Cid nega ter acusado Bolsonaro de tramar golpe
Embora a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid tenha sido o ponto de partida para a investigações sobre um plano para manter ilegalmente no poder o ex-presidente Jair Bolsonaro, o militar tem dito a interlocutores que nunca acusou o antigo chefe de tramar um golpe. Cid, que volta a depor à Polícia Federal nesta segunda-feira, estaria irritado com o vazamento de trechos de seu depoimento anterior. “Não sou traidor, nunca disse que o presidente tramou um golpe. O que havia eram propostas sobre o que fazer caso se comprovasse a fraude eleitoral, o que não se comprovou e nada foi feito”, teria dito ele a uma pessoa próxima. O problema é que o depoimento de Cid não é o único elemento de que a PF dispõe. Mensagens dele obtidas pelos agentes dizem que Bolsonaro era instado a uma medida “mais pesada” e, “obviamente, utilizando as forças [Armadas]”. Além disso, como mostra o Radar, a PF encontrou no celular do ex-major Aílton Barros prints de mensagens trocadas com Cid e com o presidente que reforçam os indícios de uma tentativa de anular as eleições de 2022. (Veja)
Opositora de Maduro denuncia prisão de mais um aliado
María Corina Machado, considerada hoje o principal nome da oposição na Venezuela, usou as redes sociais neste sábado para denunciar a prisão pelo serviço secreto de Emil Brandt, seu colega no partido Vente Venezuela. É o quarto integrante da legenda detido pelo governo de Nicolás Maduro em poucas semanas. “Esta ação constitui mais uma violação ao já pisoteado Acordo de Barbados e demonstra que Maduro optou por seguir ‘pelo caminho errado’”, escreveu a líder opositora, referindo-se ao pacto para realização de eleições livres na Venezuela. (Globo)
Moraes veta presença de Bolsonaro e investigados em eventos militares
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros investigados pelo suposto planejamento de um golpe de Estado estão proibidos de participar de eventos das Forças Armadas. A determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes acontece semanas antes de se completarem 60 anos do golpe de 1964, sempre enaltecido por Bolsonaro. Além do ex-presidente, foram atingidos pela medida os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Braga Netto (Casa Civil) e Paulo Sergio Nogueira (Defesa) – todos generais da reserva – e Anderson Torres (Justiça) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O Ministério da Defesa e os comandos das três Armas já foram informados da decisão. (Folha)
Pesquisa Ipec: avaliação positiva cai a 33%, pior índice desde o início do governo
Mais uma pesquisa mostra que uma piora na avaliação do governo Lula. Sondagem do Ipec realizada entre 1º e 5 de março, com 2 mil pessoas, mostra que queda de 38% em dezembro para 33% agora na avaliação do governo como ótimo e bom. Já os que consideram o governo regular passaram de 30% para 33%, enquanto ruim ou péssimo variou de 30% para 32%. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais. A avaliação positiva é a menor desde o início do governo e a avaliação negativa, a maior. Em março de 2023 – quando a primeira pesquisa foi feita – o percentual de ótimo e bom (avaliação positiva) era de 41% e o de ruim ou péssimo (negativa) de 24%. (g1)
Biden que discursou sobre o Estado da União poderia vencer Trump
Stephen Collinson: “Esta versão de Joe Biden poderia vencer Donald Trump. No discurso sobre o Estado da União, na noite de quinta-feira, o presidente de 81 anos decidiu neutralizar sua maior responsabilidade: o profundo receio de milhões de americanos de que ele seja muito velho para cumprir um segundo mandato. Não há nada pior para um presidente do que parecer fraco. Portanto, cada palavra, gesto, piada e advertência sobre a aparência de Biden foi voltada para o objetivo de fazê-lo parecer forte”. (CNN)
Portugal vai às urnas neste domingo para escolher novo primeiro-ministro
