Depois do ‘tiro de misericórdia’, Bolsonaro recebe a ‘pá de cal’
Marcelo Godoy: “Se o depoimento do general Freire Gomes era visto como o tiro de misericórdia em Jair Bolsonaro, o do ex-comandante da FAB, o brigadeiro Baptista Junior, é a pá de cal. A análise dos dois mostra o cenário, o caminho das investigações da Polícia Federal sobre o golpe. Elas mostram cada vez mais que a ação nas redes sociais e as ações de militares das Forças Especiais estavam umbilicalmente ligadas. Elas tinham o aspecto de uma operação psicológica (Op Psico), como objetivo preparar o terreno para a aceitação do golpe, o cancelamento das eleições, e a adesão da maior parte das Forças Armadas ao projeto de manter Jair Bolsonaro no poder após o dia 1.º de janeiro. A 3ª edição do Manual de Campanha de Operações Psicológicas, publicado em 1999 pelo Exército, diz: ‘As Op Psico constituem uma parte essencial do poder. Os chefes militares e políticos das nações têm utilizado, quer na paz, quer na guerra, as Op Psico como forma de persuasão ao longo da história’”. (Estadão)
Anderson Torres quer acareação com Freire Gomes e Baptista Júnior
Após a divulgação dos depoimentos de comandantes das Forças Armadas revelando a participação do ex-ministro da Justiça Anderson Torres em reuniões golpistas, sua defesa vai solicitar à Polícia Federal que ele seja ouvido novamente ou até uma acareação com os oficiais. “O ex-ministro da Justiça, citado de modo genérico e vago por duas testemunhas, esclarece que houve grande equívoco nos depoimentos prestados. Nesse sentido, vai requerer nova oitiva e eventual acareação, além de outras providências necessárias à elucidação do caso. Anderson Torres mantém sua postura cooperativa com as investigações e seu compromisso inegociável com a democracia”, afirmou em nota o advogado Eumar Novacki. O general Marco Antônio Freire Gomes, então comandante do Exército, e o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante da Aeronáutica à época, disseram aos investigadores que Torres esteve presente a ao menos um desses encontros e que atuava “explanando o suporte jurídico para as medidas que poderiam ser adotadas”. Em janeiro do ano passado, uma minuta golpista foi apreendida na casa dele. (Globo)
Prisão de Moraes seria necessária para normalidade, diz general em depoimento
Em depoimento à Polícia Federal, o general da reserva Laércio Vergílio afirmou que a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes seria “necessária para volta da normalidade institucional e a harmonia entre os Poderes”, segundo a coluna Painel. A minuta golpista investigada pela PF previa a prisão do magistrado e a realização de novas eleições. “Nas portarias que tiverem que ser assinada (sic), tem que ser dada a missão ao comandante da Brigada de Operações Especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele, como ele faz com todo mundo”, registra o depoimento, reproduzindo áudio enviado ao ex-major Ailton Gonçalves Moraes Barros. Vergílio não sabe dizer como se daria uma suposta prisão do ministro “porque estava na reserva desde 2000”. Afirmou também que não havia nenhum planejamento de golpe de Estado, mas que estava sendo organizada uma “operação especial” que “seria uma fase posterior e que tudo deveria ser realizado dentro da lei e da ordem embasado juridicamente com base na Constituição Federal, principalmente com os argumentos apresentados pelo jurista Ives Gandra Martins”. (Folha)
Bolsonaro diz que não é crime falar sobre o que a Constituição prevê
Jair Bolsonaro (PL) reagiu à divulgação dos depoimentos da cúpula militar à Polícia Federal afirmando que “não é crime” falar sobre o que está previsto na Constituição Federal. E sustentou que nenhuma das medidas foi levada adiante, conta Paulo Cappelli. “Não é crime falar sobre o que está previsto na Constituição Federal. Você pode discutir e debater tudo o que está na Constituição Federal. O que falam em delação, em depoimentos, é problema de quem falou. É uma narrativa idiota”, disse. “Sobre o Estado de Defesa e o Estado de Sítio, precisa convocar um conselho com diversos integrantes. Para que fosse implementado, precisaria convocar o conselho, inclusive com presidente da Câmara e do Senado. E não teve nenhum conselho convocado. Aqui não é Hugo Chávez, Maduro. Dados os considerandos, quem dá a palavra final é o Parlamento. Já a Garantia da Lei e da Ordem não se pode fazer do nada. Tem que ter fundamento.” (Metrópoles)
Lula diz que extrema-direita ‘raivosa’ põe democracia em risco
O presidente Lula afirmou nesta sexta-feira que a extrema-direita “raivosa” e “bruta” põe em risco a democracia. Ele citou como exemplo Jair Bolsonaro (PL) e o presidente da Argentina, Javier Milei. “O que corre risco no mundo é a democracia. Corre risco pelo fascismo, corre risco pelo nazismo, corre risco pela extrema-direita raivosa, ignorante, bruta, que ofende as pessoas, que não acredita nas pessoas”, afirmou. “É o Milei na Argentina. Quer fechar Banco Central, passar serrote. É aqui o Bolsonaro, que eu não queria falar o nome. Até hoje ele não reconhece a derrota dele. Outro dia ele falou que não sabe como perdeu.” (g1)
