26%. Os três estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro de dois pontos percentuais. No levantamento mais recente, de quinta-feira (3), os três candidatos apresentavam os mesmos percentuais de votos válidos, que excluem os inválidos (em branco e nulos) e são os únicos considerados pela Justiça Eleitoral. O levantamento indica que 22% dos eleitores ainda podem mudar de voto. Desde a semana passada, Nunes vem recuando nas intenções de voto, e Marçal, avançando. Considerando os votos totais, o prefeito passou de 27%, no dia 26 de setembro, para 24% agora. Já o influenciador foi de 21% para 24%. Boulos, que tinha 25%, hoje tem 27%. Marçal mantém rejeição de 53%, ante 38% de Boulos e 25% de Nunes. O atual prefeito venceria Boulos e Marçal no segundo turno, e o deputado do PSOL ganharia o pleito contra o ex-coach. (Folha)

O juiz Rodrigo Capez, do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), determinou a suspensão da conta do candidato Pablo Marçal após a divulgação de um laudo médico falso associando Guilherme Boulos ao uso de cocaína. Escreveu Capez na decisão deste sábado (leia na íntegra): “Determino a indisponibilização da conta @pablomarcalporsp, perfil atribuído ao candidato Pablo Henrique Costa Marçal, junto à plataforma Instagram, (...) pelo prazo de 48 horas. A medida deverá ser cumprida no prazo de duas horas, sob pena de imediato bloqueio de R$ 200 mil da plataforma indicada”. A decisão também vale para “outros perfis ou contas utilizados pelo representado”. O magistrado requisitou à Polícia Federal “a instauração de inquérito policial para apuração dos fatos ora noticiados, onde serão avaliados os pedidos de busca e apreensão e afastamento de sigilo de dados e comunicações”. (Meio)

O laudo falso publicado por Pablo Marçal (PRTB) acusando Guilherme Boulos (PSOL) de uso de cocaína é grave o suficiente para ele ser condenado pelos crimes de falsificação de documento particular e uso de documento falso, previstos no Código Penal, e por calúnia eleitoral, estabelecida pelo Código Eleitoral. Mas, segundo fontes ouvidas pela Folha, não há tempo hábil para ele ser afastado do pleito atual. Em caso de condenação ou cassação da candidatura de Marçal, ele poderia chegar a ficar inelegível. Boulos abriu uma notícia-crime com pedido de prisão contra o influenciador e solicitou ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) a exclusão dos conteúdos, o que já foi determinado pela justiça, e a derrubada da conta de Marçal. (Folha)

A Polícia Federal (PF) abriu uma investigação neste sábado, véspera das eleições municipais, para apurar o laudo médico com diversas evidências de falsificação postado ontem à noite por Pablo Marçal contra Guilherme Boulos. O candidato do PRTB apresentou nas redes sociais um suposto documento médico com informações sobre Boulos ter tido um surto psicótico em 2021 após usar cocaína. O inquérito foi aberto por um delegado da PF na superintendência de São Paulo. Mais cedo, o juiz Rodrigo Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, classificou o laudo como “falso” e concedeu liminar determinando sua pronta exclusão das plataformas Instagram, TikTok e YouTube. O juiz citou na decisão, entre outros indícios de falsificação, “a proximidade do dono da clínica em que foi gerado o documento” com Pablo Marçal e um médico já falecido ter assinado o laudo. (CNN Brasil e Folha)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse nesta sexta-feira que o pagamento de R$ 28,6 milhões em multas pelo X foi realizado em conta bancária errada. O depósito foi efetuado na Caixa Econômica, e não em conta judicial no Banco do Brasil, “em que pese sua existência ser de pleno conhecimento da requerida [o X] em face dos bloqueios e depósitos realizados anteriormente”, destacou o magistrado. Moraes determinou que a Caixa transfira o valor para a conta certa e, cumprida a exigência, o caso deve ser encaminhado para manifestação da Procuradoria-Geral da República. Ele deve avaliar o desbloqueio da plataforma somente após o parecer da PGR. Não há prazo para que o ministro decida sobre o desbloqueio da rede social no Brasil. (CNN Brasil)