Quase 11 milhões de eleitores portugueses decidem neste domingo que rumo o país tomará com a saída do primeiro-ministro socialista António Costa, que renunciou em novembro passado em meio a uma investigação sobre corrupção e tráfico de influência. Pela primeira vez em nove anos, seu nome não estará na disputa. O resultado das eleições parlamentares é incerto já que pesquisas indicam que os blocos formados pelos partidos de direita e de esquerda estão praticamente empatados, sem indicação de que um dos dois conseguirá os 116 assentos necessários para obter a maioria. E, nesse cenário, o partido de extrema-direita Chega pode ser fiel da balança. (Politico)
Horror da guerra em Gaza faz esquecer que Oriente Médio mudou
Fareed Zakaria: “Ao assistirmos aos horrores de outra guerra no Oriente Médio, é fácil ficarmos tristes e deprimidos. Parece que a região como um todo continua violenta e instável. Mas isso ignora uma mudança importante que ocorreu nos últimos tempos, que proporciona alguns motivos para otimismo quanto ao futuro: os Estados Árabes, que são agora os líderes do Oriente Médio, estão desempenhando um papel importante e construtivo na estabilização da situação e estão trabalhando pela paz. Esta é uma mudança radical em relação às décadas passadas. Os governos árabes não são iguais ao povo árabe, e a opinião pública no mundo árabe voltou-se fortemente contra Israel e os EUA – e se torna mais crítica a cada dia. Mas mesmo aqui há uma fio de esperança.” (Washington Post)
STF acolhe decisão da Assembleia do ES e solta o deputado Capitão Assumção
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes acolheu a decisão da Assembleia Legislativa do Espírito Santo de revogar a prisão do deputado estadual Capitão Assumção (PL) e soltar o parlamentar, que é investigado no processo dos atos antidemocráticos. Ele foi preso na semana passada por descumprir restrições impostas pelo próprio ministro em dezembro do ano passado. Com tornozeleira eletrônica desde 2022, Assumção estava proibido de deixar o estado, não poderia conceder entrevistas ou usar as redes sociais. Ele teria descumprido, segundo o MP, todas essas determinações. Em uma delas, o deputado fez críticas ao STF em um vídeo publicado no TikTok. Apesar disso, a Assembleia do ES decidiu revogar a prisão do deputado por 24 votos a 4. Além de determinar a soltura de Assumção, a Corte do STF impôs a entrega o passaporte, a proibição de se ausentar do estado e o impedimento de utilizar as redes sociais. Moraes ainda restringiu o porte de armamento por parte do deputado, que é policial militar. (Metrópoles)
Rosângela Moro é acusada de ‘infidelidade domiciliar’
A Justiça Eleitoral de São Paulo recebeu uma denúncia contra a deputada Rosângela Moro (União Brasil-SP) por “infidelidade domiciliar” após vir a público que ela transferiu de volta seu domicílio eleitoral para o Paraná depois de eleita pelos paulistas. Como conta Mônica Bergamo, a empresária Roberta Moreira Luchsinger, filiada ao PT, denunciou Rosângela, acusando-a de “brincar com a legislação eleitoral” e de “zombar do eleitorado” e pedindo que ela perca o mandato. A deputada teria transferido o título para o Paraná a fim de concorrer ao Senado na eventualidade de o TRE local cassar seu marido, Sérgio Moro, acusado de abuso de poder econômico. (Folha)
Ex-premiê de Israel pede eleições já
Israel precisa decidir para onde vai e quem vai conduzi-lo até lá. Essa é a conclusão do ex-primeiro-ministro Ehud Barak, que, em artigo, pede a realização de novas eleições no país. Segundo ele, a recusa de Benjamin Netanyahu e seu governo de extrema direita em atender aos apelos dos EUA por uma solução pós-guerra que leve à criação de um Estado palestino desmilitarizado é a maior ameaça à segurança de Israel. “Só há um modo de impedir que Netanyahu leve Israel a uma longa Guerra regional: eleições gerais no mais tardar até junho deste ano. Uma oposição unida deve concorrer com a promessa de aceitar, com condições, a proposta de [Joe] Binden e de dizer ‘não!’ explicitamente aos fanáticos racistas e messiânicos com os quais Netanyahu se associou”, escreve o ex-premiê. (Foreign Affairs)