Para PF, depoimentos de militares esclarecem participação de Bolsonaro em plano golpista
Com a divulgação dos depoimentos de comandantes das Forças Armadas revelando detalhes do suposto plano golpista, a Polícia Federal avalia que foi esclarecida a “participação efetiva” de Jair Bolsonaro (PL) na trama. O ex-presidente é investigado por golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, organização criminosa, entre outros crimes. O então comandante do Exército general Marco Antônio Freire Gomes afirmou que Bolsonaro apresentou hipóteses para um golpe, detalhando a possibilidade de “utilização dos institutos jurídicos” que abriram espaço para decretar Garantia da Lei e da Ordem (GLO), Estado de Defesa ou Estado de Sítio, em relação ao resultado das eleições que deram a vitória a Lula. Já Carlos de Almeida Baptista Junior, comandante da Aeronáutica à época, afirmou que Bolsonaro sabia que a Comissão de Transparência das Eleições (CTE) não identificou qualquer fraude no pleito de 2022. Apesar disso, o ex-presidente manteve as críticas ao sistema eleitoral e levantou dúvidas sobre a votação. A defesa de Bolsonaro nega qualquer tentativa de golpe e afirma que, durante sua gestão, o ex-presidente “jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei”. (Globo)
Presidente do PL diz que foi pressionado por Bolsonaro a acionar TSE contra urnas
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou à Polícia Federal que foi pressionado por Jair Bolsonaro (PL) e parlamentares da legenda para acionar o Tribunal Superior Eleitoral por suspeitas sobre a confiabilidade das urnas nas eleições de 2022. “Quando houve o vazamento do relatório do IVL (Instituto Voto Legal), os deputados do PL e o então presidente Bolsonaro o pressionaram para ajuizar tal ação no TSE”, disse Valdemar em depoimento no dia 22 de fevereiro. O IVL foi contratado pelo partido para verificar as urnas durante as eleições de 2022. Segundo Valdemar, a contratação, no valor de R$ 1 milhão, ocorreu por indicação do hoje senador Marcos Pontes. O instituto e o advogado que ajuizou a ação foram pagos com recursos da sigla. (Veja)
‘Não deixem Bolsonaro na mão’, disse Zambelli, conta ex-chefe da Aeronáutica
Carlos Batista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica, afirmou à Polícia Federal que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) pediu sua ajuda para reverter o resultado das eleições de 2022. Em depoimento em fevereiro passado, ele disse que foi abordado pela parlamentar após uma formatura militar em Pirassununga (SP) em dezembro de 2022, um mês após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas urnas. “Brigadeiro, o senhor não pode deixar o presidente Bolsonaro na mão”, disse Zambelli, segundo o relato do militar, que respondeu: “Deputada, entendi o que a senhora está falando e não admito que a senhora proponha qualquer ilegalidade”. De acordo com Baptista, Zambelli fez o mesmo pedido ao general Paulo Sérgio de Oliveira, então ministro da Defesa. A deputada afirmou não se lembrar da conversa com Baptista. Em nota, sua defesa afirmou que ela jamais pediria algo ilícito e “se, porventura, pediu acolhimento, o fez por causa da derrota nas eleições”. (UOL)
Moraes retira sigilo de depoimentos sobre tentativa de golpe
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou o sigilo sobre os depoimentos tomados pela Polícia Federal na investigação sobre o suposto planejamento de um golpe de Estado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus auxiliares. A decisão foi motivada pelo vazamento pela imprensa de trechos das oitivas, em particular do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e do brigadeiro Carlos Almeida Baptista Júnior, que ocupava o comando da FAB. A maior parte dos depoentes, a começar por Bolsonaro, usou o direito de ficar em silêncio para não se incriminar. Os depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, que fez um acordo de delação premiada, não estão entre os liberados. (UOL)
Hamas propõe trégua de seis semanas em troca de mais reféns
O grupo terrorista Hamas propôs a mediadores internacionais, segundo fontes da própria organização, uma trégua de seis semanas no conflito com Israel na Faixa de Gaza em troca da devolução de 42 dos mais de cem reféns que ainda mantém desde os atentados de 7 de outubro. Em troca, o grupo extremista quer a libertação de 20 a 50 palestinos em prisões israelenses para cada refém e uma negociação que leve à retirada de Israel da Faixa de Gaza. A proposta representa um recuo, já que o Hamas exigia que as tropas israelenses deixassem o território palestino como pré-condição para a soltura de reféns. O governo de Tel Aviv não mandou representantes para as negociações no Cairo, mediadas por Egito, Catar e EUA. (Barron’s)