Esquerda e direita vão chegar às eleições deste domingo em situações muito diferentes. No campo conservador, o PL espera dobrar o número de prefeituras e superar o fiasco do bolsonarismo em 2020, uma eleição, na visão do próprio ex-presidente, dominada pela centro-direita do PSD por conta da pulverização dos candidatos da direita radical em diferentes partidos. Já o PT sofre com a ausência do presidente Lula nas campanhas das principais capitais, com exceção de São Paulo, onde o cabeça de chapa, Guilherme Boulos (PSOL), sequer é do partido. Interlocutores apontam dois motivos para esse distanciamento. Primeiro, Lula não quer comprar atritos com partidos de sua base que se enfrentam em disputas locais. Segundo, ele espera o segundo turno para se engajar em campanhas com chances de vitória e não ficar marcado por derrotas na primeira votação. (Estadão)

Em entrevista a jornalistas na Casa Branca nesta sexta-feira, o presidente Joe Biden garantiu que as eleições de novembro serão “livres e justas”, mas não tem certeza se serão pacíficas, por conta da retórica agressiva do republicano Donald Trump. “As coisas que Trump vem dizendo e as coisas que ele disse da última vez em que não gostou do resultado de uma eleição são muito perigosas”, disse, referindo-se ao pleito de 2020. “Preocupo-me com o que eles [Trump e seus apoiadores] vão fazer”, acrescentou o presidente. Biden voltou a ressaltar a sintonia com sua vice, a candidata democrata Kamala Harris. “Nós cantamos na mesma partitura”, brincou. (BBC)

O Brasil vai às urnas no domingo com cerca de 6 mil candidatos que, mesmo eleitos, podem não tomar posse devido a pendências na Justiça Eleitoral. Embora representem somente 1,3% das candidaturas, podem provocar insegurança jurídica ou mesmo levar à anulação de pleitos, uma vez que os processos podem se estender no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) além da data da votação. Do total de candidatos pendentes, 843 concorrem a prefeito, incluindo Pablo Marçal (PRTB), que tem chances reais de chegar ao segundo turno em São Paulo. Caso a candidatura contestada seja cassada em última instância, os votos que ela recebeu são anulados – o que é diferente do voto nulo feito pelo eleitor na urna. No caso da eleição majoritária, se esses votos anulados forem superiores a 50%, uma nova votação é convocada em até 40 dias. (Estadão)

Representantes do X disseram nesta sexta-feira que a rede social efetuou o pagamento de todas as multas impostas e protocolou no Supremo Tribunal Federal um pedido de liberação para voltar a funcionar no Brasil. A plataforma está suspensa desde 30 de agosto. As multas foram aplicadas pelo ministro Alexandre de Moraes após o X descumprir a legislação e ordens judiciais. Segundo a companhia, foram quitados os cerca de R$ 28,6 milhões em multas aplicadas pela Corte, última das exigências do Supremo para que a rede fosse desbloqueada no Brasil. Moraes deve analisar se o X cumpriu todas as obrigações para voltar a operar nacionalmente, mas ainda não há um prazo definido para a apreciação. (g1)

Insinuações veladas, seguidas de frases embaraçosas, comentários sexistas e convites impertinentes. Depois, gestos grosseiros e toques indesejados e não consentidos. Esse é o roteiro de assédio sofrido desde 2022, ainda na equipe de transição do governo Lula, pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Em entrevista à Veja, a ministra conta que, contrariando o que ela mesma recomendaria, por não saber exatamente como reagir, a princípio, a exemplo da maioria das mulheres, calou-se sobre os atos do agora ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, por “medo do descrédito, dos julgamentos”, como se fosse a culpada pelo que aconteceu fosse culpa” sua. “Ninguém se sente à vontade ficando em silêncio em uma situação assim. Mas eu não queria a minha vida exposta e atravessada mais uma vez pela violência. Sou muito mais do que isso e me orgulho da minha trajetória. Só queria que aquilo parasse de acontecer”, afirma na primeira vez em que fala publicamente sobre o assunto. “É importante deixar claro que o que aconteceu comigo foi um crime de importunação sexual.” (Veja)