Política

Estreando na Lava Jato, Dino frustra estratégia de Eduardo Cunha em ação por propina

O ministro do Supremo Tribunal Federal Flávio Dino estreou nesta terça-feira em uma ação da Lava Jato. Em seu voto, negou o pedido do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) para transferir para a Justiça Eleitoral uma investigação sobre propinas de R$ 20 milhões supostamente pagas pela Odebrecht ao ex-parlamentar nas obras do Projeto Madeira, da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio. No plenário virtual, Dino acompanhou o voto do ministro Edson Fachin, relator da operação, mantendo a investigação na Justiça Federal do Distrito Federal, para onde o caso foi transferido com uma outra investigação correlata. Dias Toffoli também acompanhou o relator. Já Cristiano Zanin se declarou impedido para julgar o caso. Os demais integrantes da Corte têm até esta sexta-feira para se manifestar. (Estadão)

Lula diz que não é há como negar que ato pró-Bolsonaro foi grande

O ato promovido por Jair Bolsonaro (PL) na avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo, foi “grande”. O presidente Lula afirmou a Kennedy Alencar, no É Notícia, da RedeTV!, que “não é possível você negar um fato”. “Eles fizeram uma manifestação grande em São Paulo. Mesmo quem não quiser acreditar, é só ver a imagem”, disse, acrescentando que, como as pessoas chegaram lá, são “outros 500”. Para Lula, o ato foi “em defesa do golpe”. "Eles todos com muito medo, muito cuidado. [...] De qualquer forma, é importante a gente ficar atento, porque essa gente está demonstrando que não está para brincadeira”, afirmou, além de criticar o pedido de anistia feito pelo ex-presidente para os presos pelo 8 de Janeiro. “Quando o cidadão lá pede anistia, ele está dizendo: ‘Não, perdoe os golpistas’. Está confessando o crime.” (UOL)

Lula e Lira acertam apoio conjunto à sucessão na Câmara

O presidente Lula acertou com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o apoio a um nome comum para a sucessão do comando na Casa. Em conversa recente, Lula disse a Lira que não se envolveria na escolha, que acontecerá em fevereiro de 2025. Ele lembrou que, quando o Palácio do Planalto se evolveu na disputa interna, amargou derrotas, como as vitórias de Severino Cavalcanti, em 2005, e Eduardo Cunha, em 2015. Segundo interlocutores, Lira sugeriu um apoio conjunto e sinalizou que não apoiará um nome que possa atrapalhar a pauta governista. A escolha desse candidato ainda não ocorreu e ficou combinado de que ambos apoiariam um nome que seja viável na disputa eleitoral. Hoje, ao menos quatro nomes poderiam contar com os apoios de Lula e Lira: Elmar Nascimento (PSD-BA), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Antônio Brito (PSD-BA) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL). (CNN Brasil)

Governo prepara retaliação contra signatários do pedido de impeachment de Lula

Lideranças da Câmara dos Deputados foram alertadas que aqueles que assinaram pedido de impeachment do presidente Lula por sua comparação entre a guerra em Gaza e o Holocausto vão sofrer consequências. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), indicou que os deputados que pediram o impeachment e indicaram cargos regionais perderão esses postos, bem como serão menos atendidos pelo Executivo, o que inclui emendas parlamentares. “Isso não é razoável e a minha posição é encaminhar a lista desses parlamentares para que o governo tome providências”, escreveu o deputado em uma rede social. “Quem assinou tem que decidir de que lado está: ao lado de Lula ou contra”, disse o deputado Alencar Santana (PT-SP), um dos vice-líderes do governo na Câmara. O pedido, de autoria da deputada Carla Zambelli (PL-SP), foi protocolado na noite de quinta-feira. Segundo ela, há 140 assinaturas, incluindo a de parlamentares que integram a base do governo. (Folha)

Eventual condenação de Moro pode levar a enxurrada de ações no TSE

Previsto para ser julgado em abril pelo TRE paranaense, o pedido de cassação do senador Sérgio Moro (UB-PR) acendeu um sinal de alerta no TSE, conta Lauro Jardim. PT e PL entraram com ações acusando o antigo juiz da Lava Jato de abuso de poder econômico pelos gastos na chamada “pré-campanha”, anterior ao registro das candidaturas, que não é reconhecida legalmente. Ele se lançou incialmente candidato a presidente, uma disputa com limites maiores de gastos, antes de optar pelo Senado. Integrantes da corte temem que, caso Moro seja cassado, a Justiça Eleitoral seja inundada por ações semelhantes. (Globo)

