Lula fala em ‘carnificina’ em Gaza e afirma que Israel impõe ‘punição coletiva’
O presidente Lula voltou a criticar Israel nesta sexta-feira ao afirmar que o país pratica uma “punição coletiva” na Faixa de Gaza e que é preciso “parar a carnificina em nome da sobrevivência da Humanidade”. As declarações ocorreram durante discurso na 8ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e um dia depois de os militares israelenses serem acusados de abrir fogo durante a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, contribuindo para um tumulto que levou à morte de 112 pessoas e feriu 760. “A tragédia humanitária em Gaza requer de todos nós a capacidade de dizer um basta para a punição coletiva que o governo de Israel impõe ao povo palestino. As pessoas estão morrendo na fila para obter comida. A indiferença da comunidade internacional é chocante”, disse. Lula também pediu ao secretário-geral da ONU, António Guterres, que invoque o 99 da Carta da organização, que é uma das ferramentas diplomáticas de maior poder simbólico por permitir que um tema que ameace a paz e segurança internacional seja levado à atenção do Conselho de Segurança. Também propôs uma moção da Celec “pelo fim imediato desse genocídio”. (Globo)
Biden anuncia ajuda humanitária a Gaza por via aérea
O presidente americano, Joe Biden, afirmou nesta sexta-feira que os Estados Unidos começarão a lançar por ar ajuda humanitária a Gaza. A decisão foi motivada pelas 112 mortes ocorridas na véspera durante a distribuição de ajuda. “Pessoas inocentes foram apanhadas numa guerra terrível, incapazes de alimentar suas famílias e vimos a resposta quando tentaram obter ajuda. Precisamos fazer mais e os Estados Unidos farão mais”, disse Biden. Os EUA trabalharão com a Jordânia e outros aliados para entregar ajuda por via aérea. Ele também disse que, eventualmente, os suprimentos poderiam ser entregues por via marítima. “A ajuda que flui para Gaza não é suficiente agora. Vidas inocentes estão em risco e vidas de crianças estão em risco.” (New York Times)
PT e governo batem cabeça sobre ato de rua pela democracia
Membros do PT e do governo estão divididos quanto à convocação de um ato em defesa da democracia já anunciado pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR), e previsto para o próximo dia 23. A cúpula do partido nega estar respondendo à manifestação que reuniu milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo. Aliados de Lula alertam que a comparação será inevitável. O Dia Nacional de Mobilização em Defesa da Democracia terá como um dos motes “sem anista” e “golpe nunca mais”. Para Gleisi, a mobilização não é uma resposta ao ato bolsonarista. “Defendo como ação contínua de enfrentamento às mobilizações e ações da extrema direita, também como apoio às políticas que defendemos”, afirmou. Uma ala do PT, com respaldo de ministros, avalia que o governo precisa fazer o debate político nas ruas a partir do lançamento de programas do Executivo, com a presença de Lula. Os petistas também divergem sobre a participação do presidente na manifestação. Uma ala defende até que ele convoque o ato, enquanto o grupo alinhado aos ministros rechaça essa ideia. (Folha)
PF: para minar confiança nas urnas, Abin paralela produziu relatório sobre fake news
Mensagens entre oficiais da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) revelam a produção de um relatório informal, enviado por WhatsApp, sobre fake news contra as urnas eletrônicas. Segundo os diálogos, o documento teria sido solicitado pelo então chefe do órgão Alexandre Ramagem, hoje deputado federal pelo PL e homem de confiança da família Bolsonaro. As postagens relacionavam a Positivo, fabricante do hardware e do software das urnas, e seu fundador, senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR), que deixou a empresa, o então ex-ministro da Justiça e atual senador Sergio Moro e uma empresa chinesa. Os agentes foram acionados para produzir um relatório sobre a Positivo e Oriovisto. Para a Polícia Federal, “o evento relacionado aos ataques às urnas, portanto, reforça a realização de ações de inteligência sem os artefatos motivadores, bem como acentuado viés político em desatenção aos fins institucionais da Abin”. (Globo)
‘Ação típica de organizações criminosas’, relata PF ao STF sobre Bolsonaro e aliados
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros investigados adotaram “ação típica de organizações criminosas” ao “suprimir provas” de atos ilícitos durante a articulação do golpe, informou a Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal. Segundo a coluna Radar, os investigadores atestaram ao periciar celulares apreendidos que “o grupo investigado tomou o cuidado de apagar o conteúdo de mensagens sensíveis”. (Veja)
Itamaraty volta a criticar Israel após novas mortes em Gaza
O Ministério das Relações Exteriores divulgou nesta sexta-feira uma nota dura criticando o governo israelense pela morte de mais de cem palestinos durante a tumultuada entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. “O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão”, diz a nota. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, afirma que tropas israelenses dispararam contra a multidão. Já Israel diz que o tumulto começou com saques aos caminhões de mantimentos, provocando atropelamentos e pisoteamento, e que seus soldados só abriram fogo quando a multidão avançou em sua direção. (Metrópoles)
Militares temem novo depoimento de Mauro Cid
O ex-comandante do Exército Freire Gomes, que teria resistido ao assédio para aderir a um golpe de Estado, presta depoimento hoje à Polícia Federal, mas, como conta Bela Megale, não é com ele que os militares investigados estão mais preocupados. O que os assusta mesmo são as novas oitivas da PF com o tenente-coronel Mauro Cid, antigo ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. A avaliação é de que ele tentou preservar colegas de farda em depoimentos anteriores, mas que, como as investigações apontaram a participação de oficiais no planejamento de um golpe, Cid tenha de detalhar o papel de cada um na conspiração. (Globo)
Na verdade, Nikki Haley está ganhando
Frank Bruni: “Na sua série ininterrupta de derrotas nas primárias republicanas, Nikki Haley pode estar criando uma situação de ganha-ganha. Se for Biden-Trump em novembro e Biden vencer Trump, Haley poderá dizer aos republicanos: “Eu avisei”. Se Trump vencer, voltar à Casa Branca e nos arrastar para um melodrama quase autocrático, que põe em perigo a democracia, Haley também poderá dizer: “Eu avisei”. Ela tem sido a candidata do “eu avisei” há apenas alguns meses e só começou a nos dizer isso quando não havia outra estratégia coerente e justificativa para uma campanha sustentada. Antes, evitou nos dizer isso, elogiou Trump e o apoiou. Ela é o epítome da inconstância da era Trump, um modelo de política situacional, mas, nos últimos dois meses, camuflou-se tão completamente que, com uma franqueza tardia e conveniente, muitos americanos já não a veem dessa forma”. (New York Times)