A explicação por que não houve golpe e as acusações às quais ninguém deu atenção
Para ler com calma. Marcelo Godoy analisa áudio do comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, gravado clandestinamente em reunião ocorrida em 18 de janeiro de 2023, que ajuda a explicar por que não houve golpe. Bem antes dos detalhes revelados com a delação de Mauro Cid e os depoimentos de ex-comandantes militares tornados públicos nos últimos dias, ele aponta os excessos na relação entre as Forças Armadas e o governo Bolsonaro e a necessidade de separar a caserna da política, assim como do respeito à autoridade, mesmo quando não se gosta do superior. “Prestamos continência à autoridade; se não, não é Exército, não é Força Armada, vira milícia, vira bando”, disse. “Política partidária dentro da Força gera desgaste. Todos nós estamos na bolha, na bolha fardada, na bola conservadora, de direita, militarista; raramente, um de nós frequenta a outra bollha. Mas existe outra bolha. E ela não é pequena; ela é grande e se manifesta nas redes sociais.” (Estadão)
Observadores dizem que eleição na Rússia foi ‘a mais corrupta da história’
A mais corrupta eleição já realizada na Rússia. Assim o grupo de observação independente russo Golos (Voz) classificou o pleito deste fim de semana que deu a Vladimir Putin mais um mandato de seis anos como presidente do país. “Nunca antes vimos uma campanha presidencial tão distante dos padrões constitucionais”, disse em nota a organização. Dos cinco candidatos que inicialmente enfrentavam Putin, dois foram retirados da disputa após críticas à invasão da Ucrânia e os outros três jamais fizeram oposição de fato ao presidente. (Guardian)
Fome no norte de Gaza é iminente, diz ONU
O Programa Mundial de Alimentos (WFP na sigla em inglês) da ONU, declarou nesta segunda-feira ser iminente um estado de fome generalizada no norte da Faixa de Gaza, território palestino invadido por Israel após os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro. Segundo a entidade humanitária, a escassez de alimentos atinge 70% da população na área e pode colocar vidas em risco caso a operação militar se prolongue. Josep Borrell, chefe da área de política externa da União Europeia, disse que a fome “está sendo usada como arma de guerra”. Também nesta segunda-feira Israel ocupou mais uma vez o hospital Shifa, onde milhares de palestinos estão refugiados, alegando que integrantes do Hamas se reagruparam dentro do complexo, o maior centro de saúde de Gaza. (AP)
‘Bolsonaro é covardão’ diz Lula a ministros
Ao abrir a primeira reunião ministerial do ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou a investigação sobre uma suposta tentativa de golpe para manter seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), no poder. Segundo ele, além das recusa de alguns dos ex-comandantes das Forças Armadas, o golpe não aconteceu porque Bolsonaro seria “um covardão”. “Ele não teve coragem de executar o que planejou, ficou dentro de casa aqui no Palácio chorando quase um mês, e preferiu fugir para os EUA do que fazer o que tinha prometido”, afirmou. Lula pretende usar a reunião para cobrar dos ministros mais empenho na divulgação dos feitos do governo. “Se as pessoas não falam bem da gente, ou bem das coisas que a gente fez, nós é que temos que falar”, disse o presidente. (UOL)
De olho na popularidade, Lula cobra melhor comunicação e mais entregas de ministros
Com a queda na avaliação do governo, captada em diferentes pesquisas realizadas no início deste mês, o presidente Lula deve usar a reunião ministerial desta segunda-feira para cobrar mais empenho na comunicação das ações do Executivo. Lula tem demonstrado cada vez mais impaciência quanto à apresentação de entregas e vai cobrar o resultado de programas já anunciados. Ele quer que os ministros rodem o país, deem entrevistas e ocupem os meios de comunicação para divulgar ações positivas. O objetivo é contrabalançar repercussões negativas, que acabam afetando sua popularidade, como a comparação entre a ação israelense em Gaza ao Holocausto. As redes sociais dos ministros devem ser usadas não apenas para tratar de assuntos de suas áreas, mas também de pautas do governo como um todo. Entre os exemplos negativos está a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Interlocutores de Lula afirmam que sua capacidade técnica é indiscutível, mas ela fala pouco sobre ações da área e “vende” de forma tímida o que tem sido feito. Em relação às redes sociais, a primeira-dama Janja está decidida a assumir o controle da comunicação digital de Lula, conta Lauro Jardim. Ela quer transferir a administração das contas pessoais do presidente para Brunna Rosa, que integrou a campanha de 2022, e, desde a posse, chefia a Secretaria de Estratégia e Redes. (Globo)