Israel aceitaria parar ataque a Gaza antes do Ramadã, diz Biden

Israel aceitaria interromper por até seis semanas a ofensiva militar na Faixa de Gaza antes do Ramadã, caso se chegue a um acordo para a libertação de reféns ainda em poder do grupo terrorista Hamas, revelou o presidente dos EUA, Joe Biden. Os americanos, juntamente com Catar e Egito, vêm tentando costurar um cessar fogo no Oriente Médio, mas fontes militares israelenses dizem que a declaração de Biden não foi combinada com o governo de Tel Aviv. Mês sagrado para os muçulmanos, o Ramadã começa no dia 10 de março. (AP)

Apesar de investigado, Ramagem segue na Comissão de Inteligência

O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) está no centro da investigação da Polícia Federal sobre atividades ilegais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro e deve prestar depoimento nesta terça-feira à Polícia Federal. Entretanto, ele continua a integrar a Comissão Mista de Controle de Atividades de Inteligência (CCAI), que tem acesso a informações sigilosas. Mesmo parlamentares governistas reconhecem que não há precedente regimental para afastá-lo do colegiado sem uma decisão judicial, nem clima para recorrer aos tribunais. Ramagem chefiou a Abin e é suspeito de mandar monitorar ilegalmente adversários do governo. (Folha)

Eduardo Leite, do PSDB, é contra uma aliança com Nunes por associação a Bolsonaro

Uma das principais lideranças do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, é contra o apoio do partido à reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Para ele, a associação a Jair Bolsonaro (PL) não está alinhada com o projeto que o PSDB quer construir nacionalmente, de alternativa à polarização entre Lula e o ex-titular do Planalto. Leite considera que a eleição municipal na capital paulista tem de “observar questões nacionais” e o mais adequado seria lançar uma candidatura própria, conforme a tradição do partido na maior cidade do país. O governador se reuniu nesta segunda-feira com o ex-ministro Andrea Matarazzo, cujo retorno ao PSDB para concorrer à eleição é alvo de especulação. “Respeito o prefeito Ricardo Nunes. O trabalho dele começa com o PSDB, inclusive. Com o prefeito Bruno Covas. Mas houve a escolha de um caminho de se associar justamente ao Bolsonaro, o que diverge, destoa, do que o PSDB está buscando representar, de uma alternativa nesse contexto político nacional (da polarização)”, disse Leite, que pensa em disputar a Presidência em 2026. (Globo)

Lava Jato: Mendonça autoriza renegociação de acordos e suspende multas por 60 dias

A renegociação de acordos de leniência firmados por empresas no âmbito da Operação Lava Jato foi autorizada nesta segunda-feira pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). As companhias, a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Controladoria-Geral da União (CGU), acompanhadas da Procuradoria-Geral da República (PGR), terão 60 dias para renegociar os acordos. Nesse período, as multas ficarão suspensas. Mendonça é relator de uma ação que discute os parâmetros adotados nos acordos de leniência da Lava Jato e a decisão foi tomada em uma audiência de conciliação. PSOL, PCdoB e o Solidariedade pedem a suspensão de indenizações e multas em todos os acordos de leniência celebrados entre o Estado e empresas, antes do Acordo de Cooperação Técnica, de 6 de agosto de 2020, que estabeleceu que a AGU e a CGU são os responsáveis por tais acordos. Antes disso, o Ministério Público Federal era o principal responsável. (g1)

Hungria aprova entrada da Suécia na Otan, o 32º membro da aliança militar

O Parlamento da Hungria aprovou nesta segunda-feira a entrada da Suécia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), superando o último obstáculo para que o país nórdico se una à aliança militar ocidental para isolar a Rússia devido à guerra na Ucrânia. A medida foi aprovada por 188 votos a seis em um Parlamento de 199 membros e dominado pelo partido governista Fidesz, do primeiro-ministro Viktor Orban. A Hungria demorou 19 meses para ratificar o ingresso da Suécia, um atraso que incomodou os Estados Unidos e outros membros da aliança, levantando questões sobre a fidelidade do país como membro da aliança. (New York Times)