Putin é reeleito para o quinto mandato com 88% dos votos
Para surpresa de ninguém, Vladimir Putin conquistou mais um mandato de seis anos à frente da presidência da Rússia, segundo números preliminares. Com 50% dos votos apurados, Putin tinha 87,3% em uma eleição em que todos os adversários sérios foram eliminados antes do início da votação. A participação nos três dias de votação foi de 73,33%, de acordo com as autoridades russas. A vitória de Putin nunca esteve em dúvida, mas o percentual de votos é o maior das suas cinco vitórias presidenciais. Uma celebração oficial está marcada para esta segunda-feira. O resultado cumpre o objetivo de uma vitória esmagadora que reforce a afirmação de Putin de que os russos apoiam incondicionalmente seu líder e a invasão da Ucrânia. Para Nikolai Petrov, do think tank londrino Chatham House, o resultado torna a Rússia uma “autocracia totalmente consolidada”. A campanha eleitoral, com três candidatos que não criticaram o presidente, foi ofuscada pela morte na prisão, no mês passado, do principal opositor de Putin, Alexei Navalny. (Politico)
Nove ministros podem apoiar adversários do PT nas eleições de capitais
Ao menos nove ministros do governo Lula podem fazer campanha em suas capitais para candidatos adversários do PT e do presidente. Apesar de Lula estar se esforçando para unificar os partidos de sua base nas eleições municipais deste ano, não deve ter sucesso em vários casos. Em São Paulo, o racha está na chapa que venceu o pleito presidencial: Lula apoiará o deputado Guilherme Boulos (PSOL), enquanto Geraldo Alckmin (PSB) deve ser o principal cabo eleitoral da deputada Tabata Amaral (PSB), juntamente com o ministro do Empreendedorismo, Márcio França (PSB). Dividindo ainda mais o governo, a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), deve estar no palanque do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que deve contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No Rio de Janeiro, a tendência é que o PT apoie o atual prefeito, Eduardo Paes (PSD). Mas o PSOL, que tem uma ministra na Esplanada, deve lançar o deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ) na disputa. Belo Horizonte, Belém, Curitiba, São Luiz, Macapá também têm bola dividida. (Folha)
Netanyahu responde a Schumer e promete seguir com a guerra
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu diretamente ao senador americano Chuck Schumer neste domingo, chamando as recentes críticas e seu apelo por eleições como “totalmente inapropriadas”. Em entrevista à CNN, Netanyahu acusou Schumer de tentar derrubar o governo israelense, acrescentando que o único governo que Israel e os EUA deveriam trabalhar para derrubar era “a tirania terrorista em Israel em Gaza”. O premiê disse que era inapropriado tentar substituir o governo de uma “democracia irmã”. “Não somos uma república das bananas”, afirmou. Na quinta-feira, Schumer, um democrata de Nova York e o judeu eleito de mais alto escalão nos Estados Unidos, fez um discurso contundente no plenário do Senado, acusando Netanyahu de permitir que sua sobrevivência política substituísse “os melhores interesses de Israel” e “de estar muito disposto a tolerar o custo civil em Gaza”. Netanyahu enfatizou que Israel continuará lutando em Gaza até a “vitória completa” e prometeu que o exército invadirá Rafah, a cidade no sul de Gaza, onde mais de 1 milhão de palestinos se refugiaram. “Esta é a única forma de eliminar as brigadas assassinas do Hamas e esta é a única forma de usar a pressão militar necessária para libertar todos os nossos reféns.” (New York Times)
Trump diz que imigrantes ‘não são pessoas’ e prevê ‘banho de sangue’ se perder
Em um evento no sábado supostamente destinado a impulsionar seu candidato preferido nas primárias republicanas para o Senado de Ohio, Donald Trump fez um discurso com linguagem dura sobre imigrantes, repleto de insultos e vulgaridades. Como em sua bem-sucedida campanha de 2016, ele usou uma linguagem incendiária e desumanizadora para apresentar os imigrantes como ameaças aos americanos. Afirmou, sem provas, que outros países estavam esvaziando suas prisões de “jovens” e enviando-os através da fronteira. “Não sei se você os chama de ‘pessoas’, em alguns casos”, disse ele. “Eles não são pessoas, na minha opinião.” Mais tarde, ele se referiu aos imigrantes como “animais”. Também disse que os EUA não terão outras eleições se ele não ganhar o pleito em novembro. Ao abordar a economia dos EUA e a indústria automobilística, Trump prometeu impor tarifas sobre carros fabricados no exterior. E acrescentou: “Agora, se eu não for eleito, será um banho de sangue para todos – isso será o mínimo. Será um banho de sangue para o país.” (New York